Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Registro de obras realizadas pelo Governo do Estado da Bahia; e outros assuntos.

Autor
Walter Pinheiro (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
Nome completo: Walter de Freitas Pinheiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO ESTADUAL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL.:
  • Registro de obras realizadas pelo Governo do Estado da Bahia; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2015 - Página 188
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO ESTADUAL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Indexação
  • REGISTRO, PRESENÇA, PLENARIO, SENADO, SUPLENTE, ORADOR.
  • REGISTRO, EXECUÇÃO, OBRA DE ENGENHARIA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DA BAHIA (BA).
  • ANUNCIO, REUNIÃO, GOVERNADOR, REGIÃO NORDESTE, SENADOR, CONGRESSO NACIONAL, OBJETIVO, DISCUSSÃO, PACTO FEDERATIVO.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero saudar a presença aqui do nosso companheiro Roberto Muniz, nosso suplente aqui no Senado.

            O Roberto foi companheiro meu de jornada também na Secretaria do Estado da Bahia. Ele era secretário de Agricultura na época em que eu era secretário do Planejamento. O Roberto foi deputado estadual, além de um dos brilhantes secretários, na nossa época, ali, organizando a agricultura da Bahia, e um destacado deputado estadual na Assembleia.

            O Roberto também foi prefeito da gloriosa Lauro de Freitas, cidade que, na realidade, permite ao soteropolitano uma integração enorme entre as duas cidades; cidade, inclusive, meu caro Roberto Muniz, que deverá receber em breve uma estrutura do metrô. Esse projeto, que começamos a discutir ainda na Secretaria de Planejamento - e V. Exª teve oportunidade de participar desses debates -, é exatamente a construção da Linha 2 do metrô de Salvador, que chegará agora, portanto, a Lauro de Freitas, transformando o nosso metrô em verdadeiro transporte metropolitano. Portanto, essa será uma grande conquista.

            No próximo dia 9 de abril, o Ministro das Cidades, inclusive, estará em Salvador para entregar mais uma estação do metrô; um metrô, Paulo Paim, que, por diversas vezes, desta tribuna, eu chamei de “metrô calça curta”, meu caro Reguffe.

            Fizeram o projeto do metrô em Salvador, e nós passamos quase 15 anos sem ver o metrô dar sequer os primeiros passos. No projeto, já havia essa ousadia - vou usar essa expressão para brincar com o povo soteropolitano -, porque seria um metrô de 12km. O primeiro trecho, de 6km, nós batizamos de “calça curta”, pois a população que mora numa das avenidas de Salvador, conhecida como Avenida Bonocô, vê o metro passar, mas não há estação. No meio da principal avenida, não há uma estação do metrô! Há uma no início e outra lá no chamado Acesso Norte.

            Isso faz parte da modificação já introduzida pelo então Governador Jaques Wagner, e hoje o projeto está sendo tocado pelo atual Governador Rui Costa. No dia 9, nós vamos inaugurar a Estação Bom Juá, para chegar ao Retiro e, depois, caminhar um pouco para frente. Quem sabe, Roberto, chegue a Águas Claras esse projeto, que, desde 2009, nós, na Secretaria do Planejamento, já ousávamos chamar de “a nova rodoviária”, indo lá para a BR-324.

            O Governador Rui Costa, por diversas vezes, tem vindo a Brasília. E o Governo Federal já havia assumido este compromisso, desde a etapa anterior - aliás, desde o período da Copa -, com a Linha 2. Portanto, o metrô passará pela Paralela e chegará até Lauro de Freitas.

            Na semana passada, o Governador anunciou também as duas novas linhas, que, na época, nós chamávamos de “espinhas de peixe”, cortando da orla até o subúrbio. Refiro-me à Linha Azul e à Linha Vermelha.

            A Linha Vermelha ligará a orla de Salvador, na altura de Piatã, a Paripe; e a Linha Azul, também saindo da orla, mas na altura da Pinto de Aguiar - portanto, já em Patamares -, com esse trecho da Pinto de Aguiar já completamente duplicado. Agora, resta a duplicação da Avenida Gal Costa, fazendo chegar até o subúrbio ferroviário, na altura do Lobato.

