Discurso durante a 11ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a comemorar os 150 anos do nascimento do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene destinada a comemorar os 150 anos do nascimento do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Publicação
Publicação no DCN de 06/05/2015 - Página 18
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, CANDIDO MARIANO DA SILVA RONDON, MARECHAL, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ENFASE, INVESTIMENTO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO.

     O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão

do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Senador do bravo Estado de Mato Grosso, Senador Wellington Fagundes.

Sr. Presidente, serei breve.

    Eu gostaria de citar o signatário da presente sessão pela Câmara dos Deputados, o Sr. Deputado Federal Nilson Leitão, e também o Deputado Federal Professor Victório Galli.

    Quero saudar o Ministro do Superior Tribunal Militar José Barroso Filho; o General da minha terra, o Rio de Janeiro, representando o Ministério da Defesa, Gerson Menandro Garcia de Freitas; e o Sr. General de Exército Sinclair Mayer, que representa o Comando do Exército e que é Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia.

Quero saudar o neto do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Sr. Almanzor Meirelles Rondon. Quero saudar o Embaixador da República das Filipinas, José Dela Rosa Burgos.

    Quero saudar o representante do Prefeito do Município de Santo Antônio de Leverger, em Mato Grosso, Sr. Valdir Ribeiro, e o assessor especial da Prefeitura, Sr. Sebastião Ferreira Leite.

    Também saúdo o 1º Secretário da República de Guiné-Bissau, Sr. José Luiz Mendes, e os demais senhores oficiais, generais, superiores. Aqui também estão muitos oficiais intermediários das diversas Forças e praças.

    Sejam bem-vindos ao Senado Federal, que já foi a Casa do ilustre Senador Luís Alves de Lima e Silva, o Senador Duque de Caxias!

Sr. Presidente, parabéns por esta sessão solene, que hoje engrandece a nossa Casa!

    A figura de Rondon nos leva, eu diria, a uma profunda reverência a esse espírito brasileiro que hoje se dissipa em uma sociedade de consumo.

    As nacionalidades dependem muito de sua configuração física, dos acidentes imprevisíveis e misteriosos da sua evolução, dos símbolos telúricos que lhes vincam a índole e a vocação, nosso mar, nosso céu, nossas estrelas, nossas matas. Mas não há notícias na história, Fagundes, de que nenhuma delas haja se transformado em nação culta, poderosa, rica e influente sem a presença dos seus guias carismáticos e proféticos, dos seus condutores valentes e visionários, dos seus líderes sábios e generosos. São eles que, com suas mãos rijas, con-

seguem argamassar as virtudes e os defeitos dos seus povos, para formá-los viris e dinâmicos, com o olhar fito

no futuro, para rasgar nos horizontes a perspectiva iluminada e gloriosa do seu destino. Desses líderes está referta a nossa história.

Desde aquelas páginas encantadoras escritas com beleza e heroísmo pelos missionários, passando pela epopeia das Bandeiras, quando os Garcia, os Bartolomeu Bueno, os Fernão Dias balizaram os limites da nossa geografia a golpes de tenacidade e de bravura, rompendo as matas, até chegar aos sonhos de liberdade de Frei Caneca e de Tiradentes, que o nosso Príncipe resoluto e audaz concretizou, cunhando a legenda bela e estupenda da nossa independência, deles, dos maiores, foi um conterrâneo meu, Pedro II, que, nos quatro de- cênios do seu Império, estruturados na austeridade, nos sacrifícios, nos trabalhos sérios, permitiu que a espada conciliadora de Caxias fundisse a unidade moral, territorial, política e material da nossa Pátria.

Vasconcelos e Honório Hermeto criaram as nossas instituições livres. O Visconde do Rio Branco, pai do Barão, e Paulino de Sousa fixaram as diretrizes da nossa política internacional. Mauá empreendeu as primeiras tentativas dos processos da nossa emancipação econômica, enquanto Nabuco, Patrocínio e a Princesa Isabel nos redimiam da vergonha extrema da escravidão.

Nessa galeria, nesse panteon, nessa constelação de grandes brasileiros que hoje cultuamos, fulgura o Marechal Cândido Rondon. Meu Deus, se nós temos de nos espelhar, se temos de copiar, se temos de ensinar aos nossos filhos e proclamar nos nossos discursos idealismo, espírito de renúncia, patriotismo, mais não se poderia dizer do que reverenciar a figura do Patrono do Serviço de Comunicações! Serviço ou Arma, General?

O SR. SINCLAIR MAYER (Fora do microfone.) - Arma.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Arma de Comunicações.

Eu não poderia deixar de estar aqui, acompanhando o bravo líder do Estado do Mato Grosso, o Senador Wellington, para fazer essa saudação. Por quê? Porque hoje nossa sociedade está esquecida desses valores. Nós nos afastamos deles. Todo dia, nas páginas dos jornais, nós estamos - sobretudo, a classe política e também a classe empresarial - sendo levados, pelo poder ou pelas ambições da riqueza, aos escândalos mais tristes que nos envergonham a todos.

Quem dera uma sessão como esta, os discursos tão bonitos que foram ditos aqui e um Plenário como este, de brasileiros ilustres - independentemente das suas posses, todos têm histórias para contar do seu pa- triotismo, do seu amor a esta terra e a nossa gente -, pudessem estar hoje no horário nobre de televisão! Mas o horário nobre de televisão custa muito dinheiro, custa milhões, e, hoje, no Brasil, são esses milhões que, des- graçadamente, pautam nossas atividades.

Não sei quando é que vamos acordar deste trágico momento da nossa evolução política, econômica, social, cultural, mas haverá, um dia, de ressurgir um Brasil mais ligado às suas raízes, às suas tradições históri- cas, aos seus heróis do passado.

É por isso, Senador Fagundes, sem querer ser fastidioso, que venho aqui fazer minha oração, que já vai longa - e vou encerrar -, já ditada, desde o princípio, pelas emoções do meu coração.

Presto, então, ao reverenciar a figura desse ilustre brasileiro que não pode jamais ser esquecido, uma ho- menagem também às Forças Armadas, sobretudo ao Exército Brasileiro, onde tive a honra, durante oito anos, de servir a Pátria. Servi no Exército Brasileiro, na Arma de Infantaria, que também é do General meu coestaduano.

Que Deus ilumine o Brasil! E que nós todos jamais venhamos a nos esquecer dos nossos heróis!

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 06/05/2015 - Página 18