Discurso durante a 94ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a homenagear o Sr. Luiz Henrique da Silveira, Senador da República, falecido no dia 10 de maio último, nos termos do Requerimento nº 499/2015.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão especial destinada a homenagear o Sr. Luiz Henrique da Silveira, Senador da República, falecido no dia 10 de maio último, nos termos do Requerimento nº 499/2015.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2015 - Página 21
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, EX SENADOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Jorge Viana; Sr. Presidente Renan Calheiros, que presidiu a sessão até há poucos instantes; Governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo; Srª Ivete Silveira, companheira de toda a vida do Senador Luiz Henrique da Silveira; Prefeito do Município de Joinville, Dr. Udo Döhler; ex-Governador de Santa Catarina, Senador, no período de 1999 a 2007, Jorge Bornhausen; Senador Dalirio Beber; Senador Dário Berger; ex-Senador Casildo Mandaner; Senador Paulo Bauer; Srs. Deputados de Santa Catarina; minhas senhoras e meus senhores.

            Grandes figuras da vida política da Nação já passaram por esta Casa, mas vale destacar a importância do homenageado desta sessão, que nos deixou um exemplo valioso de atuação em benefício daqueles que depositaram nele sua confiança e seu voto e, por extensão, de todo o povo brasileiro.

            Luiz Henrique da Silveira, o Senador Luiz Henrique, como todos nós o conhecemos, foi um catarinense que muito honrou sua terra com seus mais de 40 anos de atuação política. Homem de partido, de ideias, de ideais bem definidos. Coerente com suas convicções democráticas, sempre esteve ligado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), cujo sucessor veio a ser o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o nosso PMDB.

            Comprovando o reconhecimento de sua atuação pelo povo do Estado de Santa Catarina - meu Estado natal também; estou emprestado a Rondônia -, sua carreira não conheceu altos e baixos, esteve sempre em rota ascendente. Eleito presidente do Diretório Municipal do MDB de Joinville, em 1971; em 1973, já se elegeu Deputado Estadual; e, a partir daí, continuou em um crescente incessante. Em 1975, já era Deputado Federal, mandato que interrompeu para sua gestão como Prefeito Municipal de Joinville, entre 1977 e 1982.

            Depois, retornou à Câmara dos Deputados por mais quatro mandatos. Demonstrou a liderança que o caracterizava durante o período preparatório da Assembleia Constituinte. Vale destacar ainda que foi Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia no período de 1987 a 1988 - diga-se de passagem, um grande Ministro. Entre 1993 e 1996, foi Presidente do Diretório Nacional do PMDB, cargo que também tive a honra e a oportunidade de exercer por três anos e meio. Em 1996, foi eleito novamente Prefeito de Joinville. Eu, quando Governador do meu Estado, e Paulo Afonso, de Santa Catarina, estivemos no comício do Luiz Henrique lá na cidade de Joinville. Exerceu o cargo até 2002 - pois foram dois mandatos consecutivos, eleito e reeleito -, quando se candidatou ao governo do Estado de Santa Catarina, função que desempenhou com méritos reconhecidos entre 2003 e 2010, também em dois mandatos consecutivos, o que fez com que fosse então escolhido para representar o Estado aqui, no Senado Federal.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores, em nenhum momento da carreira política do Senador Luiz Henrique, se pode notar qualquer ameaça ao reconhecimento de sua atuação pelo povo do Estado de Santa Catarina e pelo Brasil. Por isso, foi seguidamente reeleito.

            Aliás, por que não lhe reconhecer a importância nacional, principalmente no que diz respeito às artes? Já foi dito aqui. Foi dele a iniciativa que fez com que o Brasil recebesse a filial, por assim dizer, do Balé Bolshoi a partir de 1999, a sua paixão - depois de D. Ivete e sua família, claro. A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, situada em Joinville, é a única Escola Bolshoi fora da Rússia e colocou a cidade com destaque no cenário mundial da arte e da dança. Na noite de hoje, essa Escola do Teatro Bolshoi nos brindará com uma apresentação em Brasília no Ginásio Nilson Nelson, aqui, na capital da República.

           O fato de ter sido Ministro da Ciência e Tecnologia no período de outubro de 1987 a julho de 1988 não impediu que Luiz Henrique tivesse uma participação ativa e marcante na Assembleia Constituinte. Foi titular na Comissão do Poder Legislativo, na Comissão de Organização dos Poderes e Sistema de Governo, bem como na Comissão de Redação da Assembleia Nacional Constituinte, além de suplente na Comissão de Sistematização da referida Assembleia.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, não há como relatar brevemente todas as atividades da ilustre personalidade que estamos homenageando neste momento. O Senador Luiz Henrique, em sua relativamente curta passagem pelo Senado, destacou-se pela relatoria do Código Florestal, experiência que adquiriu no Governo de Santa Catarina ao também promover uma grande reforma no Código Florestal daquele Estado. Foi Relator do Código Florestal brasileiro (Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012), uma matéria extremamente complexa, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática. Ele também foi membro da comissão externa que representou o Senado Federal na Conferência da ONU Rio+20 em junho de 2012 e era o Presidente da Comissão Senado do Futuro.

           Por aí, se pode comprovar que se tratava de um trabalhador incansável em prol da sociedade brasileira. Luiz Henrique era realmente incansável.

           Ainda assim, encontrava tempo para produzir trabalhos escritos, podendo-se citar suas obras: Curso Básico de Direito do Trabalho na Udesc (1969), O Gesto e a Palavra (1975), O Exercício da Legalidade (1976) e Sempre aos Domingos (1995).

           Srªs e Srs Senadores, pode-se dizer que o Senador Luiz Henrique deixou uma lacuna difícil de ser preenchida. Exemplo de fidelidade aos ideais democráticos e aos princípios políticos que acolheu, esteve sempre ligado ao PMDB - antes MDB, seu antecessor dos tempos do regime militar. Esteve sempre na trincheira Luiz Henrique, ao lado, como já foi dito aqui, de Ulysses Guimarães, que o admirava muito - Ulysses admirava muito Luiz Henrique, eu sabia disso -, de Tancredo Neves, de Teotonio Vilela, de Paes de Andrade, como já dito pelo nosso Líder, Senador Eunício Oliveira, e de tantos outros expoentes da política brasileira e do PMDB.

            Por isso, é justa e mais que merecida a homenagem que estamos prestando, neste momento, ao Senador Luiz Henrique da Silveira, um exemplo de como se deve portar todo cidadão que se dedica a uma trajetória política.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2015 - Página 21