O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a minha palavra, neste instante...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador, permita-me, eu gostaria de agradecer muito a V. Exª. Havia um projeto meu na Comissão de Assuntos Econômicos. Eu fiquei sabendo, minutos atrás, que V. Exª foi fundamental na defesa para que as pessoas com doenças crônicas não tenham mais que pagar o Imposto de Renda. Eu queria agradecer a V. Exª.

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - SE) - Fiz uma defesa consciente, sabendo que V. Exª bateu numa tecla importante, uma vez que, pelo menos 25 milhões de brasileiros têm alguma situação de deficiência. E V. Exª atendeu os reclames de uma sociedade ainda injustiçada: há muita desigualdade em nosso País, e o seu projeto veio ao encontro do atendimento a uma sociedade que precisa de apoio. E esse apoio foi consubstanciado numa proposição justa e equânime que teve o apoio de toda a Comissão de Assuntos Econômicos. V. Exª é que está de parabéns.

            Sr. Presidente, eu ocupo a tribuna nesta tarde para lamentar a morte, em situação de violência, do meu amigo, líder político, ex-prefeito da cidade de Itabaianinha, Sergipe, por três vezes também ocupando a cadeira de vereador, Joaldo Lima de Carvalho, conhecido por Joaldo da Laranjeira. Era um homem de índole pacífica; uma pessoa conceituada no Município, notadamente pelos enormes serviços prestados à comunidade, como administrador, como gestor público; um homem devotado à causa pública e, acima de tudo, destituído de qualquer maldade contra o ser humano. E, de repente, tem a sua vida ceifada pela ação criminosa de pessoas que penetraram na sua fazenda, em que ele se encontrava repousando, e foi acordado por nove bandidos que, de forma violenta, penetraram na sua casa. E ele veio a ser assassinado na presença de mais quatro pessoas, que se encontravam com ele na sua residência, na zona rural de Itabaiana, perto do Povoado Vermelho.

            Aproveito a oportunidade, Sr. Presidente, para dizer que a violência não está presente apenas nas grandes cidades, nas periferias, no meio urbano; ela se alastra de forma mais veemente para o interior do Estado, para a zona rural, ameaçando produtores rurais, grandes, médios e pequenos. Muitos deles estão se evadindo do campo para residir em lugares onde há uma população mais densa, achando que no meio urbano vão encontrar mais tranquilidade para cuidar de suas famílias, enquanto deixam de lado a possibilidade de produzir, de contribuir com o trabalho no interior para a produção, que ajuda a fortalecer a nossa economia, a promover a riqueza e o emprego.

            Esta é a oportunidade, Sr. Presidente, para não só manifestar à família de Joaldo, nosso ex-prefeito, a nossa solidariedade como também reclamar das autoridades constituídas, não só do Estado como também do Governo Federal; que tomem as medidas cabíveis e competentes no sentido de prevenir que fatos tão lamentáveis venham a acontecer. E eles estão acontecendo, infelizmente, quase que de hora em hora, por este Brasil afora, fazendo com que as famílias estejam sempre ameaçadas de acontecimentos que possam enlutá-las com o desaparecimento de um de seus membros.

            Sr. Presidente, o Estado de Sergipe é um Estado pequeno, um Estado em que todo mundo praticamente se conhece. Nós sabemos onde há a violência e onde não há a violência, mas hoje, infelizmente, a violência existe em quase todos os lugares. A intolerância do ser humano chegou ao ponto em que, por um simples telefone celular, se tira a vida de uma pessoa; por uma moto, por um carro, se tira a vida de uma pessoa.

            E o estranho nesse assassinato de Joaldo foi que, para invadir a sua fazenda - e aquele era um homem tão pacífico, tão tranquilo, todo mundo o conhecia -, apareceram por lá oito bandidos, que terminaram, sem nenhuma razão plausível, tirando a sua vida, tirando-o do convívio da sua família, dos seus amigos, da comunidade de Itabaianinha, que pranteou a sua morte e que pede justiça às autoridades constituídas, ao Governo do Estado, à Secretaria de Segurança.

            E tenho certeza de que a Secretaria de Segurança Pública está se mobilizando no sentido de fazer uma investigação, o mais aprofundada possível, para descobrir a origem desse crime pavoroso que deixou a todos nós tristes e enlutados.

            Por essa razão, Sr. Presidente, eu apresentei este requerimento de pesar, com a apresentação de condolências aos familiares de Joaldo Lima de Carvalho e também à Câmara daquele Município, de que ele foi um dos mais ilustres membros.

            O Município de Itabaianinha é um dos mais prósperos do nosso Estado, Sergipe, principalmente no setor de cerâmica. São vários os empresários que se dedicam a esse ramo, e inclusive a sua própria família, a família de Joaldo, dedicava-se a esse segmento da economia no município de Itabaianinha.

            É um Município forte economicamente. Um Município de um povo pacato, ordeiro, trabalhador e que não aceita esse tipo de violência cometida contra um cidadão que vivia do seu trabalho, que tinha um relacionamento político amistoso no Município, onde jamais se ouviu falar de um ato de crueldade, de perseguição ou de maldade contra quem quer que fosse.

            Os meus pêsames - volto a dizer -, os meus sentimentos pelo desaparecimento dessa liderança inconteste, que tinha apenas 63 anos de idade; teria muitos anos ainda pela frente para servir ao seu povo, aos seus amigos e à sua família e para dar alegria ao povo de Itabaianinha.

            Espero, então, que as autoridades competentes se debrucem sobre esse crime...

(Soa a campainha.)

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - SE) - ... pavoroso que aconteceu na cidade de Itabaianinha, destruindo a vida de um homem de bem.

            Agradeço a V. Exª.