Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de matéria veiculada pelo jornal Valor Econômico acerca do crescimento da bolsa de valores neste ano impulsionado pelo fluxo de capital estrangeiro no País; e outros assuntos.

Autor
Fátima Bezerra (PT - Partido dos Trabalhadores/RN)
Nome completo: Maria de Fátima Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Registro de matéria veiculada pelo jornal Valor Econômico acerca do crescimento da bolsa de valores neste ano impulsionado pelo fluxo de capital estrangeiro no País; e outros assuntos.
GOVERNO FEDERAL:
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
EDUCAÇÃO:
Publicação
Publicação no DSF de 07/05/2015 - Página 76
Assuntos
Outros > ECONOMIA
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • REGISTRO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VALOR ECONOMICO, ASSUNTO, RETORNO, CAPITAL ESTRANGEIRO, INFLUENCIA, MELHORIA, BOLSA DE VALORES, COMENTARIO, MATERIA, JORNAL, TELEVISÃO, REFERENCIA, AMPLIAÇÃO, NUMERO, MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL.
  • CRITICA, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, FOLHA, O ESTADO DE S.PAULO, O GLOBO, MOTIVO, ENFASE, MANIFESTAÇÃO, OPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INEXISTENCIA, PUBLICAÇÃO, ASSUNTO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, APOIO, GOVERNO.
  • COMENTARIO, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, SIMULTANEIDADE, PRONUNCIAMENTO, PROGRAMA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ASSUNTO, NECESSIDADE, LUTA, REJEIÇÃO, PROJETO, TERCEIRIZAÇÃO, HISTORIA, CONQUISTA (MG), PARTIDO POLITICO, REFERENCIA, MELHORIA, EDUCAÇÃO, AMPLIAÇÃO, NUMERO, UNIDADE UNIVERSITARIA, PAIS.
  • COMEMORAÇÃO, MOTIVO, CHEGADA, INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA, MUNICIPIO, PARELHAS (RN), SERIDO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).

            A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Apoio Governo/PT - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, caros ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, o jornal Valor Econômico, na edição de hoje, traz uma boa notícia, para a tristeza, Senador Humberto, daqueles que torcem contra o nosso País. A notícia a que me refiro é uma manchete do jornal Valor Econômico que destaca que a volta do capital estrangeiro já fez a Bolsa de Valores subir 16% durante este ano de 2015. Nos quatro primeiros meses de 2015, o total de investimentos no mercado de ações já é 86% do que foi investido no País durante o ano de 2014.

            O diretor de pesquisa para a América Latina do banco JP Morgan, Pedro Martins Júnior, informou ao Valor que, nos últimos 45 dias, tem notado “um fluxo de melhor qualidade” para o Brasil, o que significa que os investimentos têm passado de curto prazo para aplicações em prazos mais longos.

            Mais otimista ainda, o gestor da NCH Capital acredita que podemos repetir o que aconteceu em 2009, primeiro ano após a crise mundial, quando a Bolsa subiu 82,6% em reais e 145,2% em dólares.

            Na análise do gestor da NCH Capital - abrem-se aspas -, “estamos vivendo um momento histórico: a tempestade perfeita virou contra quem está apostando na queda”.

            Também hoje, a ilustre jornalista Monica Bergamo, em seu comentário na Band News, lembrou que o Brasil está prestes a atingir uma marca digna de registros: até meados deste mês, já serão cinco milhões de microempreendedores individuais, aquelas pessoas que abriram seus próprios negócios sozinhos ou com, no máximo, um empregado e que faturam até R$60 mil por mês. São manicures, camelôs, costureiras, marceneiros e outros profissionais que, na última década, aproveitando incentivos, deixaram a informalidade e que, por apenas cerca de R$40,00 por mês, passaram a ter direitos a benefícios como aposentadoria e auxílio doença. A cada dia no País, três mil microempreendimentos novos são abertos. E, se somarmos esse número ao de pequenas e microempresas com até dez empregados, veremos que já são 12 milhões de estabelecimentos no País, gerando emprego e renda.

            Infelizmente, outros jornais levam para a primeira página notícias de que manifestantes resolveram bater panela durante o programa do PT na noite de ontem, com a costumeira manipulação do fato real. A Folha, por exemplo, diz que as manifestações ocorreram em dez capitais. O jornal O Estado de S.Paulo detém-se na contagem como “diversas capitais, mas não no Brasil inteiro", enquanto o jornal O Globo, com seu evidente exagero, publica que as manifestações ocorreram “em todo o País”.

            Pouco se publicou, no entanto, Sr. Presidente, da manifestação dos que apoiam o Governo. A convocação para o panelaço recebeu espaço farto na grande mídia, mas, mesmo assim, o panelaço foi pontual e mais frequente nas áreas nobres das cidades. Já o twittaço em apoio ao Governo ficou em primeiro lugar no Twitter Brasil e em quinto lugar dos tópicos mais comentados do mundo. Em pouco tempo, a hashtag #ToNaLutaPeloBrasil tomou conta da rede social.

            É uma pena, Sr. Presidente, que algumas pessoas estivessem batendo panelas, mas, enfim, esse é um direito que cada um tem.

            Eu quero dizer que é uma pena que essas pessoas tenham deixado de assistir ao programa do nosso Partido ontem, em rede nacional de rádio e televisão. Por quê? Porque o programa do PT, ontem, referiu-se a temas que são muito importantes para o Brasil, como a necessidade de lutar contra o projeto da terceirização, já aprovado na Câmara e que agora tramita aqui, no Senado, que visa a prejudicar as relações trabalhistas no País, tirando direitos de trabalhadores e contribuindo para a diminuição dos salários.

