O SR. DALIRIO BEBER (Bloco Oposição/PSDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Senador Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal, Exmº Sr. Senador Jorge Viana, Vice-Presidente do Senado Federal, Exmº Sr. Raimundo Colombo, nosso Governador de Santa Catarina, Exmº Sr. Jorge Bornhausen, ex-Governador e Senador Federal, Exmº Sr. Prefeito da cidade de Joinville, Udo Dohler, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhoras e senhores presentes, cara D. Ivete, caro Cláudio e Fabiana, filho e nora de Luiz Henrique da Silveira, certamente não é com alegria que estamos aqui reunidos. É com saudades! Aqui estamos lamentando a saída abrupta do Senador Luiz Henrique da Silveira, que nos deixou no dia 10 de maio. Todos preferiríamos estar com ele ao nosso lado, orientando-nos e apontando o melhor caminho. Afinal, mais do que um grande político, ele era um amigo. Mas estamos aqui para registrar, mais uma vez, a importância dele. Estamos aqui para enaltecer a sua história como homem público, para lembrar as suas ações e para que o tenhamos como exemplo a seguir.

            Depois de longas jornadas de trabalho em favor de Santa Catarina e dos catarinenses, quis Luiz Henrique confiar-me, na disputa eleitoral de 2010, a primeira suplência de sua chapa para o Senado Federal. Jamais imaginei que um dia pudesse ser necessário dar continuidade ao seu mandato. Luiz Henrique é insubstituível. Seu exemplo de homem público haverá de nortear minhas ações para bem cumprir o mandato que os catarinenses nos conferiram.

            Luiz Henrique era conciliador. Tinha uma enorme capacidade de agregar partidos e lideranças com os quais havia disputado eleições, fazendo-os aliados em torno de projetos que visassem o bem de Santa Catarina.

            Luiz Henrique foi um vencedor. Começou sua trajetória política como Deputado Estadual, cinco vezes Deputado Federal, três vezes Prefeito da maior cidade do nosso Estado, Joinville, duas vezes Governador e, finalmente, em 2010, Senador da República.

            Foi Ministro de Ciência e Tecnologia ainda jovem, foi Presidente Nacional do maior Partido de oposição, o MDB, ao qual também pertencia.

            Quando Governador, visitou inúmeras vezes os nossos 295 Municípios. E ele fazia questão de, a cada visita, dizer qual era o número daquela visita naquela cidade: “Aqui estou pela 57ª vez visitando a cidade de Blumenau”. E ele sabia muito bem, em todas as visitas, o que tinha levado e tratado com aquela cidade.

            “Era diferente”, como citou a assessora do gabinete Letícia Schlindwein, no dia do seu velório, quando falou em nome de toda equipe do seu gabinete:

Só quem conviveu de perto com ele, trabalhando com ele como Governador, como Deputado, como Prefeito, como Ministro e como Senador, pode saber o quanto era apaixonado pela política, pela política limpa, pela política que faz acontecer para todos, pela possibilidade que o poder público lhe dava de fazer o bem a um maior número de pessoas, pela vontade obcecada de um País melhor, com menos desigualdades, por um Brasil de menos Brasília e mais brasis [como dizia sempre Luiz Henrique da Silveira].

            Para lembrar um pouco a figura inquieta de Luiz Henrique, tomo a liberdade de citar algumas palavras aqui proferidas por ele, neste plenário, no dia 11 de fevereiro de 2015:

            A Nação está inquieta. O povo está aflito, nervoso, ansioso, atordoado. Há um clima generalizado de desânimo, de desalento, de descrença. Esse clima é refletido nas casas, nos clubes, nas ruas e nas redes sociais. Temos todos a responsabilidade de não permitir que o país do futuro vire o país do passado. Somos responsáveis pelo futuro das novas gerações. Aliás, o futuro não existe. Existe o presente, que deve ser reformado, para que possamos construir o futuro [dizia Luiz Henrique].

Que caráter quer ter este País? [Perguntava.] Temos que pensar no todo, no público, no coletivo! Temos que mudar, reformar, transformar! Temos que agir logo! A nação tem pressa! E o povo brasileiro clama por reformas urgentes e improrrogáveis!

            Nos mandou a este Congresso [o povo] para fazê-las! Já falhamos nessa missão com os nossos filhos. Não podemos falhar com os nossos netos.

            Ainda é tempo de mudar os rumos deste País. Há tarefas urgentes a realizar. Mudanças inadiáveis a fazer.

            Esse seu brado, com certeza, não foi e não será em vão. Seu exemplo de homem público honrado haverá de nortear minha caminhada e a de muitos outros nesta Casa.

            Luiz Henrique, por tudo e por todo o bem que fizeste, que Deus te abençoe e te dê a paz e o descanso eterno! (Palmas.)