O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes que nos acompanham pela Rádio Senado, nossos ilustres e nossas ilustres visitantes, antes de iniciar o meu pronunciamento de hoje, gostaria de dirigir algumas palavras ao novo Líder do Governo aqui na Casa, o Senador Delcídio do Amaral.

            Acredito que o Governo Federal fez uma excelente escolha ao indicar o nosso companheiro Delcídio para este cargo tão importante de interlocução entre o Senado e o Palácio do Planalto.

            Nós do PT já vínhamos demandando do Governo que essa indicação acontecesse o mais rapidamente possível e que pudesse recair sobre alguém do nosso Partido.

            Por isso, para mim, a indicação não poderia ter sido melhor. Além de compor os quadros do PT, Delcídio é reconhecido por ter trânsito livre em todos os segmentos da Casa, inclusive com a oposição. Conhecedor do funcionamento do Senado, creio que ele poderá cumprir com muita competência este papel de articular e manter unida a Base de sustentação do Governo Dilma aqui no Senado.

            Acredito que sua experiência pública de quem já foi presidente de estatal, ministro, diretor da Petrobras e secretário de Estado, além de presidente e relator de comissões importantes deste Senado, irá contribuir para que ele possa cumprir este novo desafio.

            É hora de virarmos esta página de relação instável na base do Governo. Temos agora de seguir com os compromissos assumidos pela nossa Presidenta, pelos Parlamentares do Partido dos Trabalhadores e das siglas da coalizão por um país melhor e mais justo.

            Teremos a responsabilidade, nos próximos dias, aqui no Congresso, de apreciar matérias da maior relevância, que impactam diretamente a vida dos brasileiros. O nosso esforço para derrubar a proposta da terceirização que acaba com direitos de trabalhadores, por exemplo, é apenas uma amostra da batalha iminente que teremos por aqui.

            Mas o objetivo principal da minha fala de hoje era registrar que tivemos ontem o prazer de participar, ao lado da Presidenta Dilma; do Governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara; do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro; e de outras lideranças empresarias e políticas importantes do Estado, como a viúva do ex-Governador Eduardo Campos, a Srª Renata Campos, da inauguração da fábrica da Jeep em Goiana.

            A instalação da fábrica na cidade localizada na Zona da Mata pernambucana, a 63 quilômetros do Recife, é um momento histórico para Pernambuco. Trata-se da mais moderna planta industrial do Grupo automobilístico Fiat Chrysler. 

            Tive a honra de relatar, aqui no Senado, ainda no meu primeiro ano de mandato, a Medida Provisória 512, de 2011, fundamental para a execução do empreendimento. A MP prorrogou, até 2020, o regime fiscal especial para a indústria automobilística nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País.

             A aprovação daquela medida provisória no Congresso Nacional foi uma das iniciativas que contribuíram para a instalação da unidade automotiva em Pernambuco.

            A conclusão do empreendimento simboliza o surgimento de um polo automotivo no Estado. É mais desenvolvimento e geração de milhares de empregos. Os números mostram, de fato, o gigantismo do complexo industrial. Foram investidos mais de R$7 bilhões para a sua execução, com a geração de mais de nove mil empregos diretos e indiretos.

            A unidade tem capacidade para produzir cerca de 250 mil veículos por ano. O modelo Jeep Renegade, por exemplo, primeiro da linha de produção de Goiana, conta com mais de 70% de componentes nacionais, sendo que 40% vêm de fornecedores que se encontram no entorno da fábrica. Esse entorno, chamado de Parque de Fornecedores, abriga um complexo de 12 edifícios, com a presença de 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos.

            O Parque ocupa uma área de 270 mil metros quadrados, uma estrutura absolutamente surpreendente. Esse investimento de grande magnitude está ancorado em avaliações muito objetivas e em escolhas feitas com um olhar de longo prazo.

            A instalação da fábrica é mais um retrato especial das políticas implantadas pelo ex-Presidente Lula e continuadas pela Presidenta Dilma, que começaram a olhar e a focar no desenvolvimento das regiões mais pobres do País.

            A atuação do ex-governador Eduardo Campos, ao lado de Lula, dois pernambucanos comprometidos com o desenvolvimento do Estado, também foi fundamental para a execução do empreendimento.

