Discurso durante a 91ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da participação de S. Exª nas Marchas para Jesus realizadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Manaus; e outro assunto.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Registro da participação de S. Exª nas Marchas para Jesus realizadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Manaus; e outro assunto.
RELIGIÃO:
Publicação
Publicação no DSF de 09/06/2015 - Página 81
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > RELIGIÃO
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, MARCHA, GRUPO RELIGIOSO, IGREJA EVANGELICA, LOCAL, SÃO PAULO (SP), RIO DE JANEIRO (RJ), MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • REPUDIO, MARCHA, GRUPO, PESSOAS, HOMOSSEXUAL, LOCAL, SÃO PAULO (SP), MOTIVO, DESRESPEITO, IMAGEM RELIGIOSA, IGREJA CATOLICA, REFERENCIA, OFENSA, RELIGIÃO, PAIS, DEFESA, DIREITO, LIBERDADE DE CRENÇA, BRASIL, SOLICITAÇÃO, PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA, INVESTIGAÇÃO, PUNIÇÃO, CRIME.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, senhores e senhoras que nos veem pela TV Senado, que nos ouvem pela Rádio Senado e que nos acompanham pelas redes sociais desta Casa.

            Sr. Presidente, são dois os motivos que me trazem a esta tribuna hoje. O primeiro deles é para fazer um registro feliz: nesses últimos 10 dias, participei de três Marchas para Jesus tremendamente maravilhosas.

            No sábado retrasado, participei no Rio de Janeiro de uma marcha com quase um milhão de pessoas que lotou o Sambódromo. Eu quero aqui parabenizar os organizadores da marcha por organizar as lideranças evangélicas do Estado do Rio de Janeiro, fazendo referência ao meu amigo, Pastor Silas Malafaia, à Ordem dos Ministros, às lideranças, aos diversos vieses de confissão de fé católica que ali estavam e que marcharam pacífica e ordeiramente pelas ruas do Rio, saindo da Central do Brasil, pela família tradicional, pelo Brasil e contra a corrupção.

            Momento memorável quando o Sambódromo foi tomado, literalmente tomado, esborrando por todos os lados. E um povo ordeiro, que conhece hoje o seu papel, abençoava o Rio de Janeiro porque confia em Deus e sabe que o Deus e o Jesus por quem nós marchamos no Rio é que pode mudar a situação do Rio, ministrando vitória sobre essa cidade, libertação das drogas, do medo, da destruição, do crime, do sequestro, do estupro, do abuso de crianças.

            De igual modo aconteceu em São Paulo. A memorável Marcha para Jesus, a maior do mundo, aconteceu em São Paulo. Se lá em São Paulo, Sr. Presidente, não havia quatro milhões, eu não sei fazer conta nem conheço movimentação de gente em grandes encontros - e eu conheço.

            No outro dia, a mídia disse que tinha 350 mil pessoas. É uma brincadeira de mau gosto. Aliás, não é nem novidade, porque tudo que fazemos pela paz, pela vida, onde tem evangélico no meio, as coisas são sempre diminuídas. É um upgrade para baixo, se é que existe isso.

            Mas eu quero parabenizar a organização da marcha: o Apóstolo Estevam, a Bispa Sônia, a Igreja Renascer, que fez a primeira marcha do Brasil, há 22 anos, o Apóstolo Valdemiro, a unidade da confissão de fé de católicos e espíritas na rua, pessoas cristãs que amam este País, amam este País de maneira tão forte que foram marchar em nome de Jesus, esse Jesus que tinha natureza humana e natureza de Deus. E, na sua natureza humana, Ele ensinou: “Dai a César o que é de César...” e na sua natureza de Deus: “...e a Deus o que é de Deus.” Dizia: nós estamos em sociedade e precisamos conhecer os nossos direitos e requerer os nossos direitos. Nós não podemos ser manobrados, ser massa de manobra para aqueles que querem chegar ao poder nos usando. E, no exercício do poder, eles vilipendiam valores de família, destroem a família, porque é mais fácil dominar o Estado com uma família destruída e, por via de consequência, também a sociedade.

