Discurso durante a 26ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação pela proximidade de entendimento entre o Governo e caminhoneiros visando ao fim da greve.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TRANSPORTE:
  • Satisfação pela proximidade de entendimento entre o Governo e caminhoneiros visando ao fim da greve.
Aparteantes
Luiz Henrique.
Publicação
Publicação no DSF de 11/03/2015 - Página 453
Assunto
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • REGISTRO, REUNIÃO, LOCAL, AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT), PRESENÇA, MIGUEL ROSSETTO, SECRETARIO GERAL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), MANOEL DIAS, MINISTERIO DO TRABALHO (MTB), PARTICIPAÇÃO, TRABALHADOR, EMPRESARIO, TRANSPORTADOR, REPRESENTANTE, SINDICATO, TRANSPORTE DE CARGA, ASSUNTO, DISCUSSÃO, MELHORAMENTO, CONDIÇÕES DE TRABALHO, MOTORISTA, CAMINHÃO, REFERENCIA, AJUSTE, PREÇO, FRETE, REDUÇÃO, VALOR, COMBUSTIVEL, AUMENTO, SEGURANÇA, ESTRADA, PERDÃO, MULTA, PROCESSO JUDICIAL, ELOGIO, APROXIMAÇÃO, ENTENDIMENTO, GOVERNO FEDERAL, LIDERANÇA, MOVIMENTAÇÃO, POSSIBILIDADE, ENCERRAMENTO, GREVE, BENEFICIO, SETOR, PRODUÇÃO.

                  O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS. Sem revisão do orador.) - Senador Cássio Cunha Lima, agradeço a V. Exª, que gentilmente assumiu a Presidência para que eu fizesse um comunicado. Serei breve, porque sei de sua responsabilidade como Líder de estar no plenário interagindo com todos os Senadores, inclusive com aqueles que estão na tribuna.

            Mas, Sr. Presidente, eu quero registrar a minha satisfação, porque nós todos aqui - e cito o Senador Blairo -, independentemente de partidos, trabalhamos muito no sentido de ajudar a construir uma situação favorável para o entendimento na greve dos caminhoneiros. Ontem ainda, realizei uma audiência pública com a presença de líderes, de empresários, de trabalhadores e do próprio Governo. E lá nessa reunião foi confirmado, claro, o grande encontro que teríamos hoje dos líderes dos caminhoneiros com três ministros.

            A reunião aconteceu hoje pela manhã reunindo caminhoneiros, empresários, transportadores, embarcadores, representantes de entidades sindicais e o Governo Federal, com a presença do Ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, de Antonio Carlos Rodrigues, dos Transportes, e de Manoel Dias, do Trabalho. O encontro ocorreu, Sr. Presidente, na sede da Agência Nacional dos Transportes Terrestres.

            Eu agradeço aos ministros, por suas assessorias, e aos líderes sindicais, que haviam me convidado para estar lá. Não fui porque entendi que não era o momento - o momento era de ouvir os líderes do grande movimento em nível nacional. Achei que eu deveria estar aqui, como estive ontem, dialogando, conversando e repercutindo o que eles decidissem.

            A decisão, para mim, foi muito positiva. O movimento reivindicou, Sr. Presidente Cássio Cunha Lima, melhor preço para o frete, redução do valor do diesel, segurança nas estradas, abertura de linhas de crédito para o transporte autônomo, perdão de multas, notificações e processos judiciais aplicados durante a paralisação, entre outras questões.

            Nesse encontro foi proposta, e acatada por todos - líderes dos trabalhadores, dos empresários e do Governo -, a criação de três subgrupos para debater, além da formatação do preço referencial do frete, a regulamentação de pontos da Lei do Caminhoneiro e uma agenda regulatória que considere o valor do pedágio e o reajuste do valor do diesel. Esses grupos terão 15 dias para discutir esses três pontos e elaborar um relatório que será apresentado no dia 26, em uma nova reunião do grupo de trabalho formado por caminhoneiros, empresários e o Governo.

            Os líderes sindicais, conforme o relato que recebi logo após o término da reunião, saíram esperançosos de que é possível construir um grande entendimento e fazer com que o Brasil volte à normalidade a partir dos grupos de trabalho.

