O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco Oposição/PSDB - PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Peço a palavra, Sr. Presidente, apenas para, mais uma vez, enquanto se processa a votação - e, aqui, ao lado do meu conterrâneo Senador Raimundo Lira -, registrar a preocupação que todos os paraibanos estão tendo com a gravíssima situação da segurança pública no nosso Estado.

            Eu, raramente, trago assuntos tidos como paroquiais para o plenário no Senado, para não parecer que vou trazer para o Senado da República a disputa e o embate político paraibano. Não se trata disso. Tenho, pelo contrário, tido muito zelo, extrema responsabilidade na minha postura, para não confundir o papel do Senado com as questões meramente locais. Mas, diante de dois graves problemas que a Paraíba vem enfrentando neste instante - segurança pública e abastecimento de água -, eu não posso me calar, até porque, da última vez que ocupei aquela tribuna para tratar da gravidade do descaso, do caos, do abandono em que vive a área de segurança pública no nosso Estado, a nossa querida Paraíba, o Governo atribuiu a um ato de terrorismo da minha parte e de uma sucessão de boatos que eu promovia, como se eu tivesse a capacidade de criar fatos na área de segurança.

            Pois bem, a situação agrava-se a cada dia: homicídios, assaltos, arrombamentos de banco e, mais recentemente, inclusive com ampla repercussão nacional, a invasão de uma escola. O Jornal Nacional, o Jornal Hoje e vários outros veículos de imprensa noticiaram a invasão de uma escola estadual onde mais de 200 celulares foram roubados, em um arrastão promovido por essa situação de descontrole. Professores já foram assassinados dentro de sala de aula. A situação, realmente, é muito grave. A população da Paraíba vive em um estado de insegurança, de pânico, de medo, de terror - aí, sim, a população está aterrorizada. Em Campina Grande, a situação é ainda mais grave. A cidade, praticamente, vive um momento de estado de sítio. Há uma sensação completa de desproteção.

            Esse quadro fica complexo, Sr. Presidente, porque o Governo do Estado sequer tem a capacidade de reconhecer a existência do problema. Quando você sequer reconhece a existência do problema, claro que a solução jamais será alcançada. Ao não reconhecer a existência do problema e trazer declarações de que está tudo em ordem, que a Paraíba vive um ambiente de paz e que tudo não passa de terrorismo da oposição e boatos que são por mim criados, a população fica à mercê da própria sorte.

            Então, vamos dirigir um apelo ao Sr. Ministro de Justiça de Estado, para que a Força Nacional possa ser remetida à Paraíba, ou que o Ministro da Justiça chame o governador para um diálogo porque a situação da Paraíba é de descontrole absoluto e é preciso que o Governo Federal, que o Ministério da Justiça, através da Força Nacional, adote providências no nosso Estado.

            Vamos encaminhar esse pleito, essa solicitação, essa súplica, esse clamor ao Ministro da Justiça, para que a Força Nacional seja mobilizada e preste socorro à população desprotegida e desamparada, por completo, da Paraíba, particularmente, neste instante, da cidade de Campina Grande.

            Agradeço a oportunidade, Sr. Presidente.