            No sábado próximo passado, eu fui à Marcha de Manaus. Havia um milhão de pessoas na rua. Parabéns à Ordem dos Ministros da Amazônia pela organização! Tive a oportunidade de conviver de perto com aqueles ministros e também sacerdotes católicos que faziam aquela grande marcha pela paz, naquela grande avenida, que se encerrou no sambódromo de Manaus.

            Quero, de uma maneira muito especial, abraçando essa Ordem de Ministros, abraçar o Pastor Jônatas, Pastor Presidente da Assembleia de Deus, o meu amigo Apóstolo Renê Terra Nova e todos os outros líderes que não tenho como citar o nome por falta de saber esses nomes. Mas lá estava o Prefeito Arthur Virgílio sentado, assistindo a um povo ordeiro, que não promove baderna, que não promove quebra-quebra, que não bota fogo em ônibus, que não queima patrimônio público, que não queima patrimônio de terceiros e que não deixa as avenidas lotadas com papelotes de cocaína, que não produz ocorrência policial ou até mesmo garrafas de cerveja ou latas pelo meio da rua. Muito pelo contrário. Marcharam pregando vida, conclamando que esse Jesus em oração abençoe Manaus e livre Manaus dos abusadores de criança, da violência, do tráfico; que abençoe e faça prosperar, porque Manaus, assim como São Paulo, o meu querido Espírito Santo, o seu Pará, o seu Paraná, nós somos o Brasil e nós sabemos que estamos em queda livre e, mais do que qualquer outra iniciativa, nós precisamos e dependemos de Deus.

            Portanto, participei dessas três marchas, marchas memoráveis pelas ruas, de milhares de pessoas, sem fazer um acinte ao cidadão, sem fazer um ataque à fé alheia, sem fazer um ataque à cidadania de alguém, sem fazer um ataque à opção sexual de alguém, sem fazer um ataque a quem quer que seja. Muito pelo contrário. Ministramos sobre as cidades, sobre este País aquilo que de melhor nós podemos dar: o nosso sentimento de paz, de vida, as nossas energias, para que este País ganhe um rumo.

            Lembro, Senador Flexa, que, quando os Estados Unidos foram atacados em 11 de setembro, meu Presidente, Bush chamou oito cidadãos experientes para uma reunião na Casa Branca, entre eles Billy Graham, considerado o grande pregador do século passado, ainda vivo, graças a Deus, com mal de Parkinson. Àquela reunião ele não pode ir, devido ao Parkinson muito avançado, mas mandou a filha. Após ouvir os sete, ele disse: “Seu pai foi convidado, e não veio.” Ela disse: “Ele mandou um bilhete ao senhor.” Entregou o bilhete ao Bush, que abriu o bilhete em que Billy Graham escreve: “A América se esqueceu de Deus.”

            Sr. Presidente, este País se esqueceu de Deus. As autoridades daqui violam princípios de família, odeiam família. As autoridades daqui querem, de toda ordem, fazer a família engolir aquilo que eles querem do ponto de vista educacional, da educação sexual dos nossos filhos.

            Nós podemos usar a frase de Billy Graham: este País se esqueceu de Deus!

            Sr. Presidente, fazendo o registro das marchas de que participei, acho que, somando, essas marchas chegaram a seis milhões de pessoas andando pelas ruas deste País, marchando por Jesus em nome da paz.

            O segundo registro que faço, este com muita tristeza, Senador Flexa Ribeiro, que me traz a esta tribuna é para fazer referência à marcha gay, à marcha LGBT feita no Estado de São Paulo.

