Comunicação inadiável durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Repúdio às supostas ofensas praticadas contra os cristãos na 19ª Parada Gay, realizada em São Paulo.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
RELIGIÃO:
  • Repúdio às supostas ofensas praticadas contra os cristãos na 19ª Parada Gay, realizada em São Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2015 - Página 228
Assunto
Outros > RELIGIÃO
Indexação
  • REPUDIO, OFENSA, VITIMA, CRISTÃO, PERIODO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, LOCAL, SÃO PAULO (SP), REFERENCIA, DEFESA, LIBERDADE, SEXUALIDADE, COMBATE, HOMOFOBIA, SOLICITAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, MINISTERIO PUBLICO, OBJETIVO, APURAÇÃO, AUTORIA, DISCRIMINAÇÃO, GRUPO RELIGIOSO.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srªs e Srs. Senadores, Srª Presidenta, senhoras e senhores telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado que nos acompanham pelos meios de comunicação e ilustre público que, hoje, encanta o plenário do Senado Federal, eu nunca imaginei subir à tribuna para fazer o que estou fazendo agora: um ato de repúdio, assinado pelos Srs. Senadores - acho que, dos 81 Senadores, 70 ou 75 irão assiná-lo - pelas ofensas, pelas blasfêmias, eu diria, pelas violências praticadas, no último domingo, na 19ª Parada Gay, na Avenida Paulista, em São Paulo, contra os cristãos, contra Cristo, contra os princípios da nossa civilização ocidental.

            Patrocinada com o propósito declarado de garantir a liberdade do Movimento LGBT contra a intolerância, a edição da Marcha incitou a discriminação e o preconceito religioso, sem que nenhuma providência fosse adotada pelas autoridades. Isso constitui crime previsto na Lei 7.716, de 1989, no seu art. 20. O que era para ser um ato contra a intolerância transformou-se em cenário dos mais melancólicos para apologia ao crime, atentados à liberdade de crença e à proteção das liturgias religiosas.

            Eu fico imaginando que, se o inverso tivesse ocorrido - manifestações de homofobia, por exemplo, na Marcha para Jesus -, provavelmente as autoridades teriam tomado providência, e os meios de comunicação todos iriam recriminar. Não vi a mesma veemência por parte dos meios de comunicação e das autoridades, quando um crime foi cometido contra os cristãos neste País.

            Ações como as realizadas na referida Parada não são novidade. Durante a Idade Média, os judeus foram perseguidos e discriminados, acusados de serem responsáveis pela morte de Cristo. No século passado, o holocausto nazista assassinou 6 milhões de pessoas. Ainda hoje, perseguições religiosas ocorrem no mundo: no Iraque, na China, no Paquistão, na Arábia Saudita.

            As coisas deveriam ser diferentes no Brasil.

            Vivemos em um país plural e contamos com a proteção da Constituição Federal e da lei, mas lamentavelmente ainda grassa a intolerância de uma minoria que se aproveita do anonimato para ocupar as ruas e dar vazão à sua teofobia.

            Eu gostaria de trazer então as palavras desse manifesto de repúdio dos Parlamentares desta Casa, representantes do povo brasileiro, para que as autoridades identifiquem pelas fitas quem praticou essa ignomínia, esses crimes e os levem à responsabilidade. Isso ofende a consciência, isso estraçalha o coração de católicos, de evangélicos, daqueles que, como eu, leem a Bíblia desde a sua tenra infância e que jamais imaginaram ver no Brasil manifestações de ódio, de preconceito contra a religião.

            Fico imaginando o que diriam os missionários que vieram para esta terra, jesuítas, evangélicos que, com heroísmo, com idealismo, escreveram talvez as páginas mais belas da nossa história jamais poderiam imaginar que o Brasil seria palco de trágicos acontecimentos como esses que, lamentavelmente, vimos no domingo, no Estado de São Paulo, na Avenida Paulista.

            Esse ato de repúdio é uma manifestação política desta Casa, mas é preciso que o Ministério Público tome providências e aqueles que praticaram o crime respondam por ele. Não quero generalizar, também não quero, Senadora Lídice, responder à ofensa com ofensa.

            Termino este meu pronunciamento lembrando as palavras de Cristo quando foi crucificado. Subiu à cruz às nove da manhã, por seis horas durou o seu suplício, entregou a sua alma às três horas da tarde e ali, contra aqueles que o assassinavam ele disse: “Pai, perdoa porque não sabem o que fazem”.

(Soa a campainha.)

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Eu sei que se Ele estivesse aqui diria a mesma coisa, mas há lei em nosso País e esta Casa política precisa tomar providências para que atos como esses, blasfêmias, ignomínias, crimes, jamais se repitam nesta terra, neste País.

            Muito obrigado, Srª Presidenta.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2015 - Página 228