            Também estou animado, Sr. Presidente, em função dos relatos que recebi ontem na Comissão de Direitos Humanos, quando ouvi a todos e me comprometi - e assim o fiz - a mandar as reivindicações para o Palácio.

            Estamos todos, aqui no Parlamento, fazendo a nossa parte.

            Sr. Presidente, o momento requer serenidade, tranquilidade e equilíbrio na busca do bem comum.

            Eu tenho certeza de que os líderes dos caminhoneiros - como me foi dito ontem - não querem parar novamente, querem a solução dos problemas. Os problemas existem, é inegável. Assim como está não pode ficar. É preciso que o acordo seja, enfim, formulado - aquilo que eu chamo de uma grande concertação. Temos a obrigação de resolver, de participar do processo, e assim estamos fazendo, Senadores e Deputados.

            Senador Luiz Henrique, V. Exª foi fundamental nesse processo. Cito V. Exª, que fez um discurso daquela tribuna emocionado pedindo aos caminhoneiros que voltassem e continuassem dialogando.

            Assim, a reunião foi positiva, Senador: Executivo, Legislativo, trabalhadores, caminhoneiros, empresários, todos fizeram a sua parte.

            O Sr. Luiz Henrique (Bloco Maioria/PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu quero cumprimentar V. Exª em nome de todos os Senadores que atuaram naquele movimento.

            A palavra, com satisfação enorme, está com V. Exª.

            O Sr. Luiz Henrique (Bloco Maioria/PMDB - SC. Sem revisão do orador.) - O Brasil é um país continental e, infelizmente, tem uma logística inadequada, distorcida. Na minha cidade, Joinville, nós temos a maior fábrica de geladeiras no mundo, lá são produzidas as marcas Consul e Brastemp. Muitos dos produtos que são usados para fabricar as geladeiras vêm de vários Estados do País, vêm de Minas, vêm de Pernambuco, vêm de São Paulo. E a geladeira, depois de pronta, vai lá para Cruzeiro do Sul, no Acre, por caminhão. Por que eu cito esse caso? Eu cito esse caso para demonstrar a importância estratégica do transporte rodoviário no nosso País. Nós viramos as costas para a cabotagem marítima, viramos as costas para a hidrovia, viramos as costas para a ferrovia e, hoje, a cadeia de transporte brasileira está repousada no transporte rodoviário. Por isso é que insisti tantas vezes em que era preciso haver esse diálogo. O Governo tem interesse fundamental em estabelecer uma relação justa entre o preço do combustível, do seguro, do IPVA e do pedágio com o preço do frete. Isso é fundamental para que o transportador, o caminhoneiro, esse herói nacional que trabalha às vezes 16h por dia em longa, paciente e resistente jornada, possa levar para a casa o mínimo para a subsistência de sua família. Estou gratificado por V. Exª abordar esse assunto na tarde de hoje. Felizmente, está se estabelecendo um caminho para garantir o abastecimento nacional, que está nas mãos do transporte rodoviário, e para oferecer a remuneração justa para o caminhoneiro.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Muito bem, Senador Luiz Henrique! Já vou concluir assinando embaixo do seu pronunciamento.

            Eu - como todo mundo sabe, tenho uma marca mais forte aqui vinculada às lideranças dos trabalhadores - recebi telefonemas, como sei que os Senadores receberam também, do setor da avicultura, do setor que trata do suíno, do setor que trata da carne de gado, dos transportadores de grãos, todos preocupados com milhões e milhões de prejuízo. Lembro-me da última ligação, que foi do Turra, que preside uma grande entidade em nível nacional, ele que já foi Deputado Federal: ao falar sobre a questão da avicultura, pediu que eu ajudasse nesse entendimento.

            Quero dizer que foi um trabalho coletivo do Executivo e do Legislativo, mas principalmente dos líderes dos trabalhadores, lideres do movimento que tiveram a sensibilidade de caminhar para a construção do acordo que, espero, culminará daqui a 15 dias, quando haverá a próxima reunião para fechar o grande pacto em nível nacional em nome dos caminhoneiros e do próprio povo brasileiro.

            Era isso. Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/03/2015 - Página 453