            E o meu pronunciamento é para revelar o meu repúdio, a minha insatisfação à maneira indigna como se comportaram, afrontando uma sociedade cristã deste País. Senador Flexa Ribeiro, dois anos atrás eles foram à avenida e levaram os símbolos religiosos da Igreja Católica em posição sensual, em pleno desrespeito a um povo, os católicos deste País. Mas, no final de semana próximo passado, eles passaram do limite, se é que não já passaram. E começo a minha fala dizendo que quem quer respeito tem que dar respeito, quem cobra respeito tem que dar respeito.

            Sr. Presidente, a palavra homofobia foi banalizada neste País e não é nem tipo penal, não foi tipificada no Código Penal brasileiro. E o que é homofobia? O homofóbico é aquele que quer matar, que quer destruir, mas foi tão banalizada aqui no Brasil, na sociedade brasileira, por uma minoria contra uma grande maioria de famílias cristãs deste País, que se você não aceitar o gesto afetivo de um homossexual você é homofóbico. Se você não bate palmas para a opção sexual dele, você é homofóbico. E o que é homofobia, afinal de contas?

            Eu tenho dito aqui desta tribuna, e fico muito a cavalheiro, o meu suplente no Estado do Espírito Santo é um travesti - não o suplente, o meu Vice-presidente, eu sou Presidente do meu Partido, o PR -, e lá no meu Estado o meu Vice-Presidente é um travesti e se chama Moa, é Presidente da Câmara de Nova Venécia - e eu quero até desejar saúde ao Moa, está muito doente, que Deus o abençoe e o cure.

            Moa é Presidente da Câmara pela terceira ou quarta vez, votado pela sociedade porque, enquanto homem público, é um dos mais honrados e decentes do Estado do Espírito Santo, independentemente da sua opção sexual. A opção sexual dele é um problema dele. Se Deus deu livre arbítrio ao homem, não sou eu que vou tirar o livre arbítrio. Deus deu, problema dele como vai usar. A Bíblia diz: de forma que cada qual dará conta de si diante de Deus, e eu só posso dar conta de mim.

            Agora, existe uma dívida minha com o homossexual, e qual é a minha dívida para com o homossexual? É o respeito, a regra da boa convivência é o respeito, é a dívida que ele tem para comigo: eu o respeito, ele me respeita. Eu sou cidadão, eu pago imposto; ele paga imposto; eu trabalho, ele trabalha. Ponto. Nós devemos nos respeitar e nos tolerar. Onde é que reside o crime, é na intolerância?

            E por não glamurizar, não bater palmas e não aceitamos, por exemplo, que o PL nº 122, da homofobia, fosse aprovado aqui, nós somos fundamentalistas! Eu não posso ter opinião própria? A minha opinião me faz fundamentalista? Retrógrado, atrasado? O mundo mudou? Não é o conceito do Supremo? Se o mundo mudou, não sei. O conceito do Supremo não me interessa. Deus não mudou.

            Então, eu sou atrasado, eu sou intolerante! Por que sou intolerante? Eu posso ter posição. Na minha posição, respeitar a sua posição, aqui, no Senado, respeito a posição de quem bate palma para o movimento LGBT, para quem quer identidade de gênero em escola, eu discuto, debato, mas respeito, posição se respeita.

            Ontem eles fizeram a marcha deles e levaram para a avenida um travesti numa cruz, ensanguentado, coroa de espinhos, simbolizando Jesus. As fotos estão em todos os lugares. Beijando na boca outros homens. A Bíblia diz, no capítulo de Romanos, que trocaram a imagem do Deus da verdade em mentira, inflamando-se na sua sensualidade, homem com homem, mulher com mulher. Diz a Bíblia, em que eu creio, e preciso ser respeitado na minha crença: recebendo do criador, nos seus corpos, a recompensa. Ora, é a Bíblia! Eu creio na Bíblia. Eu preciso ser tolerante, preciso respeitar. Este País é cristão! Agora, aqui, eu falo em nome de milhares de cristãos brasileiros, instado pelos cristãos católicos, espíritas, evangélicos do meu Estado do Espírito Santo, que tem três milhões de votos e me mandou para cá com um milhão e meio, cobrando a posição em nome deles, milhões e milhares do País inteiro. Há uma revolta generalizada com essa atitude nefasta, inescrupulosa e reprovável. Reprovável!

