Pela Liderança durante a 53ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cumprimentos ao Ministro da Fazenda, Sr. Joaquim Levy, por seu posicionamento favorável a um programa de concessões para atendimento das demandas de infraestrutura do País; e outros assuntos.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Cumprimentos ao Ministro da Fazenda, Sr. Joaquim Levy, por seu posicionamento favorável a um programa de concessões para atendimento das demandas de infraestrutura do País; e outros assuntos.
TRANSPORTE:
Aparteantes
Ataídes Oliveira.
Publicação
Publicação no DSF de 23/04/2015 - Página 369
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • ELOGIO, JOAQUIM LEVY, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), MOTIVO, VIAGEM, DESTINO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), OBJETIVO, ANUNCIO, PROGRAMA NACIONAL, CONCESSÃO, ENFASE, OBRAS, INFRAESTRUTURA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, AUMENTO, VAGA, EMPREGO, AMPLIAÇÃO, PRODUTIVIDADE.
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, RODOVIA, LOCAL, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), OBJETIVO, OBSERVAÇÃO, OBRAS, REALIZAÇÃO, RESPONSABILIDADE, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), COMPARAÇÃO, CONSTRUÇÃO, INICIATIVA PRIVADA, COMENTARIO, RELEVANCIA, DIFERENÇA, FAVORECIMENTO, ATIVIDADE PRIVADA, DEFESA, UTILIZAÇÃO, SISTEMA, CONCESSÃO.

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Caro Presidente Elmano, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, tenho usado esta tribuna, em muitas oportunidades, para fazer críticas ao Governo, críticas ao ajuste fiscal que tem sido realizado, principalmente à forma como ele vem sendo feito, à dosagem em que está sendo colocado, entendendo que ele é necessário e que nós não vamos sair da situação em que nos encontramos antes de um sacrifício.

            Mas tenho vindo à tribuna para falar sobre esse assunto, e hoje quero aproveitar o meu espaço de Líder para cumprimentar o Ministro Levy - pelo menos, segundo as notícias que chegam -, pela viagem que fez aos Estados Unidos. Muito bem tem feito S. Exª: ir ao encontro daqueles que podem mudar o humor ou como olhar a economia brasileira. E o centro das discussões é Nova York, nos Estados Unidos; portanto, a ida do Ministro Levy é importante - foi e é importante.

            E, nas notícias que chegam dessa viagem, ouço, com muita atenção e muita esperança, quando o Ministro se posiciona no sentido de que vai o Executivo, agora em maio ou junho, apresentar à Nação, aos empresários, aos fundos e investidores do mundo afora um programa de concessões no Brasil.

            Fico animado com isso, porque não consigo enxergar no horizonte que o Executivo ou nós, com nossos parcos recursos, possamos fazer frente à grande demanda de infraestrutura que há no País.

            E, graças a Deus, o pensamento do Executivo também vem mudando. Não me interessa muito a denominação, se é “privatização”, se é “concessão”; para mim, tudo é a mesma coisa. O importante é que a população, o cidadão brasileiro - os empresários, os industriais, o cidadão, enfim - tenha à sua disposição a infraestrutura que este País precisa para gerar riqueza, alavancar mais empregos, mais dinamismo e ir ao encontro da produtividade de que precisamos no País, como constatamos hoje.

            Faço esta fala, Presidente e caros colegas Senadores e Senadoras, porque tive a oportunidade, no final de semana, de visitar, numa única rodovia, duas obras que estão sendo tocadas: uma por parte do DNIT, por parte do Governo, por nossa parte, digamos assim; e outra uma parte de uma rodovia já concedida à iniciativa privada. E é gritante a diferença. A diferença é do dia para a noite, a diferença é do óleo para a água.

            Na parte que compete ao DNIT, temos três empreiteiras, sobre as quais já falei poucos dias atrás: a Equipav, a Sanches Tripoloni e a Empa; trata-se do trecho de Rondonópolis a Cuiabá, de 212km. Essa obra se arrasta. As empresas que estão lá têm enorme dificuldade de tocar as suas coisas no dia a dia, já que o Governo não consegue pagá-las nem pelo serviço que fizeram no ano passado. Como é que vão fazer investimentos para receber para frente, se nem mais dinheiro para o óleo diesel as empresas têm? Então, é uma obra de extrema importância, por onde passam de 12 a 15 mil carretas e caminhões por dia. Nessa rodovia, morrem de três a quatro pessoas todos os dias, e ela não funciona, não funciona e não vai.

