Discurso durante a 89ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de uma participação mais efetiva do Governo Federal na segurança pública.

Autor
Antonio Anastasia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Antonio Augusto Junho Anastasia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Defesa de uma participação mais efetiva do Governo Federal na segurança pública.
Publicação
Publicação no DSF de 03/06/2015 - Página 719
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, REALIZAÇÃO, DEBATE, PRESENÇA, REPRESENTANTE, SOCIEDADE, ESPECIALISTA, GOVERNO, OBJETIVO, APRESENTAÇÃO, PLANO, ASSUNTO, POLITICA, PREVENÇÃO, CRISE, COMBATE, IMPUNIDADE, RESOLUÇÃO, PROBLEMA, ESTABELECIMENTO PENAL.

            O SR. ANTÔNIO ANASTASIA (Bloco Oposição/PSDB - MG. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, a questão da segurança pública tornou-se o maior desafio a ser enfrentado pelo Brasil de hoje. E não será resolvido se não tivermos uma participação muito firme do Governo Federal. Falei sobre o assunto em artigo publicado pelo jornal Hoje em Dia.

            E o assunto ganha cada vez mais destaque porque é um problema sentido no dia a dia por todos. Afinal, todos os dias em que abrimos os jornais, outras mídias e até em uma simples caminhada, nos deparamos com cenas de violência que assolam o Brasil. É assim de Norte a Sul do País. São casos que nos deixam, a todos, estarrecidos. Assaltos, crimes passionais, abuso de menores, violência contra idosos, tiroteios, rebeliões, torturas que deixam marcas profundas na pele, balas e vidas perdidas. Práticas criminosas foram banalizadas, como se adicionar e excluir pessoas do mundo real fosse algo comum.

            No ano passado, durante a campanha eleitoral, o PSDB colocou a reforma da segurança pública, inclusive da legislação penal, como uma das cinco grandes reformas que precisariam ser encaradas. Não se percebeu, por outro lado, a mesma preocupação por parte do Governo. Até hoje, Srªs e Srs. senadores, não se vê nenhum dos representantes do governo federal apontar soluções para mudar esse cenário. É como se estivessem alienados ou mesmo acostumados com tudo isso, o que é inadmissível.

            O direito à vida e o de ir e vir é sagrado, item da Constituição Federai. A mesma que expressa a competência da União sobre o assunto; todos os crimes interestaduais, a proteção das fronteiras, o combate ao tráfico de drogas e de armas. E ações, vemos?

            Com a omissão federal ficamos todos reféns do crime. Quem paga, às vezes com a própria vida, são os próprios cidadãos.

            Urge um debate com representantes da sociedade, especialistas e representantes do Governo que aponte propostas. E que elas sejam colocadas em prática, de fato, em um grande pacto pela paz.

            Tem de haver um sistema entrosado, com alocação maior de recursos por parte da União e, fundamentalmente, com um plano bem estruturado que envolva, de forma nacional, políticas de prevenção, combate vigoroso à impunidade e a resolução definitiva do problema prisional.

            Aqui nesta Casa Legislativa prepara-se a votação do novo Código Penal. Será ótima oportunidade para a modificação de dispositivos legais que possam combater efetivamente a impunidade, que hoje grassa no Brasil.

            Pretendo atuar de forma firme neste segmento, mas tenho consciência de que nenhuma proposta avançará se o Governo Federal não estiver disposto a tratar essa questão como prioridade absoluta.

            Se cada um não assumir sua responsabilidade, encarando com uma política séria esse grande desafio, continuaremos a abrir os jornais com a mesma sensação de indignação e impotência. Com a impressão de que estamos em um País em guerra civil.

            Com uma triste certeza: a dúvida se voltaremos para casa vivos. Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/06/2015 - Página 719