Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Senador Luiz Henrique e do ex-Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. HOMENAGEM. :
  • Pesar pelo falecimento do Senador Luiz Henrique e do ex-Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho.
Aparteantes
João Capiberibe, Vanessa Grazziotin.
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2015 - Página 156
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. HOMENAGEM.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MOTIVO, VETO PARCIAL, PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO (PLV), ASSUNTO, REESTRUTURAÇÃO, CARREIRA, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, SUPERINTENDENCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS (SUFRAMA), DEFESA, DERRUBADA, VETO (VET).
  • HOMENAGEM POSTUMA, LUIZ HENRIQUE, SENADOR, MENDES RIBEIRO, EX-DEPUTADO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Srs. Senadores, companheiros e companheiras.

            Sr. Presidente, venho à tribuna neste momento, primeiro, para reforçar o pronunciamento do Senador Omar, com o aparte do Senador Capiberibe, sobre a importância de juntos resolvermos esse problema. Nós sabemos que a situação não é fácil, não é tranquila. O Brasil e o mundo vivem uma crise econômica que não é pequena, é uma crise significativa, mas a situação dos servidores da Suframa, Sr. Presidente, é insustentável, e não é uma situação que foi gerada hoje.

            Eu perguntava ao representante dos trabalhadores, o Anderson, Presidente do Sindicato, que estava aqui, de quando data o plano de carreira daqueles servidores, e ele me disse que tem mais de 15 anos. Em 1990 foi a última vez em que o plano foi estabelecido. O plano de cargos e salários está defasado, precisa de atualização, até para melhorar a capacidade e a eficiência da própria Superintendência no sentido de arrecadar recursos para os cofres da União.

            Nós estamos todos envolvidos nesse debate, nessa luta. Como disse, vamos trabalhar muito para derrubar o veto, mas o que nós queremos é que isso não seja necessário, porque, antes da análise do veto, queremos que haja já uma matéria tramitando no Congresso Nacional - na Câmara e no Senado - visando resolver essa problemática do conjunto de servidores, que é a problemática do próprio órgão.

            Mas, Sr. Presidente, Senador Dário Berger, Senador catarinense, o que me traz à tribuna no dia de hoje, neste momento, é exatamente o fato que aconteceu no último domingo.

            O último domingo, Dia das Mães, um dia de muita alegria, um dia de muita comemoração, um dia de confraternização em família, foi um dia muito difícil para duas grandes figuras deste País. Eu posso dizer com muita alegria: pessoas que eu considerava como amigos. O Senado e a Câmara desde ontem vêm prestando homenagens a essas duas figuras importantes, que merecem, sem dúvida nenhuma, todas essas homenagens, às quais eu me associo.

            Eu me refiro ao falecimento do ex-Deputado e ex-Ministro da Agricultura do Governo da Presidente Dilma, Deputado Mendes Ribeiro Filho, e ao do nosso querido Senador, ex-Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira. Por ironia do destino, ambos se foram no mesmo dia, no Dia das Mães. Ambos, que foram fundadores e militantes do PMDB.

            Luiz Henrique da Silveira, Sr. Presidente, era um grande político e um ser humano ímpar. Não preciso repetir aqui o que todos já disseram. Ele iniciou a vida política, a vida pública, em 1971, quando eleito foi para o Diretório Municipal do MDB da sua cidade, Joinville. Na sequência, foi eleito prefeito por três vezes daquela que é a maior cidade de Santa Catarina. Deputado Federal constituinte; Deputado Federal por cinco mandatos; Deputado Estadual; Governador do Estado por dois mandatos, entre 2003 e 2010.

            Integrou o chamado PMDB autêntico, o grupo mais próximo de Ulysses Guimarães. E ontem, no velório, lá estava V. Exª, lá estava o Senador Bauer, lá estava o ex-Senador Casildo, os Deputados Federais, a família, os amigos, prefeitos de todos os Municípios, o Prefeito Carelli, da minha cidade natal, Videira, e lá estava uma figura muito importante também para a democracia brasileira, o ex-Prefeito de Lages Dirceu Carneiro.

            Conversando também com o ex-prefeito de Blumenau, eles me relatavam um momento ímpar. No início ainda da redemocratização, até antes - eu creio que no final ainda da ditadura militar -, três prefeitos progressistas foram eleitos em Santa Catarina: Blumenau, Joinville e Lages. Joinville com o nosso querido Luiz Henrique, e Lages com o Dirceu Carneiro.

            Eu morava em Lages naquela época. Meu pai trabalhou com o Dirceu Carneiro, meu pai que era do banco, licenciou-se por um tempo para trabalhar com o Dirceu na prefeitura. Eu, apesar de muito pequena, lembro-me ainda do quanto Lages era falada no Brasil inteiro por conta de ter uma administração progressista, uma administração que se diferenciava da média das demais cidades brasileiras. E ele me lembrava e me falava da importância do Senador, do Governador Luiz Henrique para o Estado de Santa Catarina e para o Brasil inteiro.

