Fala da Presidência durante a 79ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a Comemorar o Grito da Terra Brasil, nos termos do Requerimento nº 385 e 517/2015, de autoria do Senador Donizeti Nogueira e outros Senadores.

Autor
Donizeti Nogueira (PT - Partido dos Trabalhadores/TO)
Nome completo: Divino Donizeti Borges Nogueira
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão especial destinada a Comemorar o Grito da Terra Brasil, nos termos do Requerimento nº 385 e 517/2015, de autoria do Senador Donizeti Nogueira e outros Senadores.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2015 - Página 221
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, MOVIMENTO TRABALHISTA, ZONA RURAL, REIVINDICAÇÃO, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, DEFESA, NECESSIDADE, UNIÃO, SINDICATO, POPULAÇÃO, TRABALHADOR.

O SR. PRESIDENTE (Donizeti Nogueira. Bloco Apoio Governo/PT - TO) - Quero agradecer as palavras do

Willian e mandar um abraço para a companheira Maria Helena, que é quem formou esse menino para a luta, lá em Wanderlândia. Maria Helena foi candidata a prefeita aos 20 anos de idade, e quando terminou a eleição, o povo a expulsou da cidade, mas, depois, ela voltou. Já foi vereadora, Presidente da Câmara, Secretária de Educação e, agora, é Diretora de Meio Ambiente e Turismo de Wanderlândia, uma resistente, uma lutadora.

Bom, em nome dos resistentes e lutadores, eu queria pedir que ficássemos de pé para encerrar a nossa sessão.

    Nós já falamos muito “presente” aqui hoje, mas eu vou pedir “presente” para duas pessoas. Uma, porque este é o mês da consciência negra, é o mês de maio, não é isso?

    Então, em nome dessa consciência negra, que tem de habitar o coração e as mentes de cada um, meu companheiro David, lá do Maranhão, que fica aqui em Brasília, militante do Partido dos Trabalhadores e dos Movimentos Sociais, agradeço a sua presença. Estou sabendo que você está assessorando o Deputado.

Você está bem assessorado, ouviu, Deputado? É um grande guerreiro o David. Não é porque é meu amigo. Eu vou falar o nome daquele que representa a negritude no Brasil, que a expressa, para repetirmos “presente”

Zumbi dos Palmares. (Pausa.)

    Vou falar o nome do companheiro, que já foi citado aqui, mas que havíamos deixado para o final, que foi Presidente da Contag, deputado estadual por Pernambuco, um grande lutador pela reforma agrária, dirigente da Contag, o companheiro Manoel de Serra. (Pausa.)

Termino agradecendo a atenção para o seguinte: há um poema de Eduardo Costa, No caminho, com Maiakóvski. Não sei o poema de cor, vou falar mais ou menos como sei: na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor de nosso jardim; na segunda noite, já sem tomar nenhum cuidado, eles se aproximam, in-

vadem o nosso jardim, matam o nosso cão e não dizemos nada; na terceira noite, o mais frágil deles invade a nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca nossa voz e já não podemos dizer mais nada.

    A minha reflexão é que penso que o momento que o País vive é o momento em que devemos nos cuidar cuidando do Brasil, porque a flor do jardim pode ter sido roubada. E se não unirmos a esquerda no Brasil, os mo- vimentos sociais de todas as matrizes de esquerda, todas as organizações sindicais e populares em defesa da de- mocracia, em defesa do País, eles podem, sim, matar o nosso cachorro e invadir a nossa casa. Existe uma campa- nha odiosa, de ódio contra a esquerda. Não é um ódio qualquer, é um ódio de classe, é um ódio que se expressa.

    Recordo-me, companheiro Hamilton, de quando estávamos construindo o Partido dos Trabalhadores, lá no começo. O povo nos xingava, mas xingava porque tinha medo, em razão da Guerra Fria. Hoje, não xingam mais porque têm medo, os que nos xingam hoje é porque têm ódio.

    Têm ódio porque não querem reconhecer que o filho do vaqueiro está estudando na mesma universi- dade que o filho do fazendeiro. (Palmas.)

    Têm ódio porque não querem reconhecer que o filho do vaqueiro, o filho do operário estudam em Har- vard, na Alemanha, nas maiores faculdades do mundo, junto com os filhos dos grandes empresários, junto com os filhos dos fazendeiros.

Têm ódio porque veem os trabalhadores e as trabalhadoras ocuparem os aeroportos, os shoppings. Têm ódio porque veem que o povo brasileiro está se emancipando e tomando conta do seu País.

    Aqueles que tinham os olhos no mar, que Getúlio arrancou e trouxe para o interior do País, com a Marcha para o Oeste - e gosto de citar que o último evento da Marcha para o Oeste foi a construção de Palmas... Teve Juscelino Kubitschek a coragem de tirar a capital do Rio de Janeiro e trazer para o Planalto Central. Imaginem, se esta Capital não tivesse vindo para o Planalto Central, o que seria o nosso País.

    Têm ódio porque o povo brasileiro - vou repetir - caminha para a emancipação, e aí é preciso ter ódio do PT, é preciso ter ódio da esquerda.

    Dizem que o invejoso é aquele que quer ser o que você é. Como ele não consegue, tem de destruí-lo. Parece que aqueles que são inimigos do povo, que se expressam pelos grandes meios de comunicação, que- riam fazer algo como nós, como os trabalhadores e as trabalhadoras, coordenados por um metalúrgico cora- joso, teimoso, como o Presidente Lula está fazendo para o País. Mas não conseguiram, porque não tiveram a percepção de que País se precisava construir.

Então, termino, agradecendo a Deus.

Mais uma vez, quero agradecer ao Senador Renan Calheiros por ter permitido mais uma sessão solene neste mês.

    Quero agradecer ao Grito da Terra, aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, à Contag por me darem a oportunidade de estar aqui hoje, presidindo esta sessão.

Muito obrigado.

Viva o Brasil! Viva o Grito da Terra Brasil! E viva o povo brasileiro! (Palmas.)

Cumprida a finalidade, está encerrada a sessão solene em homenagem ao Grito da Terra Brasil. Até a próxima, se Deus quiser. (Palmas.)

Temos mais um vídeo institucional para assistir. É coisa de três minutos. Está encerrada a sessão, mas vamos assistir ao vídeo. É rapidinho. Muito obrigado.

(Levanta-se a sessão às 16 horas e 47 minutos.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2015 - Página 221