Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à aprovação do requerimento de voto de censura ao governo venezuelano e defesa da visita de parlamentares brasileiros àquele país.

Autor
Ronaldo Caiado (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: Ronaldo Ramos Caiado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Apoio à aprovação do requerimento de voto de censura ao governo venezuelano e defesa da visita de parlamentares brasileiros àquele país.
Outros:
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2015 - Página 179
Assuntos
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Outros
Indexação
  • APOIO, APROVAÇÃO, REQUERIMENTO, ASSUNTO, REPUDIO, GOVERNO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, MOTIVO, PRISÃO, NATUREZA, POLITICA, DESCUMPRIMENTO, PROTOCOLO, COMPROMISSO, DEMOCRACIA, LIBERDADE, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), ENFASE, IMPORTANCIA, LUTA, DIREITOS HUMANOS, CRITICA, INTERVENÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, NATUREZA TECNICA, ITAMARATI (MRE), DEFESA, VISITA, PAIS, VIZINHO, GRUPO, REPRESENTANTE, SENADO, BRASIL.

            O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Oposição/DEM - GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, voltando ao assunto, quero não só aplaudir a aprovação deste requerimento apresentado pelo Senador Romero Jucá, mas dizer também que precisamos nos preocupar, aqui, para restabelecer alguns pontos que são fundamentais para que possamos continuar discutindo a política internacional.

            Sabemos bem que o Itamaraty, hoje, já não impõe mais e muito menos é consultado na política internacional. É uma instituição respeitada por todos nós brasileiros, mas que foi cada vez mais diminuída por uma intervenção direta da Presidente de República em não ouvi-los, em não consultá-los e trazer para o próprio Palácio do Planalto um professor, conhecido como Marco Aurélio Garcia, que dita a política internacional e que decide os rumos que o Brasil deve tomar. E o Itamaraty, cada vez mais, é subjugado a uma vontade ou àquilo que realmente o Sr. Marco Aurélio Garcia decide como devendo ser a posição do Governo. Como tal nos preocupa, porque sabemos, sim, que ele é um grande guardião não das democracias, mas sim daqueles tiranetes de plantão que comungam exatamente com essa política bolivariana que acham que podem fechar a imprensa em seu país, que podem destruir todo e qualquer empresário que não comungue com o pensamento do Governo, que acha que pode instalar a estrutura de coletivos, que são aquelas estruturas que vieram, em parte, de Cuba e que hoje estão lá regularizadas para poder assassinar e ameaçar civis quando estão promovendo qualquer protesto em nome da democracia.

            Por isso, Sr. Presidente, não só apoio, mas acho que esta Casa tem a importância maior ainda de, ao lá chegar, poder constatar tudo isso.

            Tive oportunidade, na data de ontem, de conversar com um advogado que realmente esteve, há poucos dias, participando também de uma comissão na Venezuela, que falava do quadro catastrófico que lá está instalado, uma corrupção jamais vista no país, mercado negro para comercializar qualquer produto. O cidadão recebe uma senha para poder ter acesso ao supermercado, para poder ter ali condições de ter direito a comprar bens de primeira necessidade.

            O quadro é caótico. É o governo fazendo racionamento de energia. É o governo cada vez mais se mostrando incapaz de atender a demanda da população pelo quadro populista, irresponsável com que comanda aquela nação. Como tal, Sr. Presidente, eu vejo com muita preocupação.

            Infelizmente, este atual governo se guia exatamente por essa tese bolivarianista. E esta Casa tem que se ocupar, sim, e tem que dizer em alto e bom som que nós não aceitaremos que esse modelo seja implantado, como é a vontade do atual Governo do PT. Terá a nossa resistência. Nós temos que ir lá, sim, proteger milhões de venezuelanos que hoje estão sob a tutela não de um processo político democrático, mas sim de uma ditadura.

            Eu não só queria cumprimentar o autor do requerimento, mas todo o Plenário pela aprovação ampla, com poucos votos contrários.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2015 - Página 179