Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o plantio da Conilon BRS Ouro Preto, variedade de café desenvolvida pela Embrapa e que impulsionou a cafeicultura rondoniense; e outro assunto.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MINISTERIO PUBLICO. AGRICULTURA, PECUARIA, ABASTECIMENTO. :
  • Considerações sobre o plantio da Conilon BRS Ouro Preto, variedade de café desenvolvida pela Embrapa e que impulsionou a cafeicultura rondoniense; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 09/07/2015 - Página 533
Assunto
Outros > MINISTERIO PUBLICO. AGRICULTURA, PECUARIA, ABASTECIMENTO.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, INCLUSÃO, ORDEM DO DIA, PROJETO DE LEI, ASSUNTO, REMUNERAÇÃO, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, MINISTERIO PUBLICO DA UNIÃO.
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, PLANTIO, CAFE, ESTADO DE RONDONIA (RO), ELOGIO, ATUAÇÃO, UNIDADE, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), MUNICIPIO, OURO PRETO DO OESTE (RO), MOTIVO, PESQUISA CIENTIFICA, OBJETIVO, ADAPTAÇÃO, PRODUTO, REGIÃO.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, eu queria cumprimentar o Paulinho da Força, que visita, neste momento, o plenário do Senado Federal, que está à mesa, com muita honra, ao lado do nosso Presidente.

            Seja bem-vindo, Deputado Paulo Pereira, da Força!

            Quero cumprimentar o pessoal a que o Paim já fez referência aqui, os aposentados do Brasil, o pessoal do Aerus, os servidores do Ministério Público da União.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Sou o Relator do PLC nº 41, já aprovado na Câmara dos Deputados e na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. Já pedi algumas vezes, mas, sozinho, não dou conta de fazer esse projeto ser pautado aqui. Preciso da compreensão e da concordância dos Líderes partidários, do Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros. Pedi, ontem, que, se não fosse possível pautar para hoje, porque temos duas medidas provisórias trancando a pauta, e ainda não há acordo de liderança - está aqui o Líder no Congresso, Senador José Pimentel, que também é importante nesse contexto -, que fosse pautado para o dia 14 ou 15 da próxima semana. O recesso inicia no fim da semana, mas teremos sessões deliberativas na segunda, na terça, na quarta, na quinta e na sexta-feira, quando encerra esse primeiro período legislativo do primeiro semestre.

            Eu queria fazer mais uma vez uma apelo ao Presidente do Senado, aos Líderes partidários, para que possamos ter esse entendimento. Se for para hoje, ótimo, mas, se não for possível hoje, que possa ser pautado para a próxima semana, a exemplo do que foi feito com PLC 28.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Eu estou dizendo...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu queria fazer um apelo à galeria. Permita-me, Senador, fazer um apelo à galeria. Aqui todos querem acertar esse voto. Vejam o que o Senador Valdir Raupp colocou: “Vamos fazer de tudo para votar hoje.” Se houver problema, terá que haver outra data, mas nós todos queremos votar hoje. Isso para mim é o que soma, e o Senador Valdir Raupp aqui representa a Maioria.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Obrigado, Presidente.

            Era exatamente isso que eu estava falando. Se for possível hoje, ótimo. Se não for, já estamos acostumados com essas questões. Quanto tempo demorou o PLC 28, e este está sendo até mais rápido. Se pudermos votar hoje, ótimo, se não, nós temos ainda a próxima semana toda para ser votado.

            Vou entrar agora, Sr. Presidente, no discurso do café. O café que nós tomamos todos os dias, que os brasileiros tomam, os estrangeiros tomam na maioria dos países, que é o nosso café brasileiro, nosso café de Rondônia.

            No dia 21 de junho passado, o programa Globo Rural apresentou uma matéria a respeito do novo impulso dado à cafeicultura rondoniense, lá no meu Estado, pela Cultivar BRS Ouro Preto, desenvolvida pela Embrapa, esta empresa que tanto orgulho traz para todos os brasileiros. A Embrapa, Sr. Presidente, desenvolveu o BRS Ouro Preto com a variedade nossa lá do Norte, do Estado de Rondônia, e está sendo hoje um verdadeiro sucesso.

            O BRS Ouro Preto é o resultado de 20 anos de pesquisas - está aí a importância das pesquisas - realizadas no campo experimental da Embrapa, em Ouro Preto do Oeste, Rondônia, no centro do Estado.