            Portanto, são obras estruturantes sendo entregues à cidade de Salvador, que completou, no domingo, os seus 466 anos. O Governo do Estado da Bahia, o Governo Federal entregando importantes obras de mobilidade, de infraestrutura urbana, obras de contenção; obras, inclusive, de melhoramento do ponto de vista das oportunidades na cidade de Salvador, como atração de investimentos, melhorias no nosso parque tecnológico, a chegada de grandes empresas. Salvador passa a ter um outro traço, não só na sua reestruturação, do ponto de vista da mobilidade, tampouco só e somente só dessa estrutura física, mas também mexendo na vida das pessoas.

            O Governador também anunciou, nessa segunda-feira, em um grande ato, a questão do Pacto pela Educação, com a presença de diversos prefeitos, quase todos os prefeitos. A Bahia tem 417 Municípios, e, se não me falha a memória, Roberto, no ato do Pacto pela Educação, havia 397 prefeituras presentes. Essa foi a informação que me foi passada. Eu não pude ir ao ato, na segunda-feira de manhã, pois eu estava ainda com uma gripe muito forte, com muita febre e não tive condição de me dirigir ao local.

            Portanto, foi um ato importante, ainda na sequência desses presentes para a cidade de Salvador. Aliás, presentes, não; é nossa obrigação. Costumamos achar que o governante está dando um presente à cidade. Nós estamos cumprindo nossa obrigação, cumprindo nossa tarefa. Não podemos tratar isso como um favor, tampouco como se estivéssemos fazendo algo em que governante é exaltado.

            Essa é a etapa importante: podermos cumprir aquilo, inclusive, que foi anunciado. E, durante as eleições de 2014, o nosso Governador Rui Costa teve a oportunidade de, de forma muito enfática e com os pés no chão, apresentar a proposta para a região metropolitana, o plano de governo. Com isso, o Governador já tem a oportunidade de, nos primeiros dias - ainda chegando aos 90 dias, quando todos fazem o balanço de 100 dias -, conseguir entregar diversas obras.

            Ele esteve, também, na Ribeira, onde anunciou equipamentos importantes para a nossa cultura. Aliás, uma região que nos é muito cara. Eu, por exemplo, vivi boa parte da minha infância, adolescência e juventude, na Cidade Baixa.

            A Ribeira, em particular, é sede de importantes colégios do chamado ensino público. Naquela região ali, por exemplo, há a escola onde estudou a minha mulher, o Colégio João Florêncio Gomes, que hoje é da Polícia Militar. Nós tínhamos uma convivência muito grande com a cidade baixa. Eu estudei, inclusive, no mesmo colégio que o Governador Rui Costa, no Luiz Tarquínio, ali na Av. Luiz Tarquínio. Aliás, eu e o Governador, em diversas épocas, quando ele Deputado e eu já Senador, brincávamos muito e dizíamos assim: nós estudamos nas mesmas escolas, Luiz Tarquínio, Escola Técnica, portanto, tivemos quase que a mesma caminhada.

            São importantes anúncios feitos pelo nosso Governo do Estado, sem contar as inúmeras obras que são entregues no interior do Estado. Ontem, por exemplo, o Governador esteve na cidade de Feira de Santana e, recentemente, em Santa Brígida, fazendo entregas do Minha Casa, Minha Vida, sistema de abastecimento de água, políticas de saneamento, que é outra área, meu caro Roberto Muniz, muito importante nesses últimos anos na nossa gestão no Estado da Bahia. Os investimentos foram investimentos ousados para fazer uma política de abastecimento e uma política de saneamento em todo o Estado, numa demonstração clara do compromisso do Governo do Estado em olhar o Estado como um todo, tirando uma lógica de concentração sempre na região da capital, ou na região metropolitana da nossa querida Salvador.

            É óbvio que Salvador até carece muito. Salvador foi uma cidade muito castigada nos últimos anos. Salvador é uma cidade que tem um traço muito difícil. A atividade econômica de Salvador não é uma atividade pujante.

            Portanto, uma cidade que é a terceira em população no País, Paulo Paim, não é o terceiro orçamento, levando em consideração as capitais.

