O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Enquanto procede-se à votação, eu gostaria de fazer aqui a leitura de um pequeno texto sobre a morte, hoje, do nosso querido Olacyr de Moraes. 

            Foi com grande pesar que recebi, hoje, a notícia da morte do meu amigo Olacyr de Moraes.

            Já com saudade, lembro a todos seu pioneirismo no cultivo da soja no Cerrado brasileiro, pois, dono da Fazenda Itamarati, localizada na cidade de Ponta Porã, no Estado de Mato Grosso do Sul, foi lá nas suas terras que grande parte das pesquisas de cultivos, como o desenvolvimento de sementes de soja, arroz, trigo, algodão, feijão e girassol, foi feita e desenvolvida, assim como na Fazenda Itamarati Norte, no Estado de Mato Grosso.

            Foi um grande visionário, sempre à frente do seu tempo. Acreditou tanto que chegou a ter 50 mil hectares de plantação de grãos e, por isso, foi o mais jovem bilionário brasileiro a aparecer no ranking da Forbes.

            Na década de 80, não havia brasileiro que não tivesse ouvido falar em Olacyr de Moraes, "O Rei da Soja", o maior produtor mundial de grãos.

            Olacyr apostou no potencial agrícola de toda a Região Centro-Oeste em uma época em que poucos acreditavam que aquele solo fosse receptivo às culturas de soja, algodão e milho.

            Ainda na década de 70, na cidade de Diamantino, em Mato Grosso, fundou a empresa Itamarati, onde produziu milhares, milhões de toneladas principalmente de soja, algodão e milho.

            A partir daí, muitos produtores seguiram seu exemplo de sucesso e passaram a investir no agronegócio, hoje principal setor que sustenta a balança comercial brasileira, sendo o