Pela ordem durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Dia do Taquígrafo.

Autor
Walter Pinheiro (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
Nome completo: Walter de Freitas Pinheiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem ao Dia do Taquígrafo.
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2015 - Página 103
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, TRABALHADOR, TAQUIGRAFIA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, NOTAS TAQUIGRAFICAS, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco Apoio Governo/PT - BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Vou aproveitar a oportunidade. Na realidade, até estava previsto fazer um pronunciamento hoje à tarde por conta exatamente da justa homenagem que, quando eu estava chegando, a Senadora Vanessa estava fazendo a esses profissionais que se dedicam diuturnamente aqui, no plenário, e que, portanto, merecem de todos nós não só o reconhecimento como também até um nível de, meu caro Medeiros, colocação dentro do espaço do que significa isso para o Plenário. Uma das tarefas mais nobres para o trabalho do Legislativo é o que é desempenhado pela taquigrafia, pela proeza de captar de forma muito rápida todas as coisas que acontecem, pela capacidade de traduzir fielmente aquilo que se processa e também, inclusive, pela dedicação que têm a esse processo, até porque diversos temas são tratados.

            E recordo-me muito de um debate de que participei num dos congressos mundiais em que o principal palestrante era o Presidente da China Mobile, a maior empresa de celular do mundo, com algo em torno de 800 milhões de usuários. Ele fez uma intervenção em chinês, e um Ministro do Paquistão pediu que ele voltasse a falar sobre o tema, mas, agora, em inglês, porque ele não tinha conseguido perceber. E aí o Ministro do Paquistão, Jorge, teria dito o seguinte: “Pode ser que a tradução, como é um tema muito técnico, tenha pecado. Então, eu gostaria que o senhor se expressasse agora em inglês, para ver se consigo tirar minha dúvida”. E o Presidente da China Mobile voltou e, em chinês, de novo, disse assim: “Ainda bem que o senhor não entendeu errado pelo que eu falei. O senhor está avaliando o que é a tradução”.

            Assim, traduzir ou, no caso específico da função da taquigrafia, transpor - porque não é traduzir, é, na realidade, reproduzir fielmente - é uma tarefa muito difícil. E volto a insistir: são diversos temas. Desse modo, além de ter a habilidade com a taquigrafia, o profissional de taquigrafia tem que, inclusive, ser alguém com uma capacidade de perceber e de entender diversos assuntos, para, na hora, inclusive, dessa chamada reprodução e não tradução, não cometer nenhum equívoco. Portanto, é alguém que zela pelo conteúdo, que garante o conteúdo e que não põe no conteúdo a sua interpretação, pondo fielmente aquilo que se processou.

            E, às vezes, aqui, no Senado, até eu diria que o pessoal tem uma folga, mas, na Câmara dos Deputados, por diversas vezes, eu acompanhei esse trabalho da taquigrafia, vendo lá como é que o taquígrafo fica se mexendo e se movendo, para tentar enxergar qual é o Deputado que está falando, para identificar naquela confusão, além do próprio processo do perfil do trabalho, da jornada de trabalho.

            E, quando eu cheguei ao Congresso Nacional, eu procurei discutir com a taquigrafia, até porque tinha feito isso na Câmara de Vereadores de Salvador, Jorge, tentando tratar da jornada, das condições e do ambiente de trabalho para essa turma que se dedica de forma inteira. Então, nós fizemos essa discussão sobre o ambiente, porque, quando sai daqui, o taquígrafo ainda tem que ir para uma outra fase, que é a fase de começar a levar essa reprodução para o papel, e, portanto, Jorge, montar aquilo que acabou de ouvir. E depois, num determinado momento, ele ainda tem que retornar ao plenário para dar sequência. É um trabalho que se encaixa, não é algo que começa com um e termina com um, é algo que tem a necessidade de haver uma equipe. E, ao mesmo tempo, tem que ter também um processo de interação com o pós, a junção daquilo que foi coletado em plenário, para que uma redação possa ter corpo, alma e espírito, ou seja, possa ter estrutura, para que as pessoas não acompanhem a sessão aos pedaços. Já imaginou, Jorge Viana, se recebêssemos o resultado dessa sessão aos pedaços, fazendo aquela história de copia e cola? Portanto, esse não é um trabalho só de ausculta, nem um trabalho só de graficamente reproduzir - e ligeiro - aquilo que se fala. É um trabalho completo, que é entregar aquilo que se processou, numa sessão, num debate, de uma fala, enfim, para que as pessoas do outro lado possam ter fielmente aquilo que se processou. Portanto, é uma profissão que eu diria das mais nobres para o Parlamento, para a democracia e, principalmente, para a sociedade.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2015 - Página 103