            Luiz Henrique integrou o chamado PMDB autêntico, o grupo mais próximo a Ulysses Guimarães. Foi Ministro de Ciência e Tecnologia entre 1987 e 1988, já no governo do nosso querido ex-Presidente Senador José Sarney. Presidiu o PMDB nacional de 1993 a 1996 e, em 2011, assumiu o cargo de Senador, no qual deveria ficar até o ano de 2019. Mas Deus assim não quis. Ele se foi de uma hora para outra, sem que ninguém esperasse. E falamos muito sobre ele na semana anterior, porque ele não tinha estado no Senado. Ele aqui não esteve conosco, eu perguntei sobre o Senador e disseram-me que ele havia voltado de uma viagem longa, teria quebrado o pé e, por isso, estava impossibilitado de vir. “Ah, mas só quebrou o pé; daqui a uma semana, ele novamente estará entre nós, com aquele jeito sério, mas muito amigo e carinhoso de ser.”

            Logo que assumi o mandato de Senadora, ele me perguntou: “O que você é do Vilmar e do Vildomar?” Eu disse a ele: “Mas o Vilmar e o Vildomar - o Vildomar é o Bíbi - são irmãos do meu pai, o irmão mais velho e o irmão mais novo do meu pai, Valdemar, muito amigos dele. Ele começou a me contar episódios de ambos nas campanhas por Santa Catarina, nas campanhas por Joinville, nas campanhas por Florianópolis. Meu tio Vilmar se foi, como se foi o meu pai, meu tio Bibi está lá em Florianópolis, lá na sua terra, Senador Dário. São pessoas que levam muito em consideração o Luiz Henrique. E não esperavam.

            A Senadora Ana Amélia fez uma bela homenagem, como o Senador Paim, na manhã do dia de ontem. Uma bela homenagem que me tirou de casa; eu vim correndo para não perder essa oportunidade, Senador Paim, de falar um pouco de Mendes e de Luiz Henrique, aqui no Senado Federal.

            A fala da jornalista que representou a sua assessoria foi algo que emocionou a todos no dia de ontem. Ela dizia por que ele era diferente. Eu ficava prestando atenção no porquê que ele era diferente. Não foi só pela capacidade, pela articulação de ajudar a fazer de Santa Catarina o que Santa Catarina é hoje, um Estado muito importante, um Estado muito próspero; de ajudar a fazer de Joinville o que Joinville é hoje. Não, mas por ser aquela figura simples, que se preocupa com os mais simples, com os simples que o rodeiam. Por isso ele era diferente. Amigo dos amigos, de uma memória fantástica.

            Eu aqui estava tentando abrir... Esse negócio da tecnologia...

            Já vou conceder aparte a V. Exª, Senador Gladson.

            Eu estava tentando ler uma homenagem que ele fez a alguém que estava deixando o Senado. Ele citou aquela música: “Naquela mesa está faltando ele, e a saudade dele está doendo em mim. Eu não sabia que doía tanto uma mesa num canto...”. Eu ia ler, mas vou voltar à tribuna depois para ler. Essa vai ser a minha mais sincera homenagem a ele.

            De uma cultura extraordinária, de uma cultura colocada a serviço do País, a serviço da Nação. Aqui no Congresso, como ele se dedicava a pegar matérias difíceis e tentar formar o acordo dessas matérias difíceis! O Pacto Federativo, por exemplo. Essa era a principal tarefa dele no momento. Chateado que estava, ele dizia: “Acabei de sair de lá, para fazer um acordo com o Confaz, e agora vão votar aqui rapidamente. Não pode”. Então, ele vivia, manhã, tarde e noite, aquilo que ele entendia ser importante de fato, trabalhava naquilo que era mais importante para o nosso País e para a nossa gente.

            Então, eu quero dizer à família, à D. Ivete, à sua filha, ao seu filho, aos seus netos, que eram a sua paixão... Ele falava das férias em que ficava em Itapema. Itapema que eu conheci muito pequenininha, Itapema hoje é uma cidade cheia de prédios, e era a praia mais distante. Camboriú, não: sempre foi mais habitada, mais agitada. Mas falava dos seus dias em Itapema com os seus netos. E falava e transitava de um assunto a outro, numa alegria que dava para ver nos seus olhos, como disse Jorge Viana também na ida deles...E a Presidenta Dilma, no dia de ontem, fez uma bela homenagem. Ela citou algumas passagens, recordando o fato de o Senador tê-la acompanhado em uma viagem a Moscou. E que ela, do camarote do Balé Bolshoi - e lá há o Teatro Bolshoi -, do camarote imperial, assistiu a uma homenagem feita para o Senador Luiz Henrique.