            Chamo atenção daqueles que aplaudem o movimento gay, é um direito de vocês, que são Senadores, Deputados Federais. Eu gostaria que vocês fossem à tribuna para dizer se o que aconteceu sábado é reprovável, se é digno de aplauso, se é isso mesmo o que tem que fazer. Nenhum dos senhores chegou a esta Casa aqui sem voto dos cristãos deste Brasil. O senhor não chegou aqui sem os votos dos cristãos do Pará, católicos, espíritas, evangélicos, daqueles que respeitam, amam a família e também detêm o respeito. Nós fizemos marchas ordeiras. Imaginem se, numa marcha dessas que citei, alguém tivesse queimado uma bandeira do movimento gay!

            Isso hoje estaria nas ruas, nas televisões, nos blogues. Uma celeuma! Intolerantes, radicais, discriminadores! Mas olhem o que fizeram. Senador Flexa, veja as fotos, peça à sua assessoria para levantar as imagens, para que V. Exª possa colocar a mão na cabeça e lembrar a sua mãe católica, o seu povo católico e dizer: todos os limites, eles já ultrapassaram, mas nesse foram longe demais! Foram longe demais! É preciso que nós nos levantemos, é preciso que nós tomemos posição.

            Eu sou Presidente da Frente da Família, a Frente Parlamentar Mista, dos dois Parlamentos, e falo em nome dessa Frente. Aliás, tomei a liberdade de ligar a n Senadores, dizendo do meu pronunciamento hoje, numa segunda-feira, porque eles estarão aqui amanhã. E eles diziam: “Fale, fale no meu nome, fale em nosso nome, fale em nome da minha família.”

            Agora eu pergunto: esse procedimento da marcha, tão acintoso, escabroso, o que eles estavam querendo com isso? Conquistar a sociedade? Conquistar? Colocar as famílias ao lado deles? Faço mais uma pergunta: o que eles estavam querendo? Conquistar os Parlamentares, com tal comportamento? Porque tudo é votado aqui. A lei sai daqui. Boa ou ruim, sai dessas duas Casas. Era conquistar esses Parlamentares? Se a intenção foi essa, deu tudo errado - deu tudo errado! Ou a intenção foi ser acintoso mesmo, fazer deboche, fazer anarquia, que nós não podemos suportar.

            Senador, Presidente, eu tomo a liberdade de enviar ao Sr. Pepe Vargas - Senador Flexa Ribeiro, meu Senador Presidente -, Ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, esse documento. Porque a Secretaria de Direitos Humanos toma posição por tudo. Só nunca tomaram posição quando o Estado Islâmico faz decapitação de cristãos, matam crianças, aí eles ficam calados. Você imagine se tivesse sido queimada uma bandeira LGBT numa praça dessas no final de semana: eles já teriam se pronunciado. Mas quero que o Ministro se pronuncie sobre essa violação de direitos, sobre essa intolerância. A Ministra Maria do Rosário, qualquer coisa que versasse sobre casamento homossexual, ela se levantava como uma gigante.

            Eu não vi esta Secretaria de Direitos Humanos se levantar contra a barbaridade dessas meninas estupradas e mortas por esses homens travestidos de crianças chamados menores, lá no Piauí. Tiveram paus e pedras colocados dentro da vagina, cortaram o bico do peito das crianças, jogaram-nas de cima de uma ribanceira - a Senadora Ana Amélia acabou de falar aqui. Eu não vi pronunciamento de ninguém. Mas eu quero, como Senador, estou documentando a barbaridade, a afronta aos cristãos deste País, ao Sr. Pepe Vargas, para que o Ministro me responda, responda ao Brasil, para que eu possa vir a esta tribuna e ler a resposta do Ministro do Governo.

