Discurso durante a 30ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do transcurso do 160º aniversário de fundação de Aracaju; e outros assuntos.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA. HOMENAGEM. HOMENAGEM.:
  • Registro do transcurso do 160º aniversário de fundação de Aracaju; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 18/03/2015 - Página 278
Assunto
Outros > ECONOMIA. HOMENAGEM. HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, ARACAJU (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE).
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, PREFEITO, MUNICIPIO, SANTA LUZIA DO ITANHY (SE), APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

            Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, todos que nos assistem pela TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, na verdade, como já foi dito aqui por vários oradores, o tema palpitante, o tema do momento são as manifestações dos últimos dias.

            Sempre disse, sempre, Senador Elmano, que é testemunha nas nossas reuniões do Bloco União e Força, que o paciente está em um estado muito grave - esse paciente se chama Brasil, o nosso País -, porque a crise não é só fiscal, não, a crise é de crédito. O tratamento era extremamente simples, muito simples, só dependia da vontade de alguns, principalmente da Presidente. O tratamento sugerido é diálogo e humildade - primeiro, humildade e, depois, diálogo. Fiquei feliz em ver essas duas palavras sendo pronunciadas não só pela Presidente, mas por vários ministros e vários interlocutores do Planalto nos últimos dias. Sempre disse isto - o senhor é testemunha -: humildade e diálogo. Chamar os Líderes, conversar e dialogar. Chamar todos à responsabilidade. Então, a crise não é só fiscal. A crise é de crédito, porque muitos acreditaram, como eu acreditei, no Governo que aí está, que, infelizmente, não correspondeu ao que nós brasileiros tanto merecemos e necessitamos. E não foi o tempo o obstáculo, porque este Governo já tem mais de uma década e, infelizmente, não fez o que deveria ser feito.

            Sr. Presidente, ocupo esta tribuna, hoje à tarde, para, sobretudo, homenagear a nossa capital, Senadora Maria do Carmo, a nossa Aracaju, que hoje faz 160 anos. É a capital do meu Estado, o Estado de Sergipe, que, hoje, completa 160 anos e que tem como Prefeito o ex-Governador João Alves Filho, nosso Prefeito.

            A história da cidade de Aracaju está relacionada à cidade de São Cristóvão, antiga capital da Capitania de Sergipe. E foi a partir da decisão da mudança da cidade que abrigaria a capital provincial que Aracaju nasceu.

            Fundada em 1855, ela foi a segunda capital planejada do País. Desafiou a capacidade da engenharia e foi concebida tomando como base os modelos de vanguarda existentes à época. Foi uma ousadia. Seu formato remete a um tabuleiro de xadrez. Dessa maneira, todas as ruas foram projetadas geometricamente para desembocarem no Rio Sergipe.

            Contudo, ao longo de mais de um século e meio de história, a cidade se agigantou, e, hoje, se considerarmos a grande Aracaju, há um contingente populacional de quase 1 milhão de habitantes. Porém, a beleza e o charme da capital do menor Estado brasileiro permanecem intactos.

            Há muitos problemas, é verdade, a serem solucionados. Isso é fato, Sr. Presidente. Contudo, Aracaju é apontada como a capital com menor desigualdade do Norte-Nordeste brasileiro, como a cidade com os hábitos de vida mais saudáveis do País, como exemplo nacional na construção de ciclovias nos projetos de deslocamento urbano e é considerada a capital do País com menor índice de fumantes, segundo o Ministério da Saúde.

            Em consonância com o fato de ser reconhecida como a capital da qualidade de vida, Aracaju vem ganhando destaque pelo sistema de deslocamento urbano chamado Caju Bike. Trata-se de plataformas com bicicletas espalhadas pela cidade, que podem ser utilizadas para prática de atividade física, mas também como meio de transporte limpo e eficiente. Neste último caso, propicia importante integração modal entre os principais terminais de ônibus nas imediações das principais faculdades e áreas de lazer da nossa capital.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como o grande crescimento de Aracaju aconteceu de maneira desordenada, a cidade, infelizmente, inchou. Agora, faz-se urgente que se trate de maneira integrada a questão do trânsito, da mobilidade urbana, de estacionamentos, de grandes vias e viadutos, sem que nos esqueçamos da importância da criação de áreas verdes, além de uma especial atenção às questões básicas, quais sejam a educação, a saúde e a segurança pública. Nesse sentido, gostaria de parabenizar a Guarda Municipal, instalada pelo nosso Prefeito João Alves Filho, com um excelente serviço que vem prestando a nossa comunidade.