            Então, ele teve a oportunidade de compartilhar uma nova ida, dias antes de falecer, àquilo que ele mais gostava, que mais admirava e por que lutou tanto, e conseguiu. Luiz Henrique conseguiu trazer a cultura para as meninas de Santa Catarina, para os meninos de Santa Catarina, e do Brasil, porque é gente do Brasil inteiro que está lá estudando e tendo uma oportunidade que, não fosse a dedicação do Senador, do Governador Luiz Henrique, talvez eles nunca tivessem.

            Senador Gladson.

            O Sr. Gladson Cameli (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Senadora Vanessa, eu quero aproveitar esta oportunidade para me solidarizar também com a família do nosso colega e amigo, saudoso Senador Luiz Henrique. Eu não conheci o Senador Luiz Henrique, até porque chego a esta Casa, Sr. Presidente, nesta Legislatura. Mas houve um fato de que eu não me esqueci. Enquanto ele estava na disputa da Presidência desta Casa, eu tive a oportunidade de conhecê-lo e conversar com ele alguns minutos. Naquele momento, chamou-me a atenção o carinho e o amor que ele tinha por sua família, por sua esposa Ivete. Eu parto do princípio de que o sucesso de todo homem e de toda mulher precisa de uma base, e a base é a família. E, naquele momento, percebi o carinho especial quando ele olhou para sua esposa e lhe disse que, no dia da eleição aqui no Senado, queria que os filhos e os netos estivessem presentes. Eu não me esqueço da forma como ele falou, do gesto tão carinhoso. Então, eu queria me solidarizar com toda a família, com toda a população de Santa Catarina. E não só Santa Catarina, mas o Brasil e este Parlamento perdem um grande Senador. Então, faço de suas palavras as minhas e quero parabenizar V. Exª pelo seu pronunciamento. Muito obrigado.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - Eu agradeço o pronunciamento e o incorporo ao meu, Senador Gladson Cameli. E creio que, esteja ele onde estiver, ele está muito bem e está olhando, com muita atenção, tudo o que está acontecendo, com aquela atenção que ele sempre teve, inclusive aqui no plenário. Sentava ali atrás, ficava sério; quando a gente menos esperava, lá vinha ele e entrava no assunto.

            Então, ficam aqui as minhas homenagens ao povo de Santa Catarina, à família, aos amigos, aos correligionários, que não são poucos, são muitos. Eu vi isso ontem. Ontem, Senador Dário, Senador Bauer, creio que estavam todos os prefeitos lá no velório, nas últimas homenagens a ele.

            E, por fim, quero falar um pouco do meu amigo Mendes Ribeiro, com quem tive a oportunidade de conviver por 12 anos. Uma figura também extraordinária, um gaúcho fenomenal, de Uruguaiana. E ele dizia: “Olha, a minha cidade também tem Zona Franca. Então, quando faltar alguma coisa lá na tua, do Amazonas, me pede que eu trago lá de Uruguaiana”.

            Ministro da Agricultura da Presidenta Dilma, recordo o fato de que, vivendo uma cheia terrível, muito difícil, buscamos apoio junto ao Ministro Mendes Ribeiro. E eu liguei para marcar uma audiência, e ele disse: “Que audiência nada! Eu vou aí com vocês. Junte todo o pessoal que eu estou indo aí, porque nós vamos sentar à mesa e vamos ver, juntos, como é que a gente ameniza o sofrimento daqueles agricultores de quem a chuva, a enchente está levando tudo. E eu estou assistindo pela televisão, e eu sou Ministro exatamente para isto, para resolver os problemas do Brasil.”

            Pois bem, eu, através da Manuela d’Ávila, nossa querida deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, sempre tinha notícias dele. E, por fim, há uns vinte dias mais ou menos, eu liguei, falei com o filho dele, que é vereador em Porto Alegre. E aí eu vi, Senador Paim, o quanto a família estava preparada, porque foi um sofrimento muito grande, durante muito tempo. Ele, um jovem vereador de Porto Alegre, ficou muito emocionado quando eu disse: “Espero um dia ainda vê-lo em Brasília, ocupando o lugar que o seu pai ocupou”. Aí foi um momento em que acho ele sofreu o impacto.

            Mas quero também desejar à família e ao Estado do Rio Grande do Sul a minha solidariedade e dizer que ambos, o Senador Luiz Henrique e Mendes Ribeiro, são pessoas que foram muito importantes, exemplos que foram do que é fazer a boa política neste País.

