Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Expectativa com a realização de audiências públicas com Ministros de Estado na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher.

Autor
Ângela Portela (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DIREITOS HUMANOS E MINORIAS:
  • Expectativa com a realização de audiências públicas com Ministros de Estado na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2015 - Página 85
Assunto
Outros > DIREITOS HUMANOS E MINORIAS
Indexação
  • ANUNCIO, AUDIENCIA PUBLICA, PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), JOSE EDUARDO CARDOZO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), REPRESENTANTE, SECRETARIA DE POLITICAS PARA AS MULHERES DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA, ASSUNTO, COMBATE, VIOLENCIA, VITIMA, MULHER, ENFASE, MELHORIA, AREA, SAUDE, SEGURANÇA PUBLICA, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO, OBJETIVO, ACOLHIMENTO, PROTEÇÃO.

            A SRª ANGELA PORTELA (Bloco Apoio Governo/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Srªs e Srs. Senadores, os ministros Arthur Chioro, da Saúde; José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, virão ao Senado para debater com os membros da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, sobre as ações governamentais que visam proteger e beneficiar as mulheres brasileiras.

            O requerimento que sugere a realização de uma série de audiências públicas com ministros e autoridades do governo federal foi aprovado nesta quarta-feira, e tem o objetivo central de traçar um diagnóstico da situação das mulheres, com foco nas questões relacionadas à segurança e à saúde, embora não descartamos ampliar este debate quando o assunto se refere aos direitos de cidadania da população feminina.

            Instalada na semana que passou, a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher empreende reunir elementos para fazer um balanço dos esforços e ações governamentais voltados ao enfrentamento da violência contra a mulher.

            Tem procedência reunir autoridades e parlamentares em torno da questão da violência contra a mulher. Dados do Mapa da Violência 2012 revelaram que quase 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil entre 1980 e 2010, sendo que a maioria, 43,5 mil foram somente na última década, revelando que, de 1996 a 2010 as taxas ficaram em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres.

            Neste mesmo mapa e no período (1980 e 2010), Roraima apareceu em 13° lugar entre as unidades federativas mais violentas do Brasil, com uma taxa de homicídio de mulheres, acima da média nacional: 5,0 por 100 mil.

            Fazendo um recorte sobre todas as ações governamentais, destaco a área de saúde, por entender que a violência contra a mulher é um problema de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde revelam que, somente em 2011, esta modalidade de violência custou aos cofres públicos, um gasto da ordem de R$ 5,3 milhões, com 5.496 internações, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

            Mais surpreendente ainda, é sabermos que, naquele ano, cerca de 38 mil mulheres, com idade entre 20 e 59 anos, precisaram de atendimento no SUS, por terem sido vítimas de algum tipo de violência. Não por outra razão, a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, faz-se relevante em audiência pública.

            Destaco, também, a área de segurança, outra área diretamente ligada à questão em tela. Os ministros José Eduardo Cardozo e Eleonora Menicucci irão expor as ações estratégicas implantadas bem como os obstáculos enfrentados de combate no combate à violência de gênero, sexual e intrafamiliar que, como a corrupção, porém, em proporções bem menores, também invade os cofres públicos.

            Enfim, as audiências irão discorrer sobre uma série de ações protetivas, que o governo federal vem adotando com relação à mulher vítima de violência.

            Neste contexto, estão também, as construções em cada Estado e no Distrito Federal, da Casa da Mulher Brasileira, voltada a acolher as vitimas da violência de gênero.

            Portanto, integrante da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, compreendo que as audiências públicas que faremos no Senado, irão nos subsidiar com um leque de informações, bem como terá condições de nos apontar caminhos possíveis ao combate rigoroso a este tipo de crime contra as mulheres brasileiras.

            Era o que tinha a registrar.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2015 - Página 85