O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR. Sem revisão do orador.) - Senador Humberto, Senador Jorge, como sou o Relator revisor, precisava ir com pressa ali.

            Entendo também e agradeço esta oportunidade.

            São três assuntos muito rápidos que quero aqui, Sr. Presidente, registrar.

            Primeiro, quero parabenizar o Governo pela sensibilidade que teve em prorrogar, por mais um ano, o prazo do Cadastro Ambiental Rural.

            Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, nós fizemos uma grande gestão, junto com o Vice-Presidente, junto com a Ministra do Meio Ambiente, a Ministra da Agricultura, no sentido de fazer a prorrogação do Cadastro Ambiental Rural.

            Esse cadastro é da maior importância, porque ele dá suporte aos agricultores em relação ao licenciamento ambiental das terras, créditos em bancos e o monitoramento da propriedade.

            E no meu Estado, Sr. Presidente, Srs. Senadores, nós temos aí mais de 10 mil estabelecimentos agropecuários que precisavam, realmente, tirar esse cadastro ambiental. Temos aí 8900 na agricultura familiar e 1400 agricultores, que não são da agricultura familiar.

            Nos 15 Municípios, nós temos aí, aproximadamente, 12 mil propriedades em 62 assentamentos. Portanto, nós ficamos muito felizes em conseguir essa prorrogação, porque ela vai, sem nenhuma dúvida, facilitar a vida do agricultor.

            Quero, também, hoje, Sr. Presidente, lembrar que hoje é o dia do líder comunitário. Hoje comemoramos o dia do líder comunitário. Líder é a pessoa que comanda orienta ações e ideias, ele tem o dom de despertar nos outros a vontade de fazer. Os líderes comunitários são servidores voluntários da sociedade, não se preocupam em agradar a todos, eles conhecem cada um dos membros da sua comunidade e fazem com que essas pessoas se sintam no centro e na periferia das decisões políticas.

            Quando isso acontece, o povo se sente valorizado e temos um exemplo democrático e participativo. Registro aqui uma justa homenagem a aqueles que são os primeiros colaboradores com o crescimento e a qualidade de vida do seu povo, especialmente, nos bairros - é muito peculiar a gente ver os líderes comunitários nesse sentido.

            Queremos também aqui, Sr. Presidente, registrar que esse final de semana estivemos no nosso Estado, e ali reunimos, no Município de Normandia, no Baixo Cotingo, com 43 líderes indígenas, ali fomos ouvir suas reivindicações. Elas foram concentradas, principalmente, na pecuária, na criação de gado, na agricultura, com tratores e no transporte de caminhões, etc.

            Quero aqui, também, registrar a presença de dois Vereadores do meu Estado, de Rorainópolis, o Márcio, Presidente da Câmara, e o Adriano, membro da Câmara de Rorainópolis, que nos honram muito. Rorainópolis é o segundo maior Município do Estado de Roraima.

            E hoje esses dois líderes políticos daquele Município maravilhoso estão aqui. Vieram trazer suas demandas; nós já encaminhamos algumas com sucesso. Quero agradecer sua presença.

            Sr. Presidente, para concluirmos, meu assunto principal hoje são os 150 anos do Marechal Rondon. O Congresso realizou hoje sessão solene para comemorar os 150 anos de nascimento de Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon, nascido em 5 de maio.

            Rondon foi um militar e sertanista que desbravou as Regiões Centro-Oeste e Norte nos séculos XIX e XX. Por causa das expedições que comandou, passou a ser habitada a região onde está situado o Estado de Rondônia, assim denominado em sua homenagem.

            Rondon nasceu no distrito de Mimoso, em Mato Grosso, no dia 5 de maio de 1865. Igual a mim, Marechal Rondon era descendente de índios: por parte de mãe, dos índios terenas e bororos; e por parte de pai, dos índios guanás. Ficou órfão e foi criado pelo avô. Mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou na Escola Militar.

            Depois de se formar bacharel em Ciências Físicas e Naturais e tornar-se tenente em 1890, foi transferido para o setor do Exército que implantava linhas telegráficas por todo o País. Já como major do Corpo de Engenheiros Militares, em 1907, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, atual Porto Velho. A Comissão Rondon teve seus trabalhos realizados entre 1907 e 1915.

            Sob o lema “Morrer, se preciso for; matar, nunca”, Rondon foi o líder responsável e grande idealista da convivência pacífica entre índios e brancos. À frente das expansões de linhas telegráficas estratégicas na chamada Comissão Rondon, o Marechal foi nomeado presidente de um serviço de proteção aos índios. No ano de 1957, teve reconhecimento por sua atuação e foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

            Rondon foi o líder que conectou o Brasil e defendeu a vida indígena, apoiando a criação do Parque do Xingu...

(Soa a campainha.)

            O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - ... desde a concepção da ideia até a formalização do projeto.

            Com visão além do seu tempo, Rondon defendeu que para ter um País produtivo e fértil deveríamos preservar o índio na terra, e não considerá-lo um descartável.

            Rondon dedicou a vida a promover a colonização do interior do País, pacificando e tratando os índios com muito amor, carinho e respeito, o que hoje, às vezes, não vemos acontecer em diversas localidades do nosso País. Criou a Funai e também propôs a criação do Parque Indígena do Xingu. Morreu em 1958, no Rio de Janeiro, com quase 93 anos.

            Portanto, Sr. Presidente, as minhas homenagens a esse líder brasileiro, a esse homem que serviu à Pátria, a esse cidadão que teve a sensibilidade, por ter o sangue indígena, de dar os primeiros passos rumo à proteção das comunidades indígenas.

            Rendo aqui as minhas homenagens e agradeço, Sr. Presidente, por esta oportunidade.

            Muito obrigado.