A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente (Fora do microfone.), Srªs e Srs. Senadores, quero relatar, também, Sr. Presidente, que eu tive a oportunidade de participar, na última sexta-feira, dia 23, do World Travel Market - WTM Latin America 2015 -, que é um encontro importante da área do turismo na América Latina.

            Paralelamente a este encontro tradicional, aconteceram dois encontros também muito importantes. Um deles foi o encontro do Fornatur, que é o Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo.

            O outro, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, foi justamente um seminário a respeito do São João do Brasil, promovido pelo Instituto Pensar, com a participação, o apoio e o patrocínio da Fecomércio e da CNC, o que viabilizou em São Paulo a presença de importantes agentes realizadores do São João no Brasil, além de forrozeiros, de produtores culturais, de secretários estaduais de turismo, de pensadores da economia, de formuladores da economia criativa no Brasil e da economia do turismo, todos pensando essa festa, que é uma festa fundamental para a economia do Nordeste, e tentando transformá-la em produto turístico do Brasil, para ser promovido e, digamos assim - entre aspas -, “vendido” no exterior naquela que é a nossa baixa estação, que é justamente o período de junho, um período de férias, no inverno brasileiro.

            Nós temos todas as possibilidades de atrair o turista internacional para participar dos festejos em Alagoas, em Pernambuco, na Paraíba, na Bahia, em São Paulo, em Minas Gerais, em todo o Brasil, onde temos festas juninas, como, inclusive, a festa de Parintins, no Amazonas.

            Essa ideia, Sr. Presidente, é extremamente importante, para que o Brasil possa se desenvolver no turismo, não apenas no período das férias, no fim do ano, quando oferecemos ao estrangeiro principalmente o turismo de mar e sol, as praias e o litoral fantástico que temos. Mas podemos oferecer mais que isso, formulando essa festa, dando condição de realização dessa festa, que une o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, que se realiza em todos os Estados brasileiros. É uma união, inclusive, de influências culturais, com forte influência portuguesa. Mas se incorpora a outras manifestações aqui e ali, como os rituais indígenas, como os blocos afros da Bahia e como as festas juninas afros nos bairros populares da nossa grande cidade de Salvador.

            É fundamental que possamos compreender isso. Eu gostaria, inclusive, Sr. Presidente, de levar até V. Exª o resultado desse projeto. A festa de São João é uma festa considerada do Nordeste, mas temos de tirá-la dessa condição, para que seja uma festa do Brasil, para que possamos trazer os turistas internacionais para participarem desse grande momento de investimento na economia local, na economia dos Estados nordestinos, com a realização do São João em nosso País.

            Junho é tempo de São João, sem os preconceitos que já ouvimos tantas vezes.

            Às vezes, Srs. Senadores, a imprensa do Sul e do Sudeste trata do São João do Nordeste como se fosse uma coisa menor, como se fossem festejos desqualificados, quando, na verdade, essa é a maior festa popular do Brasil, que incide sobre a economia dos Estados mais do que o Carnaval, que tem uma ligação, uma capilaridade na economia com as grandes e pequenas cidades do interior do Brasil.

            Há casos claros de grande sucesso de produção, como é o caso do sucesso do São João da Paraíba, que, como se costuma dizer - hoje é moda dizer case -, é um caso de sucesso. Há um caso de sucesso do São João em agosto, aquele que acontece na Ceilândia, em Brasília, no Distrito Federal, levando à participação, em pleno Cerrado - é o chamado São João do Cerrado -, mais de cem mil pessoas, que continuam movimentando a economia dessa região.

            Portanto, discutir seriamente o São João do Brasil e transformá-lo num produto qualificado do nosso turismo é um desafio a que o Ministério do Turismo e aqueles que fazem o turismo nacional não podem se furtar.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.