O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senadora Rose de Freitas, quero aqui parabenizar V. Exª pelo grande discurso que acabou de fazer sobre o papel que esta Casa cumpriu ontem, reconhecendo o trabalho dos empregados domésticos.

            Sr. Presidente, subo a esta tribuna agora à tarde, fazendo um discurso de improviso, e queria chamar a atenção de todos os acrianos, do Estado que represento. Ao mesmo tempo, quero cumprimentar a nossa galeria, os nossos jovens. Desculpem-me porque não sei a escola a que pertencem. Ao mesmo tempo, cumprimento-os, dizendo que sou o Senador mais jovem do Brasil. Represento também a juventude nesta Casa, no Senado Federal.

            O SR. PRESIDENTE (Eduardo Amorim. Bloco União e Força/PSC - SE) - Senador Cameli, são estudantes do ensino fundamental do Colégio Santo Antônio, de Belo Horizonte.

            Sejam todos bem-vindos. Que bom que vocês estão aqui.

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Sejam todos bem-vindos!

            Aproveito para concluir dizendo que sou o Senador mais jovem, na história do Senado Federal, que chega a esta Casa, com quase 37 anos de idade. Sei o tamanho da responsabilidade que está nos meus ombros, que é representar muito bem o povo brasileiro e a nossa juventude, fazendo um grande trabalho nesta Casa.

            Então, quero parabenizá-los.

            Sejam muito bem-vindos.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos assistem através da TV Senado, subo a esta tribuna para falar de uma pessoa que sempre representou, e representa, muito na minha vida, na vida da minha família. Refiro-me ao meu saudoso tio, ex-Governador Orleir Messias Cameli, que, amanhã, dia 8 de maio, fará dois anos que nos deixou. No horário de Brasília, às 12h15, o meu tio partiu desta Terra para o nosso andar superior, a chamado do nosso querido Deus.

            Onde ele estiver, sei que está bem. E não é fácil para mim, hoje, estar aqui, nesta tribuna, porque eu entrei na vida política e na vida pública me espelhando em seu nome.

            Foi Prefeito de Cruzeiro do Sul por 12 meses. Em 1992, entrou na vida pública. Empresário, pai, avô, tio e, o principal de tudo, um grande amigo. Um homem que não temia os desafios da vida. Era determinado e galgava o que sempre desejava.

            Como empresário emergente, juntamente com os seus irmãos, meu pai Eládio, meu Tio Chiquinho, sempre enfrentava os grandes desafios da vida amazônica, trabalhando, prestando serviços e sendo um grande empresário na nossa região, no ramo da construção civil, da pecuária. Tornou-se Prefeito de Cruzeiro do Sul fazendo um grande trabalho num período de 12 meses, revolucionando aquele Município e sempre colocando em primeiro lugar as pessoas mais humildes e mais carentes. Não era político, não tinha o dom de fazer o jogo político, mas, sim, tinha a determinação e a coragem de ser um grande executador, de ser um grande chefe de Estado.

            Após 12 meses, deixa a Prefeitura do meu Município, Cruzeiro do Sul, e se candidata ao Governo do Acre com uma única missão: fazer prevalecer o que está na Constituição brasileira, que era integrar o nosso Estado, com a construção da BR-364, ligando Rio Branco, a nossa capital, a Cruzeiro do Sul, passando por todos os Municípios do nosso Estado, em praticamente 80%, Sr. Presidente.

            A população do meu Município, Cruzeiro do Sul, chegou a pagar R$5 por um quilo de tomate, porque tudo que chegava, na época, era através do frete aéreo. Então, tudo era muito caro.

            O meu tio sofreu os piores ataques que um homem público pode sofrer em um mandato de governador de Estado. Sua vida foi investigada de todo jeito. E, pasmem: passaram-se 15 anos para a história prevalecer. Eu, como confio muito na justiça divida, sei que nunca é tarde. A verdade sempre vem.

            Tudo de que foi acusado veio à tona, a verdade de sua história, e provou-se sua determinação e coragem. Era acusado de fazer um quilometro de estrada, no nosso Estado, por R$400 mil, e tudo o que ele fez, Sr. Presidente, está lá, intacto, aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), através do Ministérios dos Transportes.

            E não fez só a BR-364 - que se iniciou ligando Rio Branco a Sena Madureira e, praticamente, 60km num trecho de Tarauacá a Cruzeiro do Sul -, fez também a BR-317, dando o primeiro passo, tão importante para o progresso do nosso Estado, de Rio Branco a Brasileia, quando se iniciou a construção da Interoceânica, ligando os dois países, Brasil e Peru, até o Porto de Ilo, no Peru.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a vida nos ensina que cada dia é um aprendizado para todos nós. Então, eu não poderia deixar de registrar nesta tribuna, em nome de toda a nossa família, a família Cameli, que, amanhã, às 12h15 do dia 8 de maio, completará dois anos que nós perdemos um grande amigo, não um parente, mas um grande amigo de todos os acrianos, de todos aqueles que conheciam Orleir Messias Cameli.

