Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2015 - Página 99
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, ENCERRAMENTO, SESSÃO, MOTIVO, REALIZAÇÃO, LUTO OFICIAL, MORTE, LUIZ HENRIQUE, SENADOR.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei muito rápido. Quero falar ainda sobre o Senador Luiz Henrique.

            Ontem, estive, juntamente com 20 Senadores, naquele velório. Foi uma perda para o Brasil, foi uma perda para Santa Catarina, de um povo choroso. Uma coisa é sua família chorar de alegria quando você nasce, e uma coisa bem diferente se dá quando aqueles que não são do seu sangue choram com sua partida por aquilo que você foi e significou.

            Senador, achei que hoje haveria luto oficial aqui e estou assustado porque não vejo isso. V. Exª me oriente! Estou propondo aqui - se precisar, eu escrevo - que se suspendam todos os trabalhos.

            É a história de um democrata, de um brasileiro que lutou contra a ditadura e que deu uma contribuição das mais significativas à vida política deste País, à democracia deste País. Se temos democracia consolidada, como dizem, ou, se não temos democracia consolidada, mas, se a temos mal ou bem, o nome de Luiz Henrique está aí! Ora, será que, no Senado da República, não podemos fazer reverência a um nome como esse, tendo o luto velado?

            Então, estou propondo - eu gostaria que V. Exª se informasse com a Mesa se tenho de escrever - que suspendamos esta sessão hoje e amanhã e que façamos uma reverência de luto a esse homem público do bem.

            Onde há joio, há trigo. Há colesterol bom e colesterol ruim. Esse era um colesterol bom. Esse era trigo, não era joio. Reverenciar Luiz Henrique pelo seu passamento é reverenciar a própria Nação, os bons feitos, o bom comportamento, o bom gestor, aquele que gesta com dignidade a coisa pública. O seu povo, as suas raízes e até mesmo seus adversários são capazes de reconhecer suas qualidades, sua dignidade e sua probidade, acima de tudo.

            Por isso, oriente-me, como Presidente, como Presidente da Mesa! Agora, o que devo fazer? Eu estou propondo que esta sessão seja suspensa após o discurso do Senador Bezerra e que nós decretemos luto oficial, a partir de agora até amanhã, nesta Casa, em memória desse grande brasileiro. Não adianta ficarmos batendo palmas, batendo palmas, se não há uma reverência! Deve haver uma reverência a alguém que contribuiu de forma maravilhosa.

            Quando alguém contribui... Pedro Simon fez um discurso aqui durante uma tarde inteira, e todo mundo aqui aparteou Pedro Simon. Pedro Simon não foi exemplo de nada, como Luiz Henrique. Ele foi muito bom, mas não foi exemplo de nada! Pode-se falar que é contraditório dizer que Luiz não é exemplo. Não o é, porque os maus é que servem de exemplo. Os bons servem para ser imitados. Luiz Henrique serve para ser imitado. E aqueles que passam por esta Casa e que têm “senões” que a sociedade observa vão embora sem discurso de despedida, porque, certamente, imaginam que não haverá ninguém para aparteá-los.

            Por isso, tomei a liberdade de pedir ao Senador Bezerra, essa figura maravilhosa de Pernambuco, nosso companheiro - e aprouve Deus que fosse no seu momento -, para propor que, após seu discurso, pudéssemos fazer o luto oficial, porque, se não o fizermos - desculpem-me a frase com que vou encerrar -, esse será um grande absurdo!

            O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. Bloco Maioria/PMDB - SC) - Senador Magno Malta, essa questão foi abordada ontem na sessão do Senado Federal. O Presidente já tomou a iniciativa de decretar luto por três dias. E me informa também a Assessoria que não existe previsão regimental para suspender a sessão do Senado devido a essa questão que V. Exª sugere. Mas eu, como catarinense que sou, como afilhado do Senador Luiz Henrique, acolho com simpatia a proposição de V. Exª, na expectativa de que, com a aprovação da sessão solene por este Plenário, poderemos oportunamente prestar as homenagens justas e legítimas àquele grande líder não só de Santa Catarina, mas do Brasil.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Mas em que dia teremos o luto oficial? Está marcado? Será no sábado ou no domingo? Não vale! É igual feriado no sábado ou no domingo, não vale. Que dia será? Depois que esfriou tudo? Depois que passou tudo? E, quanto a esse negócio de previsão regimental e de tempo regimental, quando se quer nesta Casa, faz-se o que quer. Quando se quer nesta Casa, viola-se até a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se evocar o Regimento...

            O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. Bloco Maioria/PMDB - SC) - Senador, o luto é na segunda-feira, na terça-feira e na quarta-feira. Então, hoje estamos de luto.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Na segunda, na terça e na quarta, não haverá sessão?

            O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. Bloco Maioria/PMDB - SC) - Não haverá sessão?

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - É isso mesmo que a Mesa está informando?

            O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. Bloco Maioria/PMDB - SC) - Há sessão normalmente.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Então, desculpe-me, não há luto nenhum. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2015 - Página 99