Comunicação inadiável durante a 59ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Registro da criação de fórum de debates sobre políticas de emprego, trabalho, renda e previdência pela Presidência da República.

Autor
José Pimentel (PT - Partido dos Trabalhadores/CE)
Nome completo: José Barroso Pimentel
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
TRABALHO:
  • Registro da criação de fórum de debates sobre políticas de emprego, trabalho, renda e previdência pela Presidência da República.
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/2015 - Página 53
Assunto
Outros > TRABALHO
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, PARTICIPAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CENTRAL SINDICAL, MOTIVO, ASSINATURA, DECRETO FEDERAL, ASSUNTO, CRIAÇÃO, GRUPO DE TRABALHO, OBJETIVO, DISCUSSÃO, ROTATIVIDADE, MÃO DE OBRA, ENFASE, NECESSIDADE, AUMENTO, ESTABILIDADE, EMPREGO, RESULTADO, REDUÇÃO, GASTOS PUBLICOS, PAGAMENTO, SEGURO-DESEMPREGO, PREVIDENCIA SOCIAL.

            O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta desta sessão, Senadora Vanessa Grazziotin, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, hoje pela manhã a Presidenta Dilma recebeu as centrais sindicais e, nessa reunião, assinou um decreto criando o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência, que será integrado pelas centrais sindicais, pelos representantes de aposentados e pensionistas, dos empregadores e também do Governo. É o chamado fórum quadripartite. E o objetivo desse fórum é exatamente discutir a rotatividade da mão de obra nas empresas brasileiras.

            Nós somos um País com alto índice de emprego, mas também com um elevado grau de rotatividade entre os trabalhadores que têm carteira assinada. Isso representa exatamente as dificuldades pelas quais passa hoje o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que têm uma repercussão muito forte no seguro-desemprego. Sou daqueles que compreendem que o seguro-desemprego é uma consequência da alta rotatividade da mão de obra. Portanto, precisamos enfrentar esse problema para que possa haver um maior período dos trabalhadores na empresa, uma estabilidade razoável no emprego, para que possamos diminuir essa rotatividade.

            Lembro-me muito bem de que, quando fui Ministro da Previdência Social do nosso Presidente Lula, havia um problema gravíssimo no mundo do acidente de trabalho. Fizemos um grande debate e criamos um sistema em que a empresa que diminuísse a quantidade de acidentes de trabalho teria um bônus, pagando um seguro de acidente de trabalho menor, e aquela empresa do mesmo ramo de atividade que estivesse acima da média no mundo acidentário teria um ônus. Esse processo permitiu que, a partir dali, houvesse uma diminuição significativa no mundo acidentário e, ao mesmo tempo, uma identificação por CNPJ da empresa, por mês, do mundo acidentário ali praticado, para que pudesse haver políticas trabalhistas voltadas para resolver esse grave problema.

            No mundo da rotatividade, precisamos também fazer esse debate. Se, por um lado, há um alto índice de rotatividade da mão de obra, ao mesmo tempo, deixa de haver trabalhador qualificado naquela empresa, havendo uma repercussão muito forte no mundo do seguro-desemprego. Precisamos enfrentar esse debate, não apenas discutindo a reforma do seguro-desemprego, mas indo à causa, que é exatamente a questão da rotatividade. Por isso, quero parabenizar a Senhora Presidenta por criar esse grupo de trabalho quadripartite para enfrentar esse debate.

            Ali também será feito um forte debate sobre a questão daqueles trabalhadores que se aposentam e continuam no mesmo emprego, fruto de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, em 2006, que esclarece que a aposentadoria não põe fim ao vínculo empregatício. Interpretando a Constituição brasileira, o Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, não prevê o fim do vínculo empregatício. E, de 2006 para cá, já há mais de 400 mil trabalhadores celetistas aposentados mantendo esse emprego. E são os melhores empregos da iniciativa privada. Esse sistema tem impedido a ascensão funcional e que as gerências médias possam assumir esses cargos. Precisamos fazer um debate nesse fórum: qual é a saída que vamos ter para continuar gerando emprego, permitindo que, dentro da empresa, todos possam ascender na sua pirâmide funcional, sem ter esse bloco como temos hoje?

            Esse fórum também vai fazer uma grande discussão sobre o sistema de pensão. Exatamente por isso, o Relator da Medida Provisória nº 664 já apresentou o seu parecer e determina que a pensão continue integral até o teto do regime geral, não aceitando qualquer redução. E queremos, nesse fórum, dialogar sobre esse item e, ao mesmo tempo, construir outras saídas que discutam tanto o regime geral da Previdência Social como o regime próprio dos servidores públicos municipais, estaduais e federais e o regime dos militares, já que esses três sistemas integram a Previdência brasileira.

            Esse fórum, também, fará um outro grande debate sobre a idade do dependente. Rejeitamos totalmente o que havia na medida provisória e estamos mantendo que o menor de 21 anos mantenha a sua dependência integral sem qualquer redução no valor do seu benefício que vai até o teto do regime geral. E queremos fazer nesse fórum um forte debate, porque o Código Civil de 2002 fixou a maioridade em 18 anos, mas o Código de 1916, ou seja, do início do século XX, determinava que a maioridade civil era aos 21 anos. Estamos mantendo para fins previdenciários a maioridade em 21 anos, mas registrando que o Código Civil reduziu essa idade para 18 anos. Esperamos que nesse fórum seja feito um grande debate.

            Consolidamos tudo o que diz respeito ao seguro defeso do pescador artesanal. Estamos mantendo as mesmas regras que foram aprovadas em 2008, em que o prazo de carência é de apenas um ano. E os critérios de habilitação são os mesmos aprovados, por unanimidade, em 2008, pela Câmara Federal e pelo Senado Federal, no que diz respeito ao reconhecimento dos direitos previdenciários para o segurado especial, entre esses, o pescador artesanal. Por isso, não estamos criando nenhuma regra nova. Estamos mantendo exatamente as regras existentes.

            Dessa forma, Srª Presidenta, essa Comissão Especial da Medida Provisória nº 665 concluiu a sua votação na última quarta-feira, e a matéria foi encaminhada à Câmara Federal para que se dê continuidade.

            Muito obrigado, Srª Presidenta.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/2015 - Página 53