            Onde quer que ele esteja, tenho certeza de que ele está bem, porque era um homem de bem. A população de Cruzeiro do Sul e de Rio Branco, do Estado do Acre, até o momento não acredita em sua perda. Um homem que nos deixou com 64 anos de vida através de uma doença que afeta todos nós brasileiros, que é o câncer.

            Então, eu queria fazer este registro desta tribuna, na tarde desta quinta-feira. E, ao mesmo tempo, quero acrescentar mais um assunto, que me chama muita atenção: falando de BR-364, há uma semana eu percorri a BR no sentido Sena Madureira a Cruzeiro do Sul, fazendo uma visita pela estrada, olhando os trechos.

            Eu quero convocar as autoridades competentes, o Ministério dos Transportes, para que se inicie realmente, imediatamente, essa recuperação, porque, da forma como está... Antes nós gastávamos em torno de seis horas no sentido de Rio Branco a Cruzeiro do Sul; hoje estamos gastando em torno de doze horas devido às condições da nossa querida rodovia, do nosso grande sonho, que é a BR-364.

            Então, eu queria fazer esse registro. Temos inúmeras solicitações para que o Ministério dos Transportes cumpra o seu papel, imediatamente, de iniciar essa grande recuperação, porque foi uma obra muito cara, que até hoje ainda não está com serviço de qualidade.

            Eu não venho a esta tribuna para fazer politicagem. Estou vindo a esta tribuna para unir forças com os demais políticos da nossa Bancada acriana e com os demais políticos do Senado Federal, porque o nosso Brasil realmente precisa ter obras de qualidade e obras que sejam muito bem feitas.

            É por isso que chamo a atenção do DNIT e do Ministério dos Transportes para que possamos ter uma BR de qualidade e uma BR autêntica para todos nós, acrianos.

            Era isso que eu tinha a dizer. Eu queria fazer esse registro, mais uma vez, de dois anos do falecimento do meu querido tio, o ex-Governador Orleir Cameli. Mais tarde irei para o nosso Estado, o Estado do Acre, para estar junto aos nossos familiares na missa de dois anos.

            Então, quero lhe agradecer, Sr. Presidente Eduardo Amorim, por estar presidindo esta sessão. Quero agradecer a todos os funcionários desta Casa.

            Muito obrigado.

            Era o que eu tinha a dizer.

            O SR. PRESIDENTE (Eduardo Amorim. Bloco União e Força/PSC - SE) - Muito obrigado, Senador Gladson Cameli.

            Parabéns pelo pronunciamento.

            Meus sentimentos a toda a família. Sei que são dois anos, mas realmente há perdas que são inesquecíveis. Somente o tempo que Deus nos dá para continuar vivendo pode ser o analgésico de tudo isso. Mas o importante é que a história registra as coisas boas que fazemos, sobretudo para os outros.

            Parabéns pelo discurso, pela fala, pela defesa do seu Estado, o Estado do Acre, que eu espero um dia poder conhecer, porque ainda não conheço.

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Não seja por isso, Sr. Presidente. Quero aproveitar a oportunidade e convidá-lo para que possamos conhecer o único Estado brasileiro - sem desmerecer os demais Estados da nossa Nação - que brigou para ser brasileiro.

            Hoje me chama a atenção o fato de que o Presidente da Bolívia está fazendo uma visita oficial ao Estado. Não sei por que o Governador o está recebendo, porque ele nunca fez nenhum bem para o Estado. Nós temos mais de quatro mil estudantes acrianos fazendo cursos na Bolívia, pagando um preço altíssimo e sendo maltratados lá. E aí sou pego de surpresa quando vejo um ditador boliviano, que associo ao ditador venezuelano, que tem a mesma linha política, ir para o nosso Estado e ser parabenizado, condecorado no nosso Estado do Acre.

            Chamou minha atenção. O Senador Sérgio Petecão hoje fez um pronunciamento aqui nesta Casa sobre esse assunto, que realmente me chama muito a atenção.

            Espero que, com essa visita ao nosso Estado, o Presidente boliviano aprenda a ser democrata, a fazer valer a democracia em seu país. Todos os que são da oposição no seu país ele manda prender, seguindo o exemplo de seu colega venezuelano.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado, e o convite fica feito a V. Exª, para visitar o nosso querido Estado do Acre.

            Muito obrigado.