Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Apelo à Agência Nacional de Saúde Suplementar para que coíba a prática dos planos de saúde de obrigarem os consumidores a adquirem planos coletivos de saúde.

Autor
Reguffe (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: José Antônio Machado Reguffe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Apelo à Agência Nacional de Saúde Suplementar para que coíba a prática dos planos de saúde de obrigarem os consumidores a adquirem planos coletivos de saúde.
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/2015 - Página 73
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, EMPRESA PRIVADA, PLANO DE SAUDE, MOTIVO, RESTRIÇÃO, CONTRATAÇÃO, PLANO DE SAUDE COLETIVO, SOLICITAÇÃO, AGENCIA REGULADORA, AGENCIA NACIONAL DE SAUDE SUPLEMENTAR (ANS), FISCALIZAÇÃO, FATO, PEDIDO, APOIO, SENADOR, OBJETIVO, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, REFERENCIA, ASSUNTO.

            O SR. REGUFFE (Bloco Apoio Governo/PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu quero falar aqui sobre os planos de saúde neste País.

            É claro que o que nós temos que focar é, principalmente, melhorar a saúde pública deste País, que não anda bem, mas, agora, também é função do Poder Público a regulação dos planos de saúde, e a Agência Nacional de Saúde Suplementar existe para isso, para funcionar como uma agência reguladora. Os planos de saúde simplesmente usam e abusam dos consumidores neste País. Quando uma pessoa precisa de um tratamento, ela tem que pedir uma autorização, e tudo que pode ser feito para não autorizar esse tratamento é feito. Os consumidores ficam de cócoras para os planos de saúde, estando o tempo todo como se estivessem pedindo um favor. E cabe à ANS agir com relação a isso.

            Eu quero aqui, Srªs e Srs. Senadores, voltar a fazer uma denúncia que fiz na Câmara dos Deputados, quando era Deputado Federal, quando fui membro da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara. E agora, aqui, no Senado, eu quero que a Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor, da qual sou membro, se debruce sobre essa denúncia, porque é algo extremamente importante. É importante a ANS ver a questão de que os planos de saúde se negam a vender planos individuais, obrigando os consumidores a adquirirem planos coletivos. Se alguém hoje liga para as operadoras de plano de saúde, não consegue comprar um plano individual. Por quê? Porque a operadora não pode rescindir o plano individual, porque o plano individual tem o seu reajuste controlado pelo Poder Público, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, tem um reajuste máximo, que não pode ultrapassar; já, no plano coletivo, não, pois, na hora em que a operadora quiser rescindir, ela rescinde, não renovando o contrato, e dá o reajuste que ela quiser, porque é considerado um plano de livre negociação entre as partes.

            Assim, Srª Presidente, os planos de saúde não vendem planos individuais mais, vendem apenas planos coletivos, negando-se a vender planos individuais. Mais: eles começam a criar planos coletivos de cinco, de seis, de sete vidas: “Faz aí parecendo uma pequena empresa, associe-se a uma categoria, qual é a sua categoria profissional?” Ou seja, eles ficam criando subterfúgios para ludibriar a boa-fé, para enganar a boa-fé, para se utilizar da boa-fé do pobre do consumidor, que, muitas vezes, não tem informação. Isso é um absurdo, e cabe à ANS ver isso.

            Eu apresentei aqui, nesta Casa, o PLS nº 133, de 2015, que concede tratamento de plano individual a todos os planos coletivos com menos de cem vidas. É importante o Poder Legislativo legislar sobre isso, coibindo abusos. Então, eu gostaria que houvesse também, nesta Casa, o tratamento a todos os consumidores de planos de saúde, no sentido de tratar essa questão com a atenção que ela merece.

            Queria pedir à ANS - quando fui Deputado Federal, cobrei muito, e, a partir de então, começou a punir os planos, impondo multas, proibindo a venda de planos - que ela aja, nesse momento, no sentido de coibir essa prática, porque os planos simplesmente não vendem mais planos individuais, obrigando os consumidores a adquirirem planos coletivos. Na ANS, os seus conselheiros, os seus funcionários são pagos com dinheiro dos cofres públicos; eles são funcionários públicos. É muito importante que cumpram a sua função. Eles não podem defender ali interesses comerciais dos planos de saúde e têm que defender ali o interesse da população brasileira e regular esse sistema, levando em consideração os interesses dos consumidores de planos de saúde deste País.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/2015 - Página 73