Pela Liderança durante a 76ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Expectativa com as repercussões para o Brasil de acordos comerciais firmados com a China.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
INDUSTRIA E COMERCIO:
  • Expectativa com as repercussões para o Brasil de acordos comerciais firmados com a China.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2015 - Página 308
Assunto
Outros > INDUSTRIA E COMERCIO
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, CONGRESSO NACIONAL, BRASIL, PRIMEIRO-MINISTRO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, ACOMPANHAMENTO, COMITE, EMPRESARIO, EMPRESA DE MATERIAL ELETRONICO, COMENTARIO, VOCAÇÃO, ESTADO DE RONDONIA (RO), TRANSFORMAÇÃO, POLO INDUSTRIAL, DEFESA, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, ENFASE, CONSTRUÇÃO, FERROVIA, LIGAÇÃO, REGIÃO CENTRO OESTE, REGIÃO NORTE, MUNICIPIO, PORTO VELHO (RO).

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Hélio, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, neste momento em que já está chegando aqui para a sessão especial, daqui a alguns instantes, toda a equipe da REDEVIDA de Televisão, durante esta semana, estamos recebendo a visita do Primeiro-Ministro chinês, o Sr. Li Keqiang, que nos honrou com a sua presença no Congresso Nacional, na terça-feira. Acompanhando o Sr. Ministro, vieram mais de uma centena de grandes empresários daquele país oriental.

            Na segunda-feira, tive a satisfação de receber, em meu gabinete, uma comitiva de empresários chineses que acompanham o Ministro, já que se trata de uma viagem com objetivos, principalmente, comerciais.

            A comitiva que esteve em meu gabinete era composta por empresários, dentre os quais destaco o Sr. Liu Liehong e o Sr. Chen Xu, respectivamente presidente e vice-presidente do grupo CEC - China Electronics Corporation.

            Esse grupo atua na área de eletrônicos. Possui um faturamento anual de cerca de US$32 bilhões e está interessado em investir fora da China, e o Brasil pode ser um dos destinos desse investimento. Para tanto, Sr. Presidente, Paulo Paim, basta que ofereçamos um ambiente de negócios seguro e favorável, uma exigência absolutamente compreensível.

            Esse grupo já tem feito investimentos de grande monta no Brasil. São duas fábricas da marca mundial AOC, uma em Manaus e outra em Jundiaí, São Paulo. Elas produzem monitores, televisores e computadores, empregando milhares de brasileiros. Atualmente, a empresa é a maior fabricante no mundo de telas LCD, fabricando tanto para a sua própria marca como para outras grandes marcas globais.

            Convidei-os para ir ao Estado de Rondônia, Sr. Presidente, ao meu Estado, e um dos integrantes da comitiva aceitou meu convite. Ele deverá ir ao meu Estado em até duas semanas. Também fiz questão de dizer ao grupo que as portas rondonienses - e é claro do Brasil - estão abertas para receber indústrias de tecnologia.

            Meu Estado, Sr. Presidente, cada vez mais, confirma sua vocação para se tornar um grande polo industrial. Somos produtores em larga escala de energia, depois da construção da Usina de Jirau, em Santo Antônio, que já mandam para fora de Rondônia mais de 3,5 mil megawatts e ainda sobrariam mais de 4 mil megawatts para ficar em Rondônia e Acre, possuímos hidrovias para o escoamento da produção e, em breve, contaremos com uma ferrovia que nos conectará ao Oceano Pacífico, aos portos do Pacífico.

            Aliás, Sr. Presidente, os investimentos necessários à construção dessa ferrovia, que passará por Porto Velho, também estão na pauta da visita do Primeiro-Ministro chinês ao Brasil.

            A construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), saindo de Uruaçu (GO), passando por Lucas do Rio Verde (MT), e seguindo deste Município mato-grossense até Porto Velho, é uma das obras mais importantes para o nosso Estado de Rondônia, para a agricultura brasileira, e para o desenvolvimento econômico do Brasil, pois, além de servir para escoar a produção do agronegócio das regiões Centro-Oeste e Norte, vai tirar o trânsito pesado de nossa BR-364, melhorando consideravelmente o tráfego nesta rodovia e prolongando a vida útil da pista.

            Nós já estamos trabalhando, Sr. Presidente, além da restauração da BR-364, da BR-425, 429, 435 e outras, a duplicação da BR-364 pelo mesmo trecho de Pimenta Bueno até, Ariquemes do trecho mais pesado.

            É um projeto antigo, Sr, Presidente, da ferrovia que, infelizmente, está demorando muito para sair do papel, atrasando o desenvolvimento pelo qual o povo do Estado de Rondônia tanto anseia. Tenho trabalhado com afinco há vários anos para ver concretizado esse sonho do povo rondoniense e, agora, com o apoio financeiro do empresariado chinês, acredito que conseguiremos vê-lo tornar-se real.

            Eu trabalho muito, Sr. Presidente, em um lote de Sapezal, região da soja do Mato Grosso até Porto Velho, que já está estudado inclusive por empresas chinesas para que o Governo Federal possa colocar em licitação e leilão o mais breve possível. 

            Não é novidade para ninguém, Senhor Presidente, que existe um grande gargalo de infraestrutura estrangulando o desenvolvimento econômico de nosso País. São portos que não comportam o fluxo ou o tamanho de navios, são estradas em condições precárias, são hidrovias insuficientes e ferrovias em quantidade muito menor do que deveriam ser.

            Felizmente, parece que ao menos os nossos aeroportos conseguiram se modernizar razoavelmente bem, com os investimentos e privatizações feitos nos últimos anos. Ainda há muitos aeroportos para serem modernizados, para serem privatizados, reformados, ou construídos.

            Quanto às ferrovias, todos sabemos que são muito mais eficientes que as rodovias para o escoamento da produção.

            Essa visita do Primeiro-Ministro chinês Keqiang e de mais de uma centena de grandes empresários chineses é crucial para o desenvolvimento de nosso malha ferroviária. A China passa por um momento de redução de demanda, e eles estão com um excedente de produção de tecnologia ferroviária, o que vem bem a calhar para nós.

            Fui o Relator aqui, no Congresso Nacional, do Plano Ferroviário Nacional, por isso estendi essa ferrovia, que sai do Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Acre e entra no Peru, chegando até o Oceano Pacífico.

            Termino este meu breve pronunciamento dizendo o quanto estou otimista com a visita da comitiva chinesa. Acredito que os acordos e parcerias comerciais, que foram assinados ao longo destes dias, serão importantes para a nossa economia, para a nossa gente, para a geração de emprego e renda. Em especial, a população de Rondônia está ansiosa na expectativa de ver concretizada a construção do braço da ferrovia que atravessará o nosso Estado e nos permitirá a conexão com os portos do Rio e São Paulo e, futuramente, com uma saída para o Oceano Pacífico, através dos portos peruanos.

            O desenvolvimento econômico de Rondônia e do Brasil tem, portanto, muito a ganhar com esta ilustre visita que recebemos nesta semana do Primeiro-Ministro da China e de mais de uma centena de empresários chineses.

            Era o que tinha, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2015 - Página 308