Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e agraciar as vencedoras da 14ª premiação do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz.

Autor
Ângela Portela (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e agraciar as vencedoras da 14ª premiação do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz.
Publicação
Publicação no DCN de 12/03/2015 - Página 186
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, CONCESSÃO HONORIFICA, MULHER, PARTICIPAÇÃO, SOCIEDADE, LUTA, CIDADANIA, IGUALDADE, ENFASE, HISTORIA, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA, PESSOAS, RECEBIMENTO, DIPLOMA, DEFESA, NECESSIDADE, MELHORAMENTO, PARIDADE, REPRESENTAÇÃO POLITICA, CONGRESSO NACIONAL.

A SRª ÂNGELA PORTELA (Bloco Apoio Governo/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico) - Sr. Presiden-

te, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, Srªs e Srs. deputados, mulheres brasileiras, cidadãs e cidadãos presentes a esta sessão solene do Congresso Nacional.

    Destina-se esta sessão solene, a reconhecer grandes nomes da luta feminina. Nesta oportunidade, o Se- nado Federal homenageia , de forma especial, as vencedoras do Prêmio Bertha Lutz.

    A premiação com o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz faz parte das celebrações do histórico Dia Inter- nacional da Mulher, institucionalizado no Brasil em 1975. Essa data se tornou um símbolo de nossa ação por mais direitos, mais respeito e mais cidadania. Passou a ser um marco, também, de lutas por bandeiras históricas das mulheres, como o fim da violência de gênero ou o aumento de nossa representação política.

    Com este prêmio, criado há 14 anos, o Senado Federal reconhece o trabalho de mulheres, de guerreiras que se destacam pela valiosa contribuição que prestaram, e continuam a prestar, à conquista dos direitos da mulher é às questões de gênero no Brasil.

    É, assim, um ato do Parlamento brasileiro ,de mulheres de todas as origens, classes sociais, escolaridade e credo religioso, sempre com um objetivo, que é criar um Brasil melhor, menos desigual e com mais qualida- de de vida.

    É ainda uma justa homenagem à feminista Bertha Lutz, que nas primeiras décadas do século passado, liderou o movimento pelo sufrágio feminino no Brasil.

    A propósito, neste ano em que completamos 83 anos da conquista do voto feminino, lembremos que foi o protagonismo de Bertha Lutz que abriu caminho para que hoje estejamos aqui, ainda que sub-representadas, mas legitimamente escolhidas pelo sufrágio dos brasileiros.

    Sim, estamos sub-representadas. Somos hoje 13 senadoras, o correspondente a apenas 16 por cento do total de cadeiras nesta casa. Na Câmara, a representação feminina é hoje de apenas 51 deputadas, ao lado de 462 homens. Portanto, 9,9 por cento.

    Estou convencida de que só ampliaremos essa representação para patamares mais razoáveis se contar- mos com mecanismos institucionais capazes de reverter essa histórica desigualdade. Precisa-se, para isso, as- segurar maior presença de mulheres nas bases partidárias, garantir-lhes espaço e tempo na mídia partidária, criar-lhes condições, enfim, para se impor no universo político.

Senhoras e senhores,

    Como presidente do Conselho do Diploma Bertha Lutz, cumprimento efusivamente, neste momento, as mulheres escolhidas para recebê-los. Reconhecemos assim o relevante trabalho que desenvolvem seja em tribunais, seja na educação, na saúde, na ciência, em associações de mulheres trabalhadoras.

São elas:

     A ministra Cármem Lúcia Antunes Rocha, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal e líder do mo- vimento Justiça e Paz em Casa. Parabéns, ministra.

     A antropóloga, socióloga, professora e pesquisadora Clara Maria de Oliveira Araújo. Nossos cumprimen- tos, professora, por nos enaltecer com seu trabalho em favor das mulheres.

     Creuza Maria Oliveira, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, que começou a trabalhar aos dez de idade. Parabéns pelo amplo caminho percorrido, que já conheceu tantas vitórias ao or- ganizar as mulheres brasileiras.

     Ivanilda Pinheiro Salucci, do meu Estado de Roraima.

    Senhoras e senhores, permitam-me render homenagens a esta educadora social que tem longa história

    de luta em favor dos direitos da criança e do adolescente e ao combate à exploração sexual e à violência con- tra a mulher, na região Norte e no nosso Estado de Roraima.

     Nascida Roraima, Ivone Salucci, como é mais conhecida, notabilizou-se em 2008, ao denunciar uma rede de exploração sexual que operava em Boa Vista, capital de Roraima, e que envolvia cerca de 20 crianças e adolescentes. Ivone Salucci se transformou em um exemplo de compromisso com a justiça. Querida Ivone Salucci, a senhora nos dá orgulho.

     Homenageamos, também hoje, a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar, primeira mulher a ser nomeada ministra do Superior Tribunal Militar. Nossos cumpri- mentos pelo pioneirismo e pelo trabalho desempenhado como jurista.

     Mary Garcia Castro, professora aposentada e pesquisadora, reconhecida em toda a América Latina, de

    temas como gênero, família, mulher, feminismo e identidades. Parabéns.

     Débora Martins Bonafé dos Santos (in memoriam), psicóloga de renome nacional, aqui representada

    pela sua mãe, a senhora Claudinéa Martins Bonafé, a quem cumprimento.

    Como podemos constatar, são mulheres que não têm medido esforços na luta em defesa dos direitos femininos e questões de gênero no País, assim como os direitos das crianças e dos adolescentes. São brasileiras que promoveram e estão promovendo transformações de enorme relevância social e pessoal.

    Parabéns, a todas nós, pela passagem do Dia Internacional da Mulher.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 12/03/2015 - Página 186