            Senador Paim.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senadora Vanessa, Senador Dário Berger, que preside a sessão e fez um discurso hoje emocionado aqui, como disse muito bem o Senador que a antecedeu. E falou com o coração. E o coração não mente. Ele falou exatamente a verdade, o que está sentindo e o que o povo de Santa Catarina está sentindo. Mas quero recordar, junto com a Senadora Vanessa, que, de fato, ontem, naquelas reuniões que eu faço na segunda pela manhã, nós íamos discutir o direito de greve. O plenário estava lotado de sindicalistas, mas, por unanimidade, nós suspendemos a discussão e transformamos a reunião da Comissão de Direitos Humanos de ontem numa reunião de homenagem a dois humanistas, a dois homens dos direitos humanos, tanto o Deputado Mendes Ribeiro, como o Senador Luiz Henrique. E todos falaram. A Senadora Vanessa e a Senadora Ana Amélia, que estavam ainda se deslocando para esta Casa, chegaram lá, foram para a Mesa e fizeram questão de enriquecer aquele momento, fazendo belos depoimentos. O nosso querido Mendes Ribeiro, gaúcho, com cujo pai convivi, pois fui Deputado Federal e convivi com o pai dele, um grande parlamentar, que morreu pelo mesmo motivo. Pelo mesmo motivo por que morreu o Mendes Ribeiro pai, morreu o Mendes Ribeiro filho. O mesmo sofrimento por que ele e a mãe passaram, acompanhando o sofrimento do pai com o mesmo problema, depois, acabamos nós todos vivendo, acompanhando o sofrimento dele. Ele era um grande Deputado Federal. O Rio Grande do Sul tem lá as suas coisas especiais. Pois o PMDB do Rio Grande do Sul decidiu não apoiar a Dilma - pelo menos a grande maioria -, na primeira campanha e também na segunda. E o Mendes Ribeiro disse “Não, estou convencido. Não morro de amores pelo PT [ele dizia claramente isso, com essa franqueza que nos aproxima], mas acho que é um belo projeto”. E o defendeu. Defendeu abertamente. Reuniu prefeitos, tanto que, quando a Dilma ia para o Estado, ele era um dos que iam recebê-la no aeroporto. E ajudava na grande articulação no Estado. Eu falo isso, pois era um homem que tinha posições claras e firmes. Era do PMDB, amava o seu PMDB, mas ele disse que tinha um compromisso também com o PMDB nacional, e não só estadual, até porque Michel Temer é Vice-Presidente da Dilma. Enfim, vivi momentos muito bonitos ao lado tanto do pai, como do filho. Por isso, a homenagem que fizemos ontem e que o Plenário do Senado fez durante todo o dia hoje é mais do que justa, tanto ao Luiz Henrique quanto ao Mendes Ribeiro. Cumprimento especialmente V. Exª. E que bom que o Dário Berger está presidindo a sessão, porque a emoção que eu vi nele na tribuna hoje eu vi ontem em V. Exª quando falava. Eu não sei se é porque também é de Santa Catarina, ou se porque conviveu mais, principalmente com o Senador Luiz Henrique. Mas a Senadora começou a falar, e eu pedi... Se a câmera focar, sou obrigado a dizer, Senadora, que as lágrimas estão escorrendo no seu rosto. Meus cumprimentos a ambos! Perdemos dois líderes. Como eu disse e repito, e termino: O Brasil chora a morte de Mendes Ribeiro e Luiz Henrique.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - Senador Paim, mais uma vez, cumprimento V. Exª pela reunião de ontem. Eu - e creio que a Senadora Ana Amélia também - corri para cá para falar, porque pela manhã, muito cedo - eu disse ontem isso -, eu estava chegando a casa da nossa ginástica. Fazemos ginástica pela manhã, bem cedo, não é Senador Capiberibe? Eu estava voltando e estava chegando o motorista do Senador Luiz Henrique, pois ele morava no mesmo andar que o Senador Capiberibe, vizinho de porta, embaixo do meu apartamento. Foi difícil percebermos. Fiquei sabendo domingo à tarde, mas caiu a ficha ali, quando todos os seguranças disseram: “Ele veio apanhar algumas coisas do Senador”, e não o Senador, que era o que fazia toda manhã, buscar o Senador para que ele estivesse aqui entre nós.

            Mas é a vida. Um dia, vamos nós também. E um dia, estaremos todos juntos, Senador Paim, o Senador Luiz Henrique, fazendo a mesma festa. Quem sabe lá do céu façamos audiências públicas toda segunda-feira para que possamos nos encontrar e discutir o direito dos trabalhadores e aposentados.

            Muito obrigada. Minha solidariedade, Senadores Dário, Bauer, e, por intermédio dos senhores, a todo o nosso querido Estado de Santa Catarina, porque, como disse o Senador Paim, o Brasil chora a morte de dois grandes homens.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2015 - Página 156