O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Oposição/PSDB - PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, agradeço ao Senador Aloysio por permitir que eu faça uma comunicação, com muito pesar.

            Requeiro, nos termos dos arts. 218 e 221 do Regimento Interno, que seja consignado, nos Anais do Senado, voto de pesar pelo falecimento de Dom Vicente Zico.

            Requeiro ainda inserção em Ata de voto de profundo pesar pelo falecimento, e que seja encaminhado a Sua Eminência Reverendíssima Dom Orani Tempesta, arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro; a Sua Excelência Reverendíssima Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém; e encaminhado à família.

            O Pará amanheceu de luto nesta terça-feira. após a notícia do falecimento, aos 88 anos de idade, do Arcebispo Emérito de Belém, Dom Vicente Zico.

            Dom Zico, como era mais conhecido, nasceu em 1927, em Luz, Minas Gerais - Senador Anastasia, talvez por isso, com certeza, ele tenha sido sempre iluminado por Deus.

            Foi ordenado sacerdote em outubro de 1950, aos 23 anos de idade. Foi professor, diretor espiritual e reitor no Seminário da Prainha, em Fortaleza (1952-1963); diretor espiritual da Associação dos Filhos de Maria de Fortaleza, atualmente Juventude Mariana Vicentina de Fortaleza (1957-1963); reitor do Seminário São Vicente de Paulo, Petrópolis, Rio de Janeiro (1963-1966); conselheiro provincial da Província Lazarista do Rio de Janeiro; foi assessor da CNBB e Santa Sé; foi membro da Comissão Episcopal Pastoral - Dimensão Missionária da CNBB; conselheiro geral da Congregação da Missão, na Cúria Generalícia em Roma, Itália.

            Dom Zico foi nomeado arcebispo coadjutor de Belém pelo Papa João Paulo II, em 1980, exercendo o cargo até 1990, quando, também pelas mãos do Papa João Paulo II, foi nomeado o oitavo arcebispo da capital metropolitana, sucedendo a Dom Alberto Ramos, que renunciara ao completar 75 anos.

            À frente da Arquidiocese de Belém, Dom Zico criou paróquias e cinco das seis Regiões Episcopais. A primeira paróquia de sua gestão foi a de São Vicente de Paulo, em Ananindeua. Ele criou também a Fundação Nazaré de Comunicação; o Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC), importante referência que faz parte do complexo do seminário arquidiocesano, juntamente com o Instituto de Filosofia e Teologia Regional (IFTR); e a residência dos seminaristas. Essas são apenas parte das obras do emérito.

            Dom Zico renunciou à Arquidiocese em 2002. Sua renúncia foi aceita em 2004, quando foi nomeado Arcebispo emérito de Belém. Acompanhou o trabalho dos Arcebispos Dom Orani João Tempesta, que o sucedeu na Arquidiocese de Belém, e Dom Alberto Taveira, que ocupou o cargo após Dom Orani ser nomeado Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro.

            Mesmo deixando a função no arcebispado, fez questão de continuar residindo em Belém, terra que adotou até a sua partida para o Reino de Deus, onde será recebido com alegria. Temos certeza de que sua alma será plena de paz e de luz eterna. Sua voz mansa e humilde continuará nos tocando o coração e nos ligando ardentemente ao amor de Cristo e de Nossa Senhora.

            Foi grande sua obra. Sua evangelização alcançava o povo de Deus com maestria e simplicidade! Nas suas missões, deixava sempre a marca cristã de fazer, com extremo zelo, qualquer serviço dedicado a Deus!

            Obrigado, Dom Zico, por sua presença.

            Obrigado, Dom Zico, pela sua amizade.

            Obrigado, Deus, por nos ter abençoado com um pastor de tamanha humildade, tão simples na sua grandeza, tão nosso e tão de Deus. O céu está feliz por tê-lo agora, e nós o guardaremos sempre nas nossas orações e nos nossos corações. Tenho certeza de que continuará, agora do céu, rezando e cuidando de todos nós.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.