            Lembramos que não faz muito tempo que lutávamos para ver respeitadas as necessidades básicas, como comer e ter o direito de ir à escola. E, agora, a nossa batalha é para manter e ampliar os nossos direitos, além de aprimorá-los.

            Como destacou o Presidente Lula no programa do PT, ontem, a principal marca desses 12 anos de governo do PT foi a conquista de uma vida melhor para o trabalhador, que passou pela criação de 22 milhões de empregos; o aumento significativo do valor do salário mínimo; o acesso à casa própria e a bens de consumo para quem antes nunca havia possuído nada e, principalmente, a garantia de escola para nossas crianças e jovens. Ao contrário do que acontecia antes, o PT, com suas políticas, levou a população mais pobre não só à escola, mas também à faculdade.

            Sr. Presidente, quero aqui, inclusive, abrir um parêntese para saudar a juventude de Parelhas. Hoje, dia 6, 80 alunos matriculados na unidade do IFRN terão a sua primeira aula.

            Quero aqui, portanto, mandar o meu abraço e dizer da minha emoção ao falar sobre isso, porque participei intensamente dessa luta junto com o Prefeito da cidade, companheiro Francisco, para que a juventude de Parelhas e da região do Seridó tivesse realizado o seu sonho de ter uma unidade do Instituto Federal de Educação e Tecnologia naquela cidade. Eu não tenho nenhuma dúvida em afirmar que a chegada do IFRN à cidade de Parelhas se constitui na mais bela e na mais importante conquista da história da educação dessa cidade.

            Aquilo que era um sonho, graças a Deus, virou realidade. O IFRN chega exatamente para reacender as esperanças da nossa juventude, preparando-a não só para a vida, mas para o mundo do trabalho. Na verdade, com o IFRN de Parelhas, já são três unidades do instituto que a região do Seridó ganhou, porque já temos um IFRN em Caicó e um outro também em Currais Novos.

            O fato é que, quando coloco aqui que o PT levou a população mais pobre não só à escola, mas também à faculdade, o meu Estado é um exemplo disso, porque nós ganhamos, nos Governos Lula e no Governo da Presidenta Dilma mais uma universidade, a Universidade Federal do Semiárido, bem como, no campo da educação profissional, a expansão foi extremamente vitoriosa, porque tínhamos duas escolas técnicas e, agora, com Parelhas e Lajes, nós chegamos exatamente à marca de 21 unidades do IFRN no Rio Grande do Norte.

            Por isso, Sr. Presidente, não poderemos andar para trás, o que aconteceria, claro, com a aprovação do PL nº 4.330, que aqui, no Senado, é o PL nº 30, de 2015.

(Soa a campainha.)

            A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - O PT entende que a aprovação desse projeto vai servir para tornar mais precárias as relações do trabalho, opinião compartilhada pela maioria da população.

            Destaco aqui, novamente, as palavras do Presidente Lula contra o PL nº 4.330:

Esse projeto faz o Brasil retornar ao que era no começo do século passado, voltar ao tempo em que o trabalhador era um cidadão de terceira classe, sem direitos, sem garantias, sem dignidade. Nós não vamos permitir esse retrocesso. O PT continua do lado do trabalhador.

            Estamos contra o projeto de terceirização, porque essa é a vontade da maioria dos trabalhadores brasileiros. No Portal e-Cidadania do nosso Senado Federal, menos de uma semana que a proposta da terceirização chegou ao Senado, quase 40 mil pessoas já se manifestaram sobre o assunto. São 35.139 cidadãos que estão dizendo “não” ao projeto, enquanto apenas 3.503 são favoráveis.

            É bom lembrar também, como enfatizamos no programa do PT de ontem, que, enquanto nos governos anteriores os ajustes econômicos eram feitos com arrochos salariais e enorme sacrifício para o povo mais pobre, o PT defende que um dos caminhos a ser adotado é taxar as grandes fortunas, as grandes heranças, o capital especulativo, etc.

(Soa a campainha.)

            A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - No que diz respeito à corrupção, quero aqui destacar o pronunciamento do Presidente do nosso Partido, companheiro Rui Falcão, ao lembrar que, antes do PT, não havia Lei da Ficha Limpa, não havia o Portal da Transparência, a Polícia Federal e o Ministério Público não tinham autonomia para trabalhar. Hoje, a corrupção é investigada, e os corruptos estão indo para a cadeia.

            Como deixou claro Rui Falcão, o PT tirará dos seus quadros qualquer pessoa que cometer ilegalidades, mas não aceitamos que todo o Partido seja culpado por atos cometidos por alguns dos seus integrantes. Também não vamos nos calar diante de investigação seletiva ou informação seletiva. É importante deixarmos claro que há pessoas de vários partidos envolvidas nas denúncias de corrupção, e não apenas integrantes do PT.

            Por fim, Sr. Presidente, vale destacar que nosso Partido está dando um importante passo para acabar com a corrupção no País, ao defender o fim de doações empresariais a partidos e campanhas. Sabemos que temos que corrigir rumos - e estamos fazendo isso -, mas não abrimos mão das nossas bandeiras em defesa dos trabalhadores, das minorias e da população mais carente, como sempre fizemos. Nós demos uma virada histórica no País, Sr. Presidente, e não vamos permitir que ninguém faça esta Nação andar para trás novamente!

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/05/2015 - Página 76