            A cidade tem despontado como cidade universitária nordestina, embora não tenhamos, ainda, infelizmente, uma universidade estadual. Temos a Universidade Federal de Sergipe, temos a Universidade Tiradentes, temos a Faculdade Pio Décimo e tantas outras instituições de ensino superior muito bem avaliadas pelo MEC.

            Srs. Senadores, Sr. Presidente, como disse no início desta fala, a beleza e o charme da capital do menor Estado brasileiro continuam intactos nas suas indiscutíveis belezas naturais. E gostaria de enfatizar os 25km de praias...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... que se estendem da barra do Rio Sergipe - ao norte - até o Rio Vaza-Barris - ao sul. Um litoral de águas mornas e convidativas, tanto ao banho quanto à prática de esportes náuticos.

            Nossa rede hoteleira cresceu, é verdade, bastante nos últimos anos, mas ainda não temos um centro de convenções adequado. E o turista é sempre bem vindo à nossa capital em todas as épocas do ano, mas, sem dúvida, no período dos festejos juninos, hotéis registram a maior taxa de ocupação. Infelizmente, este ano, não tivemos o nosso famoso Pré-Caju. Inclusive, Sr. Presidente, alguns festejos e algumas práticas como as quadrilhas juninas de Aracaju estão entre as melhores do País, a exemplo da Unidos em Asa Branca, da século XX, da Xodó da Vila, Forró do Maranhão e da Maracangalha.

            Entretanto, Sr. Presidente, o São João em Aracaju tem uma particularidade: ele é, sobretudo, uma tradição familiar. Em muitas ruas de diversos bairros e de classes sociais da nossa capital, é comum ver os arraiais montados pela própria comunidade ou, mesmo, pelas famílias e pelas residências, onde há muito forró e alegria, repleto de bebidas e comidas típicas como pamonha, pé de moleque, canjica e tantos outros. Desde já, convido a todos para nos visitar.

            Sr. Presidente, antes de finalizar, gostaria de, aqui, reproduzir um questionamento que me foi feito pelo jornal Cinform, alusivo ao aniversário de Aracaju - abro aspas:

Em sua visão, o que seria de Sergipe se São Cristóvão continuasse sendo a Capital? - fecho aspas.

[Ao qual respondi:]

Sergipe seria grande, com toda a certeza. Mas a mudança da capital em 1855, ela foi uma atitude ousada, corajosa e visionária de Inácio Barbosa para que houvesse ascensão econômica e, principalmente, portuária. Ele fez a parte dele, é verdade. Mas, infelizmente, muitos esqueceram de São Cristóvão ao longo das décadas e ao longo dos governos.

            Hoje, São Cristóvão, lamentavelmente, apesar de ser a quarta cidade mais antiga do Brasil, é uma cidade endividada, Senador Elmano - endividada! É uma cidade-dormitório: esqueceram, realmente, da nossa primeira capital e das nossas origens.

            Somos pequenos, mas somos fortes, como disse Euclides da Cunha, e estamos atentos ao que acontece na cidade, no Estado e no País. Como já disse aqui, no último domingo, milhares de pessoas foram às ruas de Aracaju, mais precisamente à Orla de Atalaia, pedindo um País melhor, um País mais justo - um País mais justo. E o caminho é através da política, com escolhas decentes, com escolhas de bons líderes. Com certeza, vamos ter um País que todos nós merecemos.

            Para finalizar, Sr. Presidente, trago agora uma notícia muito triste. Ontem, pela manhã, faleceu, em Estância, o Prefeito Paulo César, Prefeito de Santa Luzia do Itanhy, cidade vizinha a Estância. Administrou aquela cidade por vários e vários anos. Sua morte súbita e inesperada, com certeza, deixou, não só os seus familiares, não só o povo de Santa Luzia do Itanhy, mas, com certeza, todo o povo sergipano, tristes pelo fato inesperado.

            Então, a toda a sua família e ao povo de Santa Luzia, quero aqui externar o nosso sentimento de pesar, o nosso sentimento de ter perdido um grande amigo e um grande líder da comunidade do Município de Santa Luzia do Itanhy. Irmão do também amigo e professor Luiz Fernando Soutelo, com certeza, uma pessoa histórica e extremamente respeitada no nosso Estado.

            Então, ao povo de Santa Luzia e ao povo sergipano, externo aqui o meu sentimento de pesar.

            Era só, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/03/2015 - Página 278