A SRª ÂNGELA PORTELA (Bloco Apoio Governo/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o Ministério da Saúde lançou ontem (07), o livro “Alimentos Regionais Brasileiros”, edição 2015, para marcar a passagem este ano, do Dia mundial de Saúde.  

            Em produção atraente desde a arte até o conteúdo, recheado de comidas típicas de cada região e dicas de como cozinhar com mais saúde, o livro tem o objetivo principal de estimular a população para o consumo de uma alimentação saudável capaz de promover saúde e mais qualidade de vida, reduzindo a obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças.

            Com a campanha publicitária “Da Saúde se Cuida Todos os Dias”, folders, cartazes, banner na internet e posts em redes sociais, o Ministério da Saúde reforça seu objetivo de dar mais foco à Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), que visa incentivar mudanças de comportamento sobre a alimentação social e individual.

            É importante ressaltar que a campanha do Governo Federal de promover uma extensa campanha publicitária de incentivo a hábitos saudáveis de alimentação, especialmente, em escolas, tem origem nos dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014) que revelou apenas 24,1% da população brasileira consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cinco ou mais dias da semana.

            Para a OMS, a ingestão necessária é de pelo menos 400 gramas desses alimentos diariamente. Esse consumo é ainda menor entre os homens, quando o índice é de 19,3%, e maior entre as mulheres, 28,2%.

            Esta pesquisa mostra, também, que 29,4% da população ainda consome carne com excesso de gordura, apesar de o índice ter apresentado queda ao longo dos anos - saindo de 32,3% em 2007. Os dados são reveladores de que homens brasileiros consomem duas vezes mais, com 38,4%, enquanto entre as mulheres o índice cai para 21,7%.

            Todavia, a Vigitel 2014 apontou fatos positivos, como o de que o brasileiro diminuiu em 20%, nos últimos seis anos, a ingestão de refrigerante. Esse fato já um alento no universo em que mais de 20,8% da população faz uso de refrigerantes cinco vezes ou mais na semana, sendo 23,9% entre os homens e 18,2% entre as mulheres.

            No ato de lançamento do livro, o ministro da Saúde Arthur Chioro, destacou o compromisso do governo federal de priorizar alimentação segura e saudável para toda a população deste país, que é belo, mas, sobretudo, rico em alimentos em geral e que precisa valorizar cada vez mais, sua cultura, seus saberes e suas práticas regionais.

            No livro, a região Norte, rica em frutas, hortaliças, leguminosas e cereais, figura uma lista de alimentos sugestivos para serem usadas na alimentação escolar. São eles: abricó, abiu, açaí, araçá, bacaba, banana-pacova, bacuri, biriba, buriti, cajarana, castanha do Pará, castanha do Brasil e castanha da Amazônia, camu-camu, cubiu, cutite, guaraná, cupuaçu, murici, jambo, ingá, inajá, mangaba, pupunha, piquiá, sapota do Solimões, sorva, taperebá, tucumã, umori e uxi. As hortaliças da região norte são: Bertalha, espinafre-d’água, jambu, maxixe-do-reino e quiabo de metro. A região também possui ervas Pimenta do reino e chicória-do-pará, muito usadas na culinária local, além do Feijão regional. O levantamento do alimentos regionais foi feito durante oficinas de culinárias, realizadas em cada região do país, em que foram preparadas comidas com base em pratos tradicionais locais.

            A ação estratégica do governo federal de incentivar por meio de campanha publicitária, a prática de alimentação saudável, especialmente nas escolas, busca estimular o uso de frutas in natura, em lugar de alimentos industrializados, como barras de cereais, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, refrigerantes e outros.

            Enfim, a relação dos alimentos disponíveis em cada região está, agora, à disposição de todos e todas. A forma de prepará-los e consumi-los está ao alcance de quem tem vocação e aptidão para tal. Portanto, penso que este livro chega em uma boa hora e, para seu sucesso, peço a atenção de pais, professores, educadores e cuidadores de crianças e de idosos, bem como de pesquisadores e especialistas em alimentação, para a importância de contribuírem com a promoção da saúde da população, desde a infância.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigada.