O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Telmário, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, estudantes que ocupam as galerias do Senado Federal neste momento - sejam bem-vindos ao Senado Federal -, antes de iniciar meu pronunciamento, queria aqui, em nome do PMDB nacional, mais uma vez dar os parabéns ao Presidente Sarney. Sei que este é o desejo do Presidente Michel Temer, que já deve ter telefonado ao Presidente Sarney, e que, se não o fez, o fará ainda no dia de hoje.

            Sr. Presidente , a Nova República, a transição democrática deve muito ao Presidente Sarney. Por isso os nossos parabéns e o desejo de muito sucesso, de muitas vitórias. E a vitória maior que Deus pode conceder é estender a sua vida, para que ele possa continuar ajudando o Brasil, junto com seus familiares, nos aconselhando naquilo que a gente precisa.

            Sr. Presidente, nota-se que os Estados pequenos, cuja influência é menor, às vezes sofrem com a falta de atenção para as coisas mais essenciais de que necessitam para o seu desenvolvimento e para a diminuição das desigualdades neste imenso País. Digo isso porque pretendo expor, nesta oportunidade, a situação das nossas BRs, federais, em Rondônia.

            Começo pela BR-429, no Estado de Rondônia, que aqui tenho a honra de representar. Essa BR, Sr. Presidente, foi fruto de uma luta incessante da Deputada Federal Marinha Raupp. Quando fui Governador, ela já era Deputada Federal. Eu comecei com alguns convênios de recursos do Estado. Construí a primeira ponte, de quase 400m, sobre o Rio Machado. Fiz vinte quilômetros de asfalto pelo Estado, de uma BR Federal, dando a largada para o Vale do Guaporé, uma rodovia de 360km.

            A Deputada Marinha pegou essa BR como empreitada, e ela tem dito que dedicou mais de quinze anos da vida dela, entre outras coisas, na área da educação, da saúde, da cultura, da infraestrutura das nossas cidades, mas, sobretudo, a essa BR. Eram oito cidades isoladas, com atoleiros. Quando não era a poeira no período da seca, eram atoleiros intermináveis, não sendo possível, muitas vezes, transportar combustíveis, pessoas doentes da cidade de Costa Marques, ou São Francisco, Seringueiras, São Miguel, Alvorada e daí por diante. E ela conseguiu.

            Diz ela que, numa audiência com a Ministra Dilma Rousseff, quando era Chefe da Casa Civil do Presidente Lula, por 40 minutos ela convenceu a Dilma, a Ministra Dilma na época, a incluir essa BR no PAC, no Programa de Aceleração do Crescimento. E aí se iniciaram as obras. Várias empresas lá trabalharam, quase concluíram; mas como toda grande obra tem problemas, essa também teve problemas: empresas abandonaram, empresas saíram, contratos venceram, as pontes ficaram sem construir, a travessia de uma cidade ficou sem construir. Mas ficaram trechos muito bonitos, com elogios e mais elogios das pessoas que lá moram, que lá residem, e dos que passam por lá. A BR-429 foi transformada. Ainda há muitas críticas hoje, é verdade, porque já faz mais de oito anos que alguns trechos dessa BR foram concluídos, e já estão sob manutenção. Já há alguns buracos. E ainda não foi totalmente concluída. A travessia de São Miguel, agora há pouco, foi relicitada - porque a primeira licitação a empresa abandonou - e deve estar dando ordem de serviço agora, com a abertura do novo orçamento.

            Eu falei com o superintendente do DNIT hoje, de manhã, e ele me disse que agora, no início do mês de maio, dará definitivamente a ordem de serviço para a conclusão desse trecho, que é a travessia urbana em frente à cidade de São Miguel, que tem sofrido. Já fecharam a BR várias vezes, o comércio, a indústria, as pessoas, por não se conformarem que a BR já está quase pronta e a travessia de uma cidade ainda não está pronta. Estão prontas as travessias de Alvorada, de Seringueiras, de São Francisco, e ficou de fora a travessia de São Miguel. Então, eles lutam com justiça, com razão, mas isso vai ser resolvido este ano.

            Quinze pontes de concreto estão em construção, algumas já praticamente prontas, faltando apenas o encabeçamento. A informação do superintendente do DNIT de Rondônia, Dr. Fabiano, é que essas pontes deverão ficar quase todas prontas este ano, com encabeçamento, com asfaltamento dos trechos que ainda não foram feitos, e a manutenção desses trechos que precisam já de manutenção.

            Esse é o retrato, Sr. Presidente, da BR-429. Eu estou aqui defendendo um povo sofrido, da chamada região do Vale do Guaporé, que por muito tempo ficou sem asfalto nessa rodovia. Agora, o asfalto já começa a ter problemas, porque já faz muito tempo que foi construído. Eu vou continuar sempre defendendo, aqui na tribuna, a travessia de São Miguel, os trechos que ainda não foram pavimentados, as pontes que ainda não foram concluídas.

            A Deputada Federal Marinha Raupp, tenho certeza, continuará defendendo na Câmara dos Deputados também, porque ela ama essa região. É uma paixão. Eu gosto muito também. Eu sou apaixonado pelo Vale do Guaporé, pelo Estado de Rondônia, mas a Deputada Marinha ama de coração aquela região da BR-429, onde ela sempre teve uma votação extraordinária, em todas as eleições. Ela foi já seis vezes eleita Deputada Federal - hexa. O Brasil não foi hexa, mas ela já foi seis vezes vitoriosa e, nas últimas três eleições, a mais votada no Estado de Rondônia, pelo carinho, pela dedicação, pelo amor que ela tem por aquele povo.

            Mas eu queria ainda falar de outras questões. Enquanto estou na BR-429, eu queria dizer também que, logo, logo, deverão estar iniciando as obras do IFE - Instituto Federal de Educação - na cidade de São Miguel, ocupando instalações ainda não concluídas da Universidade Federal de Rondônia, que passa agora para o Instituto Federal de Educação Científica e Tecnológica, o IFE, na cidade de São Miguel, para atender toda aquela região da BR-429.

            Hoje à tarde, Sr. Presidente, eu não poderei ir porque eu tive uma pequena cirurgia de dente e não poderei viajar, por aconselhamento médico. Mas hoje à tarde será entregue na cidade de Seringueiras, nesta BR também, três equipamentos, de emenda minha: uma motoniveladora 0km e dois caminhões trucados. E ainda sobrou dinheiro que vai comprar mais uma máquina. Do convênio que eu arrumei para Seringueiras, o prefeito me disse que sobrou uma parcela de recurso e que ele vai comprar mais uma máquina, uma quarta máquina, e três serão entregues hoje. Estará lá nos representando hoje, às 16h, na cidade de Seringueiras, o Gilberto Moura, que foi Vereador em Rolim de Moura, assessor da Deputada Marinha, para entregar esses equipamentos.

            Mas eu queria aqui cobrar também, do nosso Superintendente do DNIT e dos nossos diretores do DNIT nacional, antes de encerrar o meu pronunciamento, algumas ações em outras BRs federais. Na BR-425, que liga Guajará-Mirim a Abunã, a BR-364, que está em restauração, mas que faltam também duas pontes que ainda não foram iniciadas, falta acelerar o trabalho, agora, neste verão, para ver se conclui a pavimentação e a restauração total desta BR tão importante para Guajará-Mirim e Nova Mamoré.

            Falo também da ponte do Abunã, a ponte que dá travessia para o Acre, que já está iniciada, e eu espero que não seja contingenciado o orçamento para que essa ponte possa ser concluída. Da mesma forma o início da ponte binacional, prometida pelo Lula e prometida pela Dilma, ligando Guajará-Mirim a Guaramirim, fronteira Brasil-Bolívia, que é a ponte binacional que eu tenho defendido bastante.

            E falo, também, da BR-364, que está em péssimas condições, lamentavelmente. Passei, semana passada, de carro na BR-364, onde há muito buraco, à noite é muito perigosa. Carretas são tombadas, carros estouram pneus, acidentes acontecem por falta de manutenção. Eu sei que há um esforço gigantesco do Dr. Fabiano, que está novo lá em Rondônia. O Superintendente, engenheiro, Dr. Fabiano, está sempre no trecho. Conversei com ele hoje de manhã ainda, repito, e ele está atento, mas as empresas que pegam essas obras têm tido dificuldade.

            Então, na hora da seleção, tem que olhar bem as empresas que vão contratar, para ver se elas fazem um serviço de boa qualidade, se dão celeridade também nesse serviço. É o trecho de Porto Velho a Ariquemes, é o trecho de Ariquemes a Ouro Preto, é o trecho de Ouro Preto a Pimenta Bueno, é o trecho de Pimenta Bueno a Vilhena. São quatro grandes lotes, são quase 800km de Porto Velho a Vilhena, e existe problema em quase todos os trechos.

            Então, espero que, neste verão, que está começando agora, no início de maio, essas empresas possam acelerar e dar condições de trafegabilidade, sem risco de acidentes, sem pneus estourando, sem carros tombando, porque o fluxo de caminhões é muito grande, já necessitando futuramente de uma duplicação, pelo menos do trecho de Pimenta Bueno a Ariquemes, nessa BR-364.

            Falo ainda - agora para concluir, Sr. Presidente - da BR-435, de Vilhena, Colorado, Cerejeiras, Pimenteiras, obra também já contratada, com ordem de serviço, e as empresas também estão muito lentas. Ela está um pouco deteriorada, e eu espero que essas empresas acelerem também o trabalho na BR-435, antiga 399. Era uma rodovia estadual, e eu tive o privilégio de, quando diretor-geral do DER e quando governador, trabalhar e atuar nela. Ela ainda era chão, depois a asfaltamos, e agora ela foi transformada, num projeto do Senador Acir Gurgacz - que estava aqui no Senado ainda há pouco, meu colega de Rondônia -, foi federalizada pelo Senado Federal e agora está a cargo da Superintendência do DNIT de Rondônia E disse-me hoje também o Dr. Fabiano que já está contratada, e a empresa deve entrar o mais rápido possível nessa obra.

            Sr. Presidente, feito esse relato, eu alerto as autoridades para que ajudem o Estado de Rondônia. É um Estado novo, que precisa muito dos investimentos federais. Eu vou continuar brigando aqui, na tribuna do Senado, para que essas obras venham a acontecer.

            E, para terminar, espero que a minha voz possa ser ouvida pelas autoridades competentes, pois não pode haver discriminação de brasileiros que habitam os rincões mais distantes do nosso imenso País, mas, às vezes, o nosso Estado, como o de V. Exª também, nossos Estados da Região Norte, como são muito distantes, ficam um pouco esquecidos pelas autoridades federais.

            É bem verdade que o Presidente Lula fez muitas ações, e Fernando Henrique também. Eu sempre faço justiça nas minhas falas porque, quando eu fui governador, eu fiz parcerias importantes com o Presidente Fernando Henrique na construção de usinas hidrelétricas, na construção do Porto Graneleiro de Porto Velho, de manutenção de rodovias; mas o Presidente Lula foi quem mais investiu no meu Estado: foram mais de R$40 bilhões investidos em oito anos. A Presidente Dilma continua também, com algumas dificuldades neste segundo mandato, mas, no primeiro mandato, foi um mandato importantíssimo para Rondônia também; ela sempre foi muito bem avaliada em Rondônia, sempre deu muita atenção ao Estado.

            E, para coroar, eu espero que a Presidente Dilma continue as ações lá em Rondônia e não vete as emendas que nós colocamos na MP nº 660, que eu presidi aqui no Senado Federal, que é a MP da transposição dos servidores de Rondônia, Roraima e Amapá. Espero que ela sancione e que faça justiça com esses servidores que estão lá há mais de 30 anos, trabalhando pelos nossos queridos Estados, ex-territórios de Rondônia, Roraima e Amapá.

            Obrigado, Sr. Presidente.