            Então, é uma cidade com um traço geográfico bastante, eu diria, complicado e com contornos de dificuldades, uma cidade sem planejamento ao longo de toda uma trajetória, e isso dificultou muito. Uma cidade com uma ocupação totalmente irregular e uma cidade que precisa, também, ter, de forma cada vez mais presente, uma estrutura de desenvolvimento econômico que enxergue o tamanho e, principalmente, a população da cidade.

            Portanto, a potencialização de diversos bairros como Cajazeiras, ou a região, inclusive, que eu citei aqui, da Cidade Baixa, a nossa Liberdade, uma cidade cuja presença do povo negro é, na sua essência, eu diria, o fator determinante para a nossa cultura, para o desenvolvimento, transformando Salvador na África do nosso Brasil.

            É importante que governos possam olhar, cada vez mais, com um olhar criterioso, mas, principalmente, responsável e cumpridor das suas obrigações, para essa nossa cidade.

            Tenho por Salvador um carinho muito grande, não só por ser a cidade que me abriga desde o meu nascimento, tenho, pela cidade, um carinho enorme exatamente pela forma como a cidade sempre respondeu, como a sua gente sempre respondeu de forma muito positiva aos nossos projetos. Fui Vereador naquela cidade, tive oportunidade de conhecer os quatro cantos, de laborar ali por quatro anos, no período, inclusive, em que a nossa companheira Lídice da Mata foi Prefeita da cidade. É uma cidade que merece de todos nós o empenho, a dedicação por recursos, por transformação, por desenvolvimento econômico.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador, permite-me V. Exª?

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) -Quero mostrar não um carinho de quem nasceu lá, mas um carinho enorme também pela cidade de Salvador. Eu recebi, em uma oportunidade, o título de cidadão de Salvador.

            Foi uma sessão linda, bonita, aquele povo negro, branco, todos lá, unidos, tocando tambor, tocando violão, foi muito, muito bonito.

            E agora eu fui comunicado, há pouco tempo, acho que até falei com V. Exª, que eu recebi o título de Cidadão da Bahia. Eu só vou lá se V. Exª estiver lá. Claro que eu quero ir, estou muito orgulhoso, estou contando aqui todo vaidoso, não é, Senador Reguffe? Estou contando com alegria mesmo, porque eu adoro a Bahia.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Vamos! Já lhe disse: vamos programar.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - E quero estar junto com V. Exª.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Mas temos que combinar com a Assembleia Legislativa, para fazer o ato exatamente num período... Geralmente eles fazem isso numa quinta. Então, portanto, dá para a gente...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Combinar o jogo aí.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - ... fazer a entrega desse título de Cidadão Baiano.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu estou aqui curtindo V. Exª...

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Já que você é cidadão soteropolitano...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - ... demonstrar todo o seu amor pela Bahia.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - ... agora tem o título de Cidadão Baiano.

            Essa coisa de receber o título de Cidadão, ou soteropolitano ou baiano, recorda-me muito, Senador Paim, de uma figura que é o autor do "baianês", Nivaldo Lariú. Um sujeito carioca, que foi morar em Salvador, foi meu companheiro de trabalho, trabalhamos juntos na Telebahia, Nivaldo Lariú teve um grande saque. Ele dizia o seguinte: "Eu chegava em casa de noite, para conversar com meus filhos, estava difícil." Os filhos já ali crescendo na Bahia, em Salvador, e ele disse: "Eu chegava de noite, e o linguajar dos meus filhos, eu não conseguia entender nada." Ele começou a se aplicar e produziu, é o sujeito que escreveu o Dicionário de Baianês. E eu era Vereador de Salvador.

            E numa época eu, para ser sincero, Paim, sempre tive muita resistência a essa história de dar título de cidadão, porque às vezes uma Casa sai dando o título de cidadão a todo o mundo e termina, com todo o respeito, banalizando. Eu disse: eu vou dar um título de cidadão soteropolitano a um sujeito que teve a ideia de pegar a vida real, as dificuldades, inclusive, suas, e transformar e produzir algo interessante, que foi o "baianês".