            Eu estou enviando, Sr. Presidente, ao Sr. Procurador-Geral da República, o Dr. Janot - não gosto de ler nada, só quero ler o cabeçalho aqui:

O Senador da República Magno Malta, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família e Apoio à Vida, com gabinete [...] na Ala Senador Tancredo Neves, gabinete 57 no Senado Federal, local que indica desde já para o recebimento de futuras notificações, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com base nos arts. 127 e 129 da Constituição Federal, no art. 208 do Código Penal brasileiro, submeter à apreciação de Vossa Excelência a seguinte representação, em face dos organizadores da 19ª Marcha do Orgulho [...] [Gay] (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) [que eles têm todo o direito de fazer; está respeitado, o País é democrático, cada um faz o que quer, cada um segue a sua vida, nós só não temos o direito de desrespeitar e sermos intolerantes com os outros] e de todos os responsáveis pelo escárnio, vilipêndio à imagem de Jesus Cristo [que, como cristão, eu amo! É o Senhor da minha vida. Não estou aqui falando e fazendo reverberar coisas em que outros creem! Eu creio! Eu creio! Ele é o Senhor da minha vida! Ele não precisa de mim para defendê-lo! Mas eu me sinto na obrigação de levantar minha voz no meio de tamanha profanação, tamanho escárnio, para revelar o meu repúdio!] Todos os responsáveis por esse escárnio e vilipêndio à imagem de Cristo na cruz, pela disseminação de ódio e intolerância religiosa [eles falam em homofobia...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - 

... seria cristianofobia o que eles estão fazendo? Essa intolerância? Cristofobia? Catolicofobia? Evangelicosfobia? Confissão de fé diversas fobia?] durante a realização do evento pelas razões de fato e de direito adiante expostas.

Dos fatos [...].

Data de 7 de julho...

            Aqui eu começo a descrever a Marcha e trago aqui para ele a lei, trago para ele a lei. Acabei de citar a lei. Eu relato o procedimento, eu relato as imagens e trago aqui para ele as fotografias. Pode-se filmar aqui? Aqui, Senador Flexa. Você filma aqui e põe maior lá na câmera.

            Senador Capiberibe, olhe aqui, por favor. Esse banner, nesse trio traz o apoio da Petrobras e da Caixa Econômica. Eu pergunto aos Srs. Senadores, aos Deputados Federais: É legal isso? É honesto isso? A Caixa Econômica e a Petrobras financiarem um movimento como esse, por quê? Este País, a Caixa Econômica e a Petrobrás foram construídos com o suor do Brasil, com o meu suor, com o suor da minha mãe, com o seu suor, com o suor de católicos, de espíritas, de hinduístas, de budistas, de evangélicos. E nós vemos o nosso dinheiro aqui patrocinando esse escárnio contra Jesus Cristo.

             E eu peço, então, ao nosso querido Procurador que veja essas imagens dos crucifixos, homens nus se tapando com o crucifixo, Senador Capiberibe. E V. Exª, que tem boa convivência com os evangélicos, pois eu já estive lá, quando do segundo turno das eleições, pedir aos evangélicos que votassem no seu filho, olha que barbaridade! Olha que escárnio diante de uma imagem de Nossa Senhora, que é tão cara para os católicos! Olha que barbaridade! Olha que escárnio! Olha o tamanho do escárnio! Olha aqui o tamanho do escárnio, pois está escrito “Não à homofobia, LGBT.” E nós sabemos o que estava escrito na cruz com a morte de Jesus: “Este é o rei dos judeus.” O que é homofobia? Banalizaram essa palavra que não tem tipificação no Código Penal. Olha aqui a barbaridade! Não é possível ficar calado.