            Agora, nós temos uma das maiores empresas automobilísticas do mundo, a Fiat, que se uniu a Chrysler, para se tornar uma das maiores e mais fortes empresas desse ramo, a Fiat Chrysler Automobilística. Ao mesmo tempo, a parceria também é concretizada com o Brasil e com Pernambuco.

            Estima-se que, em 2020, o Polo Automotivo Jeep vai contribuir com 6,5% do PIB de Pernambuco. Será uma curva crescente. Já em 2015, primeiro ano de operação, a unidade terá participação de 2,5% no conjunto de riquezas produzidas dentro do Estado.

            É importante ressaltar ainda que essa geração de riquezas é feita predominantemente com o emprego de mão de obra local. Os pernambucanos foram responsáveis por 80% dos empregos para erguer o complexo. Além disso, o percentual de participação feminina é outro destaque: 18% dos empregados do Polo Automotivo Jeep são mulheres. Dados do Governo Estadual mostram que o processo de formação dos profissionais começou com a qualificação de 8.500 trabalhadores, todos sem nenhuma experiência no setor industrial, além de jovens ainda no ensino médio.

            O vice-presidente mundial de manufatura do grupo, Stefan Ketter, destacou o seu orgulho por Pernambuco e afirmou estar satisfeito com o empenho dos colaboradores. Ele disse que o resultado da marca não vem das máquinas, mas, sim, das pessoas que trabalham em Goiana. Como bem declarou a Presidenta Dilma, este País precisa, para crescer e se tornar forte, que suas regiões sejam fortes.

            Esse projeto mostra a capacidade do povo nordestino e do povo pernambucano. Nosso País tem uma imensa qualidade na sua força de trabalho, que, muitas vezes, é ignorada por setores da oposição. Essa fábrica é um exemplo concreto de um compromisso com o desenvolvimento regional e o desenvolvimento social.

            A cidade de Goiana, que completará 175 anos no próximo dia 5 de maio, ganhou ontem um grande presente antecipado, um presente que simboliza o progresso de Pernambuco e do Nordeste brasileiro. A Presidenta Dilma também anunciou, durante a inauguração da fábrica, que a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco concedeu, nessa segunda-feira, a licença prévia para a execução do trecho entre São Lourenço da Mata e Suape do Arco Metropolitano, o chamado trecho sul do Arco. Essa é outra ótima notícia para os pernambucanos. Com essa autorização, o DNIT poderá começar a elaborar o termo de referência para realizar a licitação da obra, que será realizada com recursos do PAC. O Arco Metropolitano do Recife vai criar uma nova e moderna conexão do norte com o sul de Pernambuco, nas bordas da região metropolitana do Recife com a Zona da Mata, fomentando uma arrojada ligação entre os Municípios de toda essa área com o Porto de Suape e com o próprio interior do Estado.

            Além de retirar o tráfego pesado de dentro de algumas cidades da região metropolitana, a rodovia vai proporcionar uma nova dinâmica no escoamento da produção, em especial aos veículos produzidos na fábrica da Fiat/Chrysler na cidade de Goiana. Ontem, a Presidenta informou que o Governo está estudando a inclusão do trecho Norte dentro dos processos de concessão que serão anunciados ainda no mês de maio. Tudo isso faz parte de uma estratégia de desenvolvimento regional, que tem por objetivo ter clareza da importância dessa região para o Brasil.

            Em suma, o que estamos observando no Nordeste é resultado da mudança imposta pelos governos do PT, de olhar o Brasil como um todo, e não apenas o centro-sul do País.

            Nos últimos 12 anos, trabalhamos para reequilibrar a Federação e induzir o desenvolvimento inclusivo do Nordeste, esquecido há muito tempo por Brasília.

            Recentemente, por exemplo, o Banco Central divulgou que o Nordeste cresceu 3,7% no ano passado, destoando, positivamente, do resto do Brasil, que cresceu 0,1% no mesmo período.

            É um resultado extraordinário se olharmos para uma década atrás. Deixamos de ser relegados pelo centro do poder e passamos a atuar com protagonismo, pelo bem do Brasil.

            Portanto, espero que a inauguração que vimos ontem em Goiana inspire outras iniciativas em prol do povo pernambucano e do povo nordestino. A integração de todas as regiões do País é fundamental para o desenvolvimento igualitário do Brasil;

            Muito obrigado a todas e a todos e pela tolerância de V. Exª, Sr ª Presidenta.