            E aí uma das coisas que Nivaldo disse, exatamente na noite em que ele recebeu lá o título de cidadão soteropolitano, foi isso aí, agora transcrito pelo Senador Paulo Paim: a alegria como o soteropolitano, ou como o baiano recebe, recepciona, saúda as pessoas. Essa é uma forma muito espontânea. Aliás, essa é uma coisa do baiano. Todo mundo fala que a melhor peça da Bahia, quando alguém chega lá - é óbvio que nós temos belezas raras no nosso corte topográfico, a Bahia, em todos os cantos, tem coisas belíssimas -, mas a coisa mais bela da Bahia é exatamente o seu povo.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - O seu povo.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - É um povo que absorveu essa coisa da arte, da cultura.

            Há até muita provocação... Aqui mesmo o pessoal fica fazendo gozação com a gente e diz: “Baiano não nasce; baiano estreia.” Então, baiano é, eu diria, um estado de arte em si, porque é essa forma de um povo extremamente alegre, um povo faceiro, como dizem os cariocas, ou “maneiro” em linguagem... Mas é um povo de uma dedicação...

            É muito difícil, Paulo Paim, você chegar a uma rua, em Salvador, e pedir uma informação a alguém que não se disponha a acompanhá-lo até seu local de destino; que não faça questão, às vezes, inclusive de levá-lo a sua casa, portanto, ainda na ingenuidade, acreditando que é possível ter esse tipo de relação. É essa gente que merece de nossa parte, cada vez mais, o empenho, a dedicação para a aplicação de políticas públicas.

            Esse período que antecedeu a data de nosso aniversário - digo nosso como soteropolitano -, desde a fundação por nosso Tomé de Sousa, eu diria que foi um período recheado de entregas, de assinatura de ordem de serviço... E, aí, quero reafirmar isto: o compromisso do nosso Governo do Estado de promover, inclusive, as parcerias com a Prefeitura, com o Prefeito ACM Neto, que é do DEM. O Governador, inclusive, chamou o Prefeito para, em conversa, discutir essas questões dos corredores de transporte. Acho que aí é que está a grandeza e a sapiência do gestor público, do governante. Estamos fazendo pela cidade, não é para partido A ou para partido B, tampouco dá para discriminar esse ou aquele. Portanto, é nessa lógica que a gente tem trabalhado. Eu, por exemplo, coloquei diversos recursos de minhas emendas para a cidade de Salvador, entendendo meu compromisso com a cidade, assim como tenho colocado recursos para a saúde, para o interior do Estado; majoritariamente, inclusive, como sempre fiz, desde a época de Deputado, coloco os recursos no Governo do Estado...

(Soa a campainha.)

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - E, depois, nós temos a oportunidade de fazer a distribuição.

            E, no caso de Salvador, tive o compromisso assumido, fiz um compromisso com Vereadores, particularmente, um pleito de nosso Vereador de Salvador, Gilmar Santiago, a partir exatamente das discussões estabelecidas em diversas áreas, nas quais eu até militei durante muito tempo, buscando melhoria urbana na cidade de Salvador.

            Assim como, também, nossos recursos para as unidades hospitalares que estão na cidade de Salvador - o nosso querido Hospital Santa Izabel, o Hospital Ana Nery, que é um hospital referência, um hospital destaque.

            Eu falo muito do Ana Nery com um sentimento assim... primeiro, de uma alegria enorme. Tenho pelo Hospital Ana Nery, meu caro Paulo Paim, eu diria mais do que um apego, um amor; tenho, inclusive, uma obrigação: é o hospital onde nasceu o meu primeiro filho.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Walter Pinheiro, permita-me, já que eles estão se retirando: está aqui uma delegação de oficiais do exército português.

            Sejam bem-vindos à Casa. Este é o Senado da República do Brasil.

            Vocês estão assistindo, na tribuna, a um dos melhores Senadores deste País.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Uma parte do coração de Paulo Paim está falando agora.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - E o Senador Reguffe, aqui no plenário, Senador que é orgulho não só de Brasília, mas de todo o nosso País também.

            Levem essa boa imagem do Parlamento brasileiro.