            Quando eu cito o Ministro Janot, o nosso Procurador-Geral, eu faço o pedido. Diante dos fatos narrados que subsumem perfeitamente as normas legais referidas, configurando crimes que ofendem garantias e princípios constitucionais, mormente o princípio de tolerância e respeito à diversidade religiosa, eu venho requerer de V. Exª o recebimento e o processamento da presente notícia crime com o fito de servir de base para, constatadas a presença de indício suficiente de materialidade e a autoria, conforme narrados a outros que V. Exª entenda presentes, que V. Exª ofereça denúncia crime ao Poder Judiciário ou, caso entenda pela necessidade de maiores esclarecimentos, que requisite a instalação de inquérito policial para que sejam apurados os fatos e a responsabilidade penal de todos os imputados por organizar e protagonizar conduta criminosa prevista no Código Penal.

            Digo mais. Eu desafio os Srs. Senadores que pensam diferente de mim e que são respeitados para que amanhã venham a este plenário e façam o discurso dizendo: “Eles agiram certo. Parabéns. Fizeram muito bem”. Sabem por que vocês não farão? Porque vocês têm medo do voto da base de vocês. Esse povo não é besta mais - eu alerto. Ou, então, venham aqui amanhã e digam: “Vocês passaram do limite, vocês passaram do limite. Não é assim que se faz”.

            Eu conclamo os Deputados Federais da Frente Parlamentar Mista da Família, conclamo o Deputado Carimbão, Presidente da Frente Parlamentar Católica, e conclamo o Eros Biondini, da Frente Parlamentar Espírita, para que amanhã encham aquela Câmara e tomem posicionamento, porque não basta dizer que somos, precisamos assumir quem nós somos publicamente.

            Eles passaram do limite, porque tem um Governo que os respalda. Essa barbaridade, financiada com dinheiro da tão combalida Petrobras, da nossa Petrobras que se encontra na forca, combalida, sem forças para se levantar, mas que ainda tem dinheiro para patrocinar uma barbaridade como essa. Avaliem os senhores, se a Petrobras ou a Caixa tivesse patrocinado a Marcha para Jesus de um desses lugares ou Estado, o escândalo que hoje já estaria nos jornais deste País.

            Fica aqui o meu repúdio, em meu próprio nome, da fé que eu confesso e professo e da Bíblia em que eu creio. Eu amo a Jesus, Senador Capiberibe, eu amo a Jesus, Senhor da minha vida, minha referência.

            Da ofensa que senti, que sobreveio sobre mim... Mas eu nasci desmamado, eu nasci desmamado, eu sou filho de Dadá, eu não boto o galho dentro nunca. Medo eu conheço de ouvir falar, nunca fui apresentado. Eu posso sofrer retaliação. Que venha. Aí não cito mais a Bíblia, vou citar Erasmo e Roberto Carlos: “Pode vir quente que eu estou fervendo”. Ninguém vai me calar. Ninguém vai me calar!

            Se este País ainda não foi para o fosso e implodiu, foi por causa dos cristãos, das famílias ordeiras, das famílias que não fazem baderna, vilipêndio, das famílias que não têm boca de fumo, das famílias que não fabricam bebidas alcoólicas, material pornográfico, das famílias que não ensinam jovem a ir para balada, a desrespeitar pai e mãe e a se alcoolizar na madrugada. Nós não temos boates, nós temos templos, que nos respeitem! Que nos respeitem!

            Ninguém vai me calar! Ninguém vai me calar! “Mil cairão ao teu lado, dez mil a tua direita e nenhum mal te atingirá”. E aí eu pergunto: quais as razões que eu tenho para temer? Nenhuma. Nenhuma razão para temer.