            Um pouco mais à frente, de Rondonópolis até a divisa do Mato Grosso do Sul, em um trecho de 100km, na mesma rodovia, só que na parte concessionada, eu gostaria de convidar, sem autorização da empresa - mas tenho certeza de que, se ligarmos lá, eles irão permitir que façamos isso... Lá está a Odebrecht. Uma empresa chamada Rota do Oeste é a concessionária. Em um trecho de 100km, deve haver, segundo as notícias da região - eu não conversei com nenhum engenheiro -, mil máquinas trabalhando para fazer a duplicação de 100km. A meta é 2 mil homens trabalhando e, até dezembro deste ano, entre Rondonópolis e a divisa de Mato Grosso do Sul, serão 100km ou 110km totalmente prontos.

            E a outra parte, que é do Governo Federal, nós não conseguimos fazer 30km nesse período de dois anos de obra.

            Então, fica claro e evidente que as concessões precisam ser feitas. É preciso ir adiante com isso, porque, caso contrário, vamos passar mais dez anos, mais quinze anos, a nossa geração vai embora e nós não vamos deixar nada de legado para os nossos filhos, não vamos deixar aquilo que queremos: um País que tenha competitividade, como diz sempre o Senador Ataídes, que tenha forma de fazer o enfrentamento, reduzindo os seus custos do transporte.

            Então, meus caros colegas, fica muito claro isso. E eu quero saudar, então, o Ministro Levy pela iniciativa. E eu espero que seja uma realidade, que a gente chegue agora no mês de maio, junho, que venha uma grande oferta de obras de infraestrutura concessionadas, porque, quando é concessão, continua sendo do povo brasileiro. Não tem a mínima diferença. Só se diz o seguinte: “Você cuida dessa usina, você cuida dessa estrada, você cuida desse bem público, por 15 anos, por 20 anos, por 30 anos; depois disso, volta o patrimônio da União para o cidadão”. E a gestão todos nós sabemos. É uma gestão muito mais tranquila, muito mais fácil. Não diria imune à corrupção, mas lá embaixo, porque nas empresas também há corrupção.

            Enfim, é um processo que quero saudar.

            Vejo que o Senador Ataídes quer fazer um aparte, que concedo.

            O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Oposição/PSDB - TO) - Muito rapidamente, Senador Blairo. É a respeito das obras inacabadas em nosso País. Agora, recentemente, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, sob o comando aqui do nosso querido Senador Otto Alencar, nós criamos uma subcomissão exatamente para analisar as obras inacabadas no País, como também as empenhadas e não iniciadas, o que é muito grave, conforme V. Exª está colocando. Os 100km que eram de responsabilidade do Estado estão sendo concluídos, e os 30km, pela União, ainda não foram concluídos. Ou seja, teria que ser o contrário. Mas eu acredito que essa subcomissão vai fiscalizar e acompanhar essas obras, que causam um prejuízo danado à nossa Nação, não só financeiramente, mas socialmente também. Muito obrigado.

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) - Muito obrigado, Senador Ataídes.

            Para finalizar, Sr. Presidente, queria pedir o apoio dos colegas Senadores e Senadoras para que a gente estimule cada vez mais o Governo, estimule o Ministro, já que ele está à frente, e também os Ministros do Desenvolvimento e do Planejamento, para que olhem, pensem, chamem o empresariado, chamem os fundos de investimento, porque dinheiro, no mundo, não falta; bons projetos o Brasil tem. Se o caso for de segurança jurídica - parece-me que nós temos essa segurança jurídica, tanto política quando na esfera judicial, se for necessário -, o Brasil tem condições de dar essa segurança. Acho que não se duvida mais que nós somos um País democrático, que somos um País que respeita a legislação, um País que respeita contratos. Acho, não: tenho certeza de que isso o Brasil demonstrou, age assim e faz assim. Bons projetos nós temos, só não temos o dinheiro. Portanto, precisamos trazer esses fundos de pensão, esses investidores.

            E também tenho certeza de que, com relação aos empresários brasileiros, muitos projetos que estão aí podem ser feitos por eles. O Governo não precisa cuidar de rodoviária. O Governo não precisa cuidar de aeroporto. O Governo não cuida de usina hidrelétrica. O Governo não cuida de transporte urbano, é concessão, é uma linha concessionada. Por que não abrimos para as rodovias? A rodovia vai estar aí, e não interessa se o dinheiro é alemão, francês, americano. Ninguém vai levar uma rodovia embora. Ela está aí e está feita. É só cumprir o contrato, fazer os pagamentos necessários dos pedágios; e tudo vai em frente, e o País vai em frente.

            Então, eu sempre digo: é nas crises que aparecem as grandes oportunidades. E essa grande crise que nós temos será a grande geradora de oportunidades para o Brasil e para todos nós.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/04/2015 - Página 369