O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Jorge Viana.

            Cumprimento o Governador do Estado de Santa Catarina, Sr. Raimundo Colombo; a Srª Ivete, que foi companheira de vida do Senador Luiz Henrique, e também o filho Cláudio, que está aqui, e os demais parentes; o Prefeito do Município de Joinville, Sr. Udo Döhller; o ex-Governador e ex-Senador Jorge Bornhausen, que está presente conosco; e, também, Casildo Maldaner, querido amigo que há pouco tempo deixou aqui o Senado.

            Sr. Presidente, também falo aqui em nome do Senador Wellington Fagundes, do PR, do Senador Vicentinho Alves, também do PR, e também do Senador Magno Malta, que faz parte da nossa Bancada.

            Há 32 dias falecia o nosso amigo Senador Luiz Henrique e, nessa terça-feira, junto com outros colegas Senadores, participei na Catedral Metropolitana de Brasília de uma missa póstuma em homenagem a ele.

            Catarinense de Joinville, Luiz Henrique integrava o grupo autêntico do PMDB, antigo MDB, do saudoso Ulysses Guimarães. Deputado Federal por cinco mandatos, foi Prefeito de sua cidade por três mandatos e Governador do Estado de Santa Catarina por dois mandatos consecutivos. E chegou a esta Casa em 2011, onde teria um mandato até 2019.

            Para mim, um dos maiores feitos de destaque aqui na Casa, como já foi dito por vários oradores, foi a relatoria da proposta de reforma do Código Florestal, buscando, através do diálogo com todos - como foi feito - o consenso e, se não o consenso, a negociação entre todos.

            Graças a isto, seu espírito conciliador, avançamos, e muito, na questão ambiental no Brasil. Aprovamos aqui uma das leis mais rigorosas que há no mundo na questão ambiental, respeitando a biodiversidade, mas também respeitando e dando segurança àqueles que produzem no País, coisa que se buscava há mais de 20 anos.

            Quem teve a honra de conviver com Luiz Henrique sabe que ele era um apaixonado pela política e com a possibilidade de mudar o Brasil sempre para melhor. Revolucionou seu Estado, fazendo com que Santa Catarina permaneça constantemente no topo dos Estados com melhor qualidade para se viver no Brasil.

            Cuidava de cada um dos 295 Municípios catarinenses, tratando todos da mesma forma - de forma igual -, assim como suas lideranças políticas e seus funcionários, todos com o mesmo respeito, independentemente das cores partidárias e, também, independentemente das escolhas ideológicas.

            Ao homem, que foi público por 45 anos de sua existência, por dedicar-se a mudar o País através da política, o nosso mais sincero pesar - pesar, porque seu Estado perde um líder nato, e nós perdemos mais que um colega. Perdemos um colega de trabalho, um amigo, um professor que, em uma das suas célebres frases, nos mostrava seu amor por seu País, sua luta incansável em diminuir as desigualdades. Ele sempre dizia: “por um Brasil de menos Brasília e mais Brasis”.

            Srªs e Srs. Senadores, tomo a liberdade de enaltecer um trecho publicado pela assessoria do nosso querido Luiz Henrique, que conhecia não o só Parlamentar dos holofotes, mas aquele que conduzia o gabinete de forma humilde, simples e humanizada. E se dizia dele: "Era um chefe diferente. Motivava a todos nós, sem deixar de se preocupar com o pai ou a mãe ou o filho de cada um daqueles que trabalhavam com ele."

            "A família deles e a saúde em primeiro lugar", dizia o Senador. E também dizia - abre aspas: "Vai ver teus pais na Páscoa. Vai ver como está o coração dos dois" - fecha aspas. Sempre atento, perguntava aos seus colaboradores.

            Era essa sua bandeira, era esse seu sonho. O trabalho só valia a pena, se fosse para mudar a vida das pessoas.

            Quem precisa de nós, do nosso esforço, dos nossos resultados, das nossas ações é aquele que está lá na ponta, no bairro, na vila, lá onde a sua realidade é difícil, e muitas vezes as nossas ações lhe tiram as esperanças.

            Certa feita, após uma lesão no pé - e não faz muito tempo isso - que o fez andar de botas especiais e cadeira de rodas aqui no Senado, afastado das suas atividades, Luiz Henrique pôs-se a reflexionar sobre a vida e, principalmente, sobre a importância dos pés, por serem os pés a nossa sustentação, por ser onde apoiamos toda a nossa estrutura, mas, mais que isso, por serem os pés que nos levam, nos guiam e nos conduzem a todos os lugares.

            Já se passaram 32 dias da partida do nosso querido amigo, Senador Luiz Henrique. E estamos certos de que os seus pés o levaram, o conduziram para um local de luz e de paz.

            Muito obrigado. (Palmas.)