            Sejam bem-vindos.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Então, Paim, como eu estava dizendo, esse é um hospital que tive oportunidade de conhecer, ainda numa fase muito difícil da minha vida.

            E me recordo até, no dia do nascimento do meu filho, de alguns fatos interessantes. Meu filho nasceu em 13 de outubro de 1977 e é o pai da minha neta mais velha, Júlia, que é do dia 13 de abril. E, quando Júlio nasceu, que é o meu mais velho, eu era um jovem de 18 anos, e minha mulher, uma adolescente de 16 anos.

            Portanto, Reguffe, se fosse no tempo de hoje, eu até poderia estar respondendo a alguns processos. Não foi fácil para uma menina de 16 anos, num hospital em que ela tinha de ficar sozinha.

            Na noite... Meu filho nasceu exatamente no dia 13, em decorrência deste fato que vou contar aqui, agora. Na noite do dia 12 de outubro, o Brasil estava jogando - a seleção brasileira -, e um dos médicos, brincando comigo, disse assim: “Vamos assistir ao jogo ali. Depois do jogo, a gente faz o parto.” E terminou que Júlio nasceu no dia 13. Se fosse ali... Naquela época, ainda não havia o PT. Alguém poderia dizer que o médico empurrou um pouquinho daqui para acolá, para nascer no dia 13 de outubro.

            Depois, Reguffe, terminou que, coincidentemente, quando saí candidato a Deputado Federal... O PT costuma fazer o sorteio dos números para os candidatos, todo mundo quer o número 1313.

            Uma das pessoas que tinham ido comigo acompanhar o sorteio disse: “Seu Pinheiro, não vai ter 1313 e tal, só sobrou aqui 1310”. Eu disse: pegue. Porque 1310 é exatamente a data de nascimento do meu filho. Não sou muito chegado à numerologia, a coincidência, mas essa coisa ficou muito marcada.

            Em 2007, já no governo Jaques Wagner, o governo e a universidade assinaram um protocolo buscando recuperar o Hospital Ana Nery. O hospital passava por diversas dificuldades, já tinha fechado diversas alas e o esforço foi enorme para recuperarmos essa unidade e entregar a Salvador um dos melhores hospitais.

            E para quem no Brasil não conhece Salvador ou quem não conhece o Ana Nery, esse hospital ficou conhecido nacionalmente com aquele menino cujo padrasto enfiou uma quantidade expressiva de agulhas em seu corpo, algumas inclusive foram parar no coração. Foi nesse hospital público, o Ana Nery, que essa criança foi operada. Nesses últimos anos, o Ana Nery se notabilizou, pois são mais de mil cirurgias cardíacas pediátricas feitas por esse hospital.

            O ex-Governador Jaques Wagner e eu, inclusive, carrego aqui comigo no bolso o cartão do SUS. É o hospital onde faço o meu check-up. Contribuí com essa experiência, assim como também com emendas para o Hospital Ernesto Simões, para o Octávio Mangabeira, para a rede pública. Esse é um esforço que vimos fazendo na cidade de Salvador para entregar importantes equipamentos.

            Outra grande obra feita no governo Jaques Wagner foi exatamente o Hospital do Subúrbio, na América Latina, com certeza a primeira experiência com esse traço, um hospital com parceria público-privada. E hoje é um hospital de excelência, localizado no subúrbio de Salvador.

            Além disso, equipamentos importantíssimos foram consolidados, ao longo desses últimos anos, na cidade.

            Também tive oportunidade de participar, com o Governador Jaques Wagner, da inauguração do nosso parque tecnológico em setembro de 2012, parque que fez parte da nossa luta na outra Casa, pois a luta começou quando eu era Deputado Federal.

            Um importante equipamento hoje já completamente povoado, meu caro Paulo Paim.

            Refiro-me também à luta pela consolidação do Cimatec, que é hoje o terceiro centro de pesquisas do País. É uma instituição que me dá muito orgulho falar dela, porque sei o que ela representa para todos nós e o quanto foi difícil a conquista desse importante instrumento.