            Um pastor, que falava dando uma aula num congresso sobre homossexualidade na igreja, foi denunciado por um Deputado. E, de repente, lá baixou a polícia, que fechou as portas da igreja e já levou todo o material. E denunciaram o pastor na Procuradoria, porque ele estava falando de um assunto que ele crê, que está na Bíblia. Quem o proíbe? Olhem só que barbaridade! Um lançou um livro, censuraram a capa do livro, foi denunciado na Procuradoria-Geral da República. Imagine o senhor. Eles fazem isso e ninguém faz nada, esperando que a gente vá se calar?! O tempo da cegueira passou, o tempo da surdez não existe mais, o tempo de ficar mudo ficou para trás, o tempo da idiotice já não existe mais, absolutamente deletado, pois...

            Eu quero estar neste plenário amanhã e eu quero ouvir as manifestações daqueles que sempre aplaudem, daqueles que dizem que está certo colocar nas escolas identidade de gênero. Eu não sou contra, não, mas que o Governo faça uma escola tão somente homossexual, e o pai que se sentir à vontade coloque o filho dele lá, para ele aprender identidade de gênero desde criança. Mas não venham querer colocar nas escolas, como eles querem agora, pelos Municípios, pelos Estados, tentando enfiar goela abaixo e desfazer aquilo que pai e mãe ensinam em casa. Faça uma escola separada. Se um pai homossexual ou uma mãe achar bom, que coloque seu filho lá, mas não tentem colocar isso goela abaixo de um Estado absolutamente cristão, majoritariamente cristão, que, repito, ama Jesus.

            V. Exª tem a palavra.

            O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Senador Magno Malta, não é só V. Exª que está embasbacado com o que foi feito ali. Veja bem: o Presidente do Conselho de Atenção à Diversidade Sexual de Cuiabá, Valdomiro Arruda, avaliou como uma aberração. Ele foi para a parada gay em São Paulo e ficou estarrecido com o que viu lá. Ele disse o seguinte: “A parada é uma forma de lutarmos contra a violência e defender os interesses da nossa opção sexual, e fui a esse encontro para isso”. Mas ele disse que, como católico, saiu de lá muito decepcionado com o que viu: pessoas usando símbolos religiosos como tapa-sexo, introduzindo crucifixo nas partes íntimas, simulando cenas sexuais com pessoas no crucifixo, como se fossem Jesus, dizendo que estava ali lutando contra a homofobia. E V. Exª disse muito bem, como também o Valdomiro Arruda disse: “Em que isso contribui para diminuir a homofobia?”

            O que V. Exª trouxe aqui, hoje, é muito interessante. E o Ministério Público precisa estar atento a isso. O que foi cometido ali foi um crime. Existe um decreto no Brasil, o Decreto nº 2.848, de 1940, que fala sobre injúria religiosa. E a pena não é pequena, é uma pena de um a três anos, mais multa.

            E tudo isso patrocinado por quem? Com o dinheiro de quem? Isso é um absurdo. V. Exª mostrou o cartaz aqui para todo mundo ver ao vivo e em cores: patrocinado pela Petrobras.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Aliás, eu protocolo agora um ofício nesta Casa - já deve estar protocolado - pedindo à Petrobras e à Caixa Econômica que informem os valores que saíram dos cofres públicos para patrocinar essa barbaridade.

            O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Senador, há mais uma coisa. Penso que isso é fruto - V. Exª falou da idiotia aí - do que Nelson Rodrigues dizia muito bem na Revolução dos Idiotas: hoje são tantos e estão em tantos lugares que, por serem em maior número, já querem tomar o poder. Então, não tenho dúvida de que muita gente, assim como Valdomiro Arruda, não concordava com a aberração que foi feita. Isso é um absurdo. É de uma burrice relinchante, olhando do ponto de vista do objetivo da marcha.

            Quero parabenizá-lo por ter feito esse pronunciamento, porque alguém precisava dizer. V. Exª, com muita coragem e propriedade, disse aqui o que a família brasileira, com certeza, está querendo falar. Muito obrigado.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/06/2015 - Página 81