Pronunciamento de Marcelo Crivella em 11/06/2015
Discurso durante a 94ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão especial destinada a homenagear o Sr. Luiz Henrique da Silveira, Senador da República, falecido no dia 10 de maio último, nos termos do Requerimento nº 499/2015.
- Autor
- Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
- Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM:
- Sessão especial destinada a homenagear o Sr. Luiz Henrique da Silveira, Senador da República, falecido no dia 10 de maio último, nos termos do Requerimento nº 499/2015.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/06/2015 - Página 19
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, EX SENADOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Exmo Senador Renan Calheiros, saúdo V. Exª; o 1º Vice-Presidente, Sr. Senador Jorge Viana; o ex-Senador, Governador do Estado de Santa Catarina, Sr. Raimundo Colombo; e a Srª Ivete Silveira, esposa do Senador Luiz Henrique. Quero saudar também o nosso ex-Senador e Governador Jorge Bornhausen; o Sr. Prefeito do Município de Joinville, Udo Döhler e o Senador Casildo Maldader.
Quero saudar também o Cláudio, que hoje compõe o Plenário desta Casa; o Rodrigo Silveira, sobrinho.
Quero também saudar o Sr. Carlos Adauto Virmond Vieira; saudar o Sr. José Melo; a Srª Sarah Mello; a Fabiana Rabello, que é nora; a Srª Carminha Vianna; Renato Vianna; a Embaixadora da Romênia, Srª Diana Radu; a Embaixadora da República da Áustria, Marianne Feldmann; o Embaixador da República do Cazaquistão, Sr. Bakytzhan; o Embaixador da República Tcheca, Sr. Jirí Havlík; o Embaixador da Estônia, Sr. Mart; o Embaixador da Dinamarca, Sr. Kim Christensen; e o Secretário Nacional de Políticas de Turismo, Sandro Ricardo Fernandes.
Também está conosco, Sr. Presidente, o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Carlos Chiodini. Estão também conosco o Brigadeiro do Ar Rui Chagas Mesquita; o Vereador Rodrigo Fachini; o Sr. Georgino Melo e Silva; o Sr. Geovane Veras Pessoa; André Elias Ferreira Batista, do Ministério da Cultura; o Sr. Wilfredo Gomes, representando os líderes empresariais de Santa Catarina; e também o Diretor Geral da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil, Sr. Pavel Kazarian.
Queria também fazer menção à ilustre mineira de Piedade, D. Célia, que por 28 anos foi secretária e amiga do nosso Senador e Governador.
Sr. Presidente, senhoras e senhores presentes, no último dia 10 de maio, em Santa Catarina, havia, em cada olhar, uma lágrima; em cada coração, um voto de pesar e de saudade; em cada lar, uma prece. Partia um grande líder. A multidão que se apinhava veio lhe prestar a derradeira homenagem.
Homenagem ao Prefeito, ao Deputado Estadual, ao Governador, ao Ministro de Estado, ao Senador, que, numa trajetória brilhante, acrescentou muito à vida nacional e fará imensa falta.
Não faria e não farei uma biografia desse ilustre brasileiro, outros já fizeram com um brilho e uma acuidade de que eu não seria capaz. Limito-me apenas a assinalar que de cada etapa da sua existência se irradia uma lição que enobrece e dignifica a vida. Do menino humilde da cidade de Blumenau, bom filho, bom amigo, bom irmão, nos vem a doçura da alma do povo de Santa Catarina. Do jovem estudante debruçado sobre os livros do direito, a fé no futuro. Do estadista, o respeito cego à Constituição.
Fazia da vocação democrática um dogma religioso do qual não se afastava, e dos princípios da honradez, da dignidade, das tradições, metamorfoseava, como se fosse um apóstolo da nossa cidadania e da civilização brasileira.
Na frase em que ele nos deixou representando a política, com uma rosa, não lhe faltaram espinhos. As campanhas das quais participou foram duras, de nada foi poupado. Nem mesmo no paroxismo das suas agonias, no vértice dos seus momentos de intranquilidade e dificuldades, Luiz Henrique jamais perdeu a linha da sua compostura, ou se permitiu tornar irascível, era sempre um homem cordato, construía soluções pacíficas para as controvérsias. Nesta Casa, foi um príncipe, um príncipe da paz. Respeitava todos, apresentava seu ponto de vista de maneira aberta, debatia, ouvia, discutia, emendava, ligava.
O Senador Luiz Henrique representou as melhores virtudes do homem público da nossa terra. Ele trazia na sua alma de brasileiro as vocações, as virtudes que os mais de 40 anos de serviço ao povo brasileiro lhe conferiam.
Eu o encontrava, vez por outra, vizinhos que éramos, para caminhar, ainda cedo, de manhã. E as suas palavras sempre eram muito sábias, destituídas de arrogância. Homem que não conhecia vaidade, só tratava do interesse público, do bem do Brasil.
Ele, como homem público, construiu uma grande obra, talvez só superada pela família, que é outra etapa da sua vida que irradia uma lição extraordinária. Marido, companheiro, pai de dois filhos, avô de três netos - avô vaidoso, talvez aí residisse a única fraqueza; era um avô exibido.
Sr. Presidente, não quero ser fastidioso, mas, antes de terminar esta oração, que já vai longa ditada pela emoção do meu coração, eu não poderia encerrar sem antes dirigir uma palavra à ilustre dama que foi sua consorte incomparável, companheira fiel na tormenta e no esplendor. Ela com ele construíram a linda família Silveira Appel. Sempre que Luiz Henrique se referia a ela - e conversávamos às vezes sobre família, sobre Bíblia, sobre princípios cristãos -, ele deixava claro que a luz que iluminava o seu caminho e sempre iluminou foi a luz do olhar da sua esposa, por quem nutria grande respeito, por toda a ternura, por todo o encorajamento, por toda a companhia que dela desfrutou.
Sem dúvida, a sua companheira querida, na sua personalidade encantadora, não menos nobre, não menos criativa, não menos digna que a de seu marido, engasta, como em um joia, as virtudes da ternura, da beleza, da graça, mas, também, das resistências morais de dignidade da mulher de Santa Catarina, da mulher do Brasil. E, nessas horas difíceis, nessas horas duras, ela nos mostra também o seu espírito germânico, a sua ascendência espartana.
Sr. Presidente, para terminar o meu discurso eu não encontraria outras palavras senão aquelas que o gênio de Shakespeare botou nos lábios de Marco Antônio diante do cadáver mutilado de Brutus. Dos justos, ele era dos mais; dos dignos, dos mais. Os elementos que compunham o seu ser nele de tal maneira se compunham que a natureza inteira podia se erguer e clamar ao universo: ali está o homem!
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)