Pela Liderança durante a 32ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Sr. Reginaldo Francisco Vieira e preocupação com o número de assassinatos de policiais no País.

Autor
Hélio José (PSD - Partido Social Democrático/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo falecimento do Sr. Reginaldo Francisco Vieira e preocupação com o número de assassinatos de policiais no País.
Publicação
Publicação no DSF de 20/03/2015 - Página 222
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, SARGENTO, POLICIA MILITAR, DISTRITO FEDERAL (DF), APREENSÃO, AUMENTO, NUMERO, HOMICIDIO, VITIMA, POLICIAL, BRASIL, DEFESA, NECESSIDADE, MELHORAMENTO, SEGURANÇA PUBLICA.

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Boa tarde, Senador Alvaro Dias, Presidente desta sessão, Srªs e Srs. Senadores presentes, todos os ouvintes da Rádio Senado e da TV Senado, esse discurso que venho fazer aqui, em nome da Liderança do PSD, é no intuito de alertar para os graves riscos que estão vivendo os nossos policiais, as pessoas responsáveis pela nossa segurança, que estão sendo assassinados, massacrados nas ruas, por causa do grande aumento da violência.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadoras, ocupo a tribuna nesta tarde para tratar de um assunto que tem comovido e preocupado todos os cidadãos brasileiros e, em especial, do Distrito Federal.

            No último domingo, dia 15 de março de 2015, a bicentenária Polícia Militar do Distrito Federal perdeu um de seus valorosos policiais no estrito cumprimento do dever. O 2º Sargento Reginaldo Francisco Vieira, do GTOP, lotado no Batalhão do Paranoá da Polícia Militar do Distrito Federal, estava de serviço quando a sua viatura foi acionada, por ligação 190, para atender a uma briga de casal em um condomínio de casas na área de seu batalhão.

            Ao chegar ao local, ele deparou com um homem agredindo uma mulher que estava grávida de sete meses, Srª Senadora Lúcia Vânia. O sargento interpelou o homem, desconhecendo o fato de ele ter três homicídios em sua ficha criminal. Ele sacou de uma pistola automática e disparou, acertando o policial militar no braço esquerdo e resvalando e entrando no peito. Na reação, o criminoso também foi baleado e morreu no local.

            Lamentavelmente, perdemos um pai de família, perdemos um sargento da Polícia Militar do DF. O Sargento Vieira foi socorrido pelos colegas, mas, devido a uma hemorragia, veio a falecer no hospital do Paranoá, deixando a mulher e um filho pequeno, além de milhares de colegas consternados e a população de nossa capital horrorizada. Isso tudo, Senadores, a menos de 20 quilômetros daqui, do nosso Congresso Nacional.

            Essa tragédia deveria ser apenas uma fatalidade ou um caso raro que servisse de estudo para prevenção e treinamento, como ocorre em acidentes de avião, por exemplo. Porém, diferentemente de todos os países considerados desenvolvidos ou países até mesmo da América do Sul, como Chile e Argentina, esse crime não foi apenas um caso fortuito e, sim, uma tragédia anunciada, pois, no Brasil, segundo o Mapa da Violência, mata-se mais de 500 policiais por ano - mais de 500 policiais por ano, Excelências! Isto mesmo, Sr. Presidente, V. Exª não ouviu errado: por ano, mata-se mais policiais no Brasil do que no resto do mundo somado. Em 20 anos, o Brasil perdeu mais de 10 mil policiais, o que representa praticamente o efetivo das PMs de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul somados, Senadora Lúcia Vânia.

            Considerando a conta mundialmente aceita de que para cada morto existem três feridos graves, o Brasil teve, no mesmo período de 20 anos, 30 mil policiais sequelados, o que equivale ao efetivo da PM da Bahia, que ficaram paraplégicos, tetraplégicos, com deficiências das mais diversas por conta do seu juramento de defender a sociedade brasileira.

            Como cristão me compadeço desse quadro de guerra que o País atravessa, pois cada número desse esconde atrás dele um nome, uma data de nascimento, uma família, uma dor irreparável.

            Eu tenho, na minha família, a proximidade com policiais, inclusive um sobrinho que é meu afilhado, que amo como um filho e que, por ser policial militar, está exposto a essa estatística insana e mortal que acabei de mencionar.

            Cabe ressaltar que o criminoso que matou o Sargento Vieira tinha uma vasta ficha corrida criminal, inclusive já havia matado três pessoas, Excelência Alvaro Dias. O sargento foi o quarto a ser assassinado por esse cidadão. Aqui fica a minha pergunta para reflexão: por que esse assassino estava solto? Por que ele já não ficou preso pelo período legal previsto de 30 anos depois do primeiro homicídio? Pergunto isso pois é óbvio que, se ele estivesse preso, essas outras duas pessoas e, por fim, o Sargento da PMDF não teriam morrido. Até quando, Srªs e Srs. Senadores, nós vamos deixar que a impunidade, que é a mãe da reincidência, reine no Brasil, espalhando o terror, a morte e o desespero?

            A comoção foi tão grande pela morte prematura do Sargento Vieira que mais de quatro mil pessoas compareceram ao enterro e às homenagens fúnebres desse herói.

            Os afazeres desta nobre Casa Legislativa não permitiram que lá eu estivesse pessoalmente, Excelência, mas me fiz representar pelo meu assessor para segurança pública, o Capitão Olavo Mendonça. Quero parabenizar também o Comandante-Geral em exercício da PMDF, Coronel Seabra, que, além de comparecer e comandar as honras militares no Cemitério Campo da Esperança, publicou e leu o ato de promoção do Sargento Vieira post-mortem a Primeiro-Sargento.

            Quero parabenizar o Governador Rodrigo Rollemberg por ter comparecido ao funeral e ter pessoalmente consolado a viúva e a mãe do policial, demonstrando, assim, total apoio do Chefe do Executivo à família deste e a de todos os policiais militares do Distrito Federal e do nosso Brasil também, que é vítima dessa situação.

            Senador Fernando Bezerra, é trágico saber que o pai de família que nos defende, que está aí para nos dar proteção de quando em quando é assassinado.

            Há alguns dias, houve um grande ato dos policiais nesta Esplanada. Eu fiz questão de ir lá dar o apoio, porque eles vieram aqui, ao nosso Presidente da Câmara Federal, entregar um projeto de lei, solicitando que se transforme em crime hediondo quem assassina os policiais civis e militares que cuidam da nossa segurança. É muito importante a gente debater sobre esse assunto.

            Para finalizar, faço este discurso me colocando como um amigo da segurança pública do Distrito Federal e do Brasil, amigo da PM, amigo do Corpo de Bombeiros Militar, amigo da polícia civil, da Polícia Federal e dos outros setores de segurança que tanto nos defendem. Por defender o funcionalismo público dentro do meu eixo de mandato, sairei sempre em defesa de todos os policiais que arriscam a sua vida em defesa da nossa sociedade e do nosso amado Brasil.

            Essas são as palavras que a Liderança do PSD quer fazer em consideração a essas famílias sofridas que perdem seus filhos para nos defender na batalha do dia a dia.

            Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado, Srs. e Srªs Senadoras aqui presentes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/03/2015 - Página 222