            A Bahia é sede, hoje, do maior supercomputador da América Latina e um dos 100 maiores supercomputadores do mundo, em uma pareceria que fizemos com a British Gas. São equipamentos que nós fomos levando para a cidade de Salvador, buscando exatamente encontrar, nessa experiência que nós falamos do traço do baiano, aproveitar a potencialidade, a criatividade do povo baiano, e montamos ali verdadeiras indústrias de software.

            No parque tecnológico, nós temos experiências fantásticas. Eu não quero aqui citar para não deslizar, efetivamente, na ausência de alguns nomes. Mas são experiências belíssimas de jovens, de empreendedores que foram produzindo softwares, soluções de diversas ordens...

(Soa a campainha.)

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Portanto, esse foi um período importante para a nossa cidade e para o nosso Estado.

            Teremos aqui, Paulo Paim, no próximo dia 15 - o governador me comunicava a respeito -, uma reunião dos governadores do Nordeste com os Parlamentares aqui, no Congresso Nacional. Eu conversava exatamente com o governador ontem à noite para acertarmos uma reunião, e ele convocou uma para segunda. Como nós não poderemos estar, conversaremos com o governador na segunda à noite.

            O ponto central é nós fecharmos a nossa parte do Pacto Federativo. Os nossos Estados e Municípios não aguentam mais essa situação, essa forma de distribuição de recursos no País.

            No meu Estado, é pior ainda. Hoje, eu conversava como Otto e com a Senadora Lídice sobre a queda na arrecadação, sobre as nossas dificuldades. Sei que a política de incentivos para atração de investimentos vai, cada vez mais, dando sinais de cansaço. Portanto, precisa ser substituída, mas não se pode abortar uma trajetória que se consolidou e que permitiu que a economia da Bahia crescesse.

            Aliás, este foi outro grande marco nos oito anos da gestão do Governador Jaques Wagner: a atração de investimento, a desconcentração da economia da região da capital e o aproveitamento das potencialidades da Bahia, ou seja, a chamada energia do vento, com todos os projetos de eólica e, ao mesmo tempo, também, o constante investimento em todas as regiões da Bahia.

            Nós vamos para essa reunião na segunda, com o Governador, de olho naquilo que nós iniciamos, ontem à noite, aqui, que é a possibilidade de entregar ao País, aos Estados e Municípios uma legislação que reconheça as diferenças regionais, que trate as desigualdades entre as regiões, mas que, de uma vez por todas, ajuste as condições, para que em todas e quaisquer regiões deste País nós possamos ter oportunidade de desenvolver, de fazer crescer e disponibilizar, cada vez mais, o que tem de melhor para todo e qualquer cidadão, onde quer que ele viva. Esse é o desafio que nós começamos ontem. Poderíamos ter votado isso em 2013, Paulo Paim. Eu tive oportunidade de relatar a matéria e terminamos por assistir, aqui, literalmente, meu caro Reguffe,...

(Soa a campainha.)

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - ...matarem a medida provisória, porque ela não morreu. Ela foi, numa linguagem bem direta, levada à morte.

            Então, nós teremos a oportunidade de fazer isso e acho que o Senado não pode deixar passar esse momento, principalmente nesta hora difícil do País. Se quisermos encontrar saída para o País, o caminho para a retomada do crescimento, nós temos que olhar para os Municípios e para os Estados. Se a gente achar que vai encontrar só a porta de saída para a União e trancar a porta lá embaixo... Eu continuo batendo nesta tecla: ninguém mora na União, nem mora no Estado. O cidadão mora no Município, no lugar onde ele pisa, onde ele tem o CEP, onde ele tem a sua casinha, onde ele tem a sua família, onde tem a sua ação de labor.

            A semana que vem promete ser acirrada, mas eu espero, na semana que vem, completar essa etapa que nós começamos, aqui, em 2011.

            Não tivemos condição de fazer em 2013, mas a oportunidade chegou agora, e chegou na hora importante, para darmos a nossa contribuição, ajudar o País a sair dessa dificuldade e, ao mesmo tempo, criar as condições para que Municípios e Estados continuem crescendo e, principalmente, se desenvolvendo.

            Um abraço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2015 - Página 188