Comunicação inadiável durante a 102ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apoio à indicação do Ministro de Segunda Classe Arthur Henrique Villanova Nogueira para o cargo de Embaixador do Brasil junto à República Islâmica da Mauritânia; e outro assunto.

Autor
Hélio José (PSD - Partido Social Democrático/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Apoio à indicação do Ministro de Segunda Classe Arthur Henrique Villanova Nogueira para o cargo de Embaixador do Brasil junto à República Islâmica da Mauritânia; e outro assunto.
POLITICA INTERNACIONAL:
Publicação
Publicação no DSF de 20/06/2015 - Página 49
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Indexação
  • MANIFESTAÇÃO, SOLIDARIEDADE, RELAÇÃO, SENADOR, MEMBROS, DELEGAÇÃO, SENADO, VITIMA, VIOLENCIA, LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA.
  • REGISTRO, APOIO, RELAÇÃO, INDICAÇÃO, MINISTRO DE SEGUNDA CLASSE, OBJETIVO, OCUPAÇÃO, CARGO, EMBAIXADOR, BRASIL, LOCAL, MAURITANIA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, MANUTENÇÃO, RELAÇÕES DIPLOMATICAS, REFERENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, ORIENTE MEDIO, PREDOMINANCIA, GRUPO RELIGIOSO.

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Petecão, quero, em primeiro lugar, aqui, para os nossos ouvintes da TV Senado e da Rádio Senado, manifestar minha solidariedade a V. Exª, que estava na missão ontem lá na Venezuela junto com uma série de outros Senadores. Era uma missão suprapartidária, não era uma missão da oposição, por oposição. Inclusive o nosso Partido, do qual V. Exª faz parte, o PSD, é um partido da base aliada. Então, era uma missão suprapartidária, havia Senadores de quatro partidos distintos. É inadmissível o tipo de tratamento dispensado aos Congressistas brasileiros.

            Portanto, quero manifestar aqui a minha mais profunda indignação e solidariedade aos colegas que foram impedidos de cumprir sua missão em um país irmão, um país que está no Mercosul , que é exatamente a Venezuela.

            O que me traz aqui ao plenário hoje, para fazer uma comunicação inadiável, trata-se também de diplomacia. A intolerância de qualquer tipo, acho inadmissível. O que me traz aqui é o apoio à indicação do Chefe da Missão Diplomática na Mauritânia.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, eu gostaria de registrar meu posicionamento favorável à indicação do Ministro de Segunda Classe Arthur Henrique Villanova Nogueira para o cargo de Embaixador do Brasil junto à República Islâmica da Mauritânia.

            Além de um currículo que demonstra uma vasta experiência em assuntos internacionais, creio que o Ministro Nogueira colaborará de maneira significativa para o incremento das relações políticas e econômicas entre Brasil e Mauritânia.

            Como salientado no relatório do Senador Marcelo Crivella, o comércio bilateral teve um crescimento, desde 2003, de 400%, e testemunhamos a ampliação da cooperação humanitária e jurídica com aquele país.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, Sr. Presidente, tenho a convicção de que a política brasileira de estreitamento das relações diplomáticas com os países de religião islâmica não só fortalece nosso comércio exterior naquelas regiões, mas também é condição fundamental para apoiarmos o desenvolvimento daqueles países. É por meio da diplomacia e do diálogo, Sr. Presidente, que as diferenças são resolvidas e a paz é fomentada.

            Ao contrário do que alguns têm defendido, não creio que a suspensão da indicação de Embaixadores para países de religião islâmica, assim como para qualquer outro, seja algo, no mínimo, razoável. Além de contrariar o princípio de cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, conforme expresso em nossa Carta Magna, tal atitude se reveste de uma intolerância anacrônica, de um etnocentrismo cego e de uma generalização absurda.

            A cultura islâmica é riquíssima e não pode ser confundida com uma minoria de movimentos fundamentalistas, que são a chama desse preconceito ignorante. Nosso País é tributário de levas históricas de imigrantes sírios, libaneses, nigerianos e tantos outros que ajudaram a formar nossa identidade nacional.

            Isso, aliás, é praticamente um consenso no mundo. Enquanto os países caminham para a ampliação das formas de comunicação, como o recente estreitamento das relações entre os Estados Unidos e Cuba e os crescentes diálogos entre os países ocidentais e o Irã, considerarmos que a hipótese de abandono desse nosso histórico posicionamento seria, sim, transformar nossa política externa em algo insignificante.

            E ressalto ser histórico, pois nosso relacionamento com países islâmicos não é nenhuma novidade de governos recentes, mas advém de décadas de construção de uma diplomacia sólida e internacionalmente prestigiada.

            A moderna teoria das relações internacionais não crê mais no realismo calculista que se via durante a Guerra Fria. Hoje, a globalização, o incremento das comunicações e a ampliação das correntes de comércio aproximou o mundo. Novos temas, como direitos humanos, meio ambiente, migrações, entre tantos outros, ampliaram a agenda internacional, Sr. Presidente, Sérgio Petecão.

            Não podemos negligenciar esses avanços apoiando o isolamento de países e seus povos. É praticamente consenso, entre os formuladores de política internacional, que o fim do diálogo não só não resolve os problemas, mas pode agravá-los. Isso é, aliás, o alimento do fundamentalismo islâmico, que aumenta seus adeptos como resultado da marginalização política e econômica.

            Para concluir, Sr. Presidente, eu queria ressaltar que devemos fortalecer as relações diplomáticas com todos os países, independente de religião, posicionamento político ou demais questões internas. É no diálogo e na negociação pacífica que podemos colaborar para que as diferenças sejam resolvidas e o mundo possa continuar avançando.

            Era isso, Sr. Presidente, o que eu tinha a colocar, deixando mais uma vez os meus protestos contra a forma que V. Exªs foram tratados na Venezuela. É inadmissível. A Venezuela é um país irmão, latino-americano, não poderia ter feito isso com um Congressista de um país que tem a melhor das relações com a Venezuela, que é exatamente o Brasil.

            Sr. Presidente Petecão, quero agradecê-lo pela Presidência desta sessão e desejar a todos um ótimo final de semana.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/06/2015 - Página 49