            Trata-se de uma muda de café, do tipo Conilon, que possui todas as características de uma variedade boa, como arquitetura de planta, uniformidade de maturação, tamanho do grão, além de ser muito bem adaptada ao nosso clima. Os produtores rurais de Rondônia apostaram nessa nova variedade de café e com o manejo adequado. Sem irrigação, a produção de café do nosso Estado saltou de 18 para 70 sacas por hectare. Com irrigação, ela poderá ultrapassar as cem sacas por hectare.

            Aliás, eu tenho ouvido depoimentos de alguns produtores no sentido de que, em algumas lavouras irrigadas, pode chegar a até a 160 sacas por hectare. É um verdadeiro sucesso. Lugar nenhum do Brasil produz essa quantidade por hectare.

            É importante destacar que esse crescimento não significa aumento de área plantada. Pelo contrário, a área de plantio foi reduzida de 150 mil para 100 mil hectares. Os produtores que decidiram investir no café aprenderam a fazer o plantio de forma condensada, ou seja, plantando um pé mais próximo do outro para aproveitar melhor o espaço. Além disso, estão sendo empregadas outras tecnologias, como o uso de clones, a poda de formação, a poda de condução, o manejo da adubação e da irrigação. Isso, Srªs e Srs. Senadores, é um ganho formidável para o Estado, para a nossa economia e também para o meio ambiente.

            O café é a cultura perene mais difundida no Estado de Rondônia, compondo uma das principais fontes de renda de inúmeras famílias da zona rural. De modo geral, o cultivo do Café Robusta, em Rondônia, é feito em pequenas glebas e com grande aproveitamento de mão de obra familiar. Cerca de 90% da área cafeeira são plantadas com a espécie Robusta, sendo a cultivar Conilon utilizada em aproximadamente 95% das propriedades.

            Apesar de sua importância, a cafeicultura em Rondônia vinha passando por momentos difíceis, até bem pouco tempo. Em dez anos, a produção de café teve baixas significativas, e muitos agricultores desistiram da cultura. Mas, felizmente, o cenário mudou.

            Em 2014, o Estado colheu 1,5 milhão de sacas e, este ano, deve chegar a quase 1,7 milhão de sacas, resultado que coloca Rondônia como segundo maior produtor de Conilon do País, de acordo com a Conab, ficando atrás apenas do Espírito Santo. Mas a meta é que Rondônia chegue, em 2018, produzindo 4 milhões de sacas de café.

            Sr. Presidente, nós já produzimos 4 milhões. Quando fui Governador, no início do governo, lancei um programa intitulado Plante Café e produzi mudas aos milhões, milhões e milhões e distribuímos para os produtores. Então, chegamos a 4 milhões de sacas. Isso faz praticamente 20 anos, e não tivemos mais incentivos na lavoura cacaueira. Agora, o nosso Governador, Confúcio Moura, tem incentivado, tem investido, tem proporcionado aos nossos produtores essas condições para produzir mais café. Atualmente, o Estado é o quinto maior produtor de café no Brasil.

            Portanto, Sr. Presidente, a variedade BRS Ouro Preto representa um novo alento para a cafeicultura rondoniense e é motivo de orgulho e de esperança para todos nós, que lutamos pela prosperidade e pelo crescimento de Rondônia.

            Aliás, Rondônia deve muito à cafeicultura. O início da colonização agrária atraiu muitas pessoas para morar no Estado e se estabelecer por lá. Quem migrasse e investisse no desenvolvimento da região receberia o título de posse definitiva da terra, ocupada precariamente. A cultura do café foi a escolhida principalmente porque Rondônia possui uma condição muito propícia para o seu desenvolvimento: o clima da região é quente, úmido e conta com a estação de seca curta. A temperatura média anual é de 26 graus, e seus índices pluviométricos médios anuais são superiores a 1.400 mm.

            A importância da produção de café para Rondônia é tamanha que, em 17 de março deste ano, foi instituído, pela Lei n° 3.516, o Dia do Início da Colheita de Café Conilon, que, inclusive, já faz parte do calendário oficial do Estado, a ser celebrado anualmente em 10 de abril.

            Ao finalizar este breve pronunciamento, gostaria de cumprimentar todos os cafeicultores do meu Estado e também os pesquisadores da Embrapa, todos os técnicos e servidores da Embrapa e da Emater, da Empresa de Extensão Rural de Rondônia e da Secretaria de Estado da Agricultura, pelo sucesso que têm alcançado e pela sua dedicação para que tivéssemos esse avanço na cafeicultura de Rondônia e do Brasil.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/07/2015 - Página 533