Comunicação inadiável durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicitação de votação do requerimento de voto de censura ao Governador Beto Richa, do Estado do Paraná.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Solicitação de votação do requerimento de voto de censura ao Governador Beto Richa, do Estado do Paraná.
Publicação
Publicação no DSF de 07/05/2015 - Página 130
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, VOTAÇÃO, REQUERIMENTO, VOTO, CENSURA, CONDUTA, BETO RICHA, GOVERNADOR, ESTADO DO PARANA (PR), MOTIVO, APROVAÇÃO, VIOLENCIA, POLICIA MILITAR, COMBATE, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, PROFESSOR, CRITICA, AUSENCIA, COMPARECIMENTO, GOVERNANTE, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO, DIREITOS HUMANOS, SENADO.

            A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente.

            Não tenho dúvida de que nós vamos viver hoje uma sessão histórica, votando o projeto que estamos votando, apesar de algumas divergências que estão sendo colocadas aqui. Então, acho que este Senado da República, assim como a Câmara dos Deputados, escreve uma história diferente.

            Quero saudar aqui a Deputada Benedita, que está entre nós.

            Mas eu pedi a palavra, Sr. Presidente, para reforçar um pedido da Senadora Fátima Bezerra para que nós votemos um requerimento que pede um voto de censura ao Governador do Estado do Paraná, Governador Beto Richa.

            Hoje nós tivemos uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos sobre o ocorrido no Estado do Paraná, na semana passada, que chocou não só o nosso Estado, mas chocou o Brasil e o mundo. A notícia correu o mundo, a violência com que os professores e trabalhadores na educação foram reprimidos por protestarem na Assembleia Legislativa contra um projeto que feria seus direitos e seus interesses. E não tivemos representação à altura do Governo do Estado hoje, na Comissão de Direitos Humanos. Infelizmente, nem o Governador, nem o Secretário de Segurança, nem o Secretário de Educação, ninguém do primeiro escalão esteve na CDH. A Comissão estava com muitos Senadores, Deputados. Eu considero isso um desrespeito do Governador.

            Queria reforçar, Sr. Presidente, a importância de votarmos esse voto de censura. O que nós vimos no Estado do Paraná não foi casual, não foi uma repressão normal ou uma tentativa de defender o prédio da Assembleia Legislativa; foi, na realidade, um massacre. E posso falar isso, Presidente Renan, porque eu estava lá. Aliás, fui lá, junto com o Senador Requião, por deliberação deste Plenário. Estávamos conversando com os Deputados na Assembleia e estávamos no meio dos professores, e a repressão foi muito forte.

            E pior do que isso, o que o Governador fez depois, e o seu Secretário de Segurança, também demonstra a inépcia de tratar desse tema. O Governador disse que estavam certos os policiais e o uso da segurança, porque havia black blocs e baderneiros no meio dos professores e trabalhadores na educação, o que é mentira. E o Secretário de Segurança chegou ao cúmulo de dizer que não eram responsabilidade dele, Sr. Presidente, as ações que aconteceram. Eram responsabilidade única e exclusivamente do comando e dos policiais militares que atuam no campo.

            Eu quero deixar também registrada aqui, nos Anais desta Casa, uma carta feita pelo Comandante Cesar Vinicius Kogut, que foi demitido do Comando Geral da PMPR, em que diz discordar do Secretário de Segurança, porque o Secretário foi alertado inúmeras vezes, pelo Comando da tropa empregada e pelo Comandante-Geral, sobre os possíveis desdobramentos durante a ação. E que, mesmo sendo utilizadas as técnicas internacionalmente reconhecidas e indicadas para a situação, as pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu, tendo sido vítimas manifestantes e policiais militares. E que o Secretário estava sendo informado dos desdobramentos da ação pari passu.

            Ou seja, o Comando da Polícia Militar não reconhece o que o Secretário de Segurança está dizendo. O Governador demitiu o Secretário de Segurança e readmitiu em seguida.

            Então, acho que é importante este Plenário se manifestar, porque o que nós vivenciamos no Paraná mancha a história da nossa democracia, mancha a história da nossa educação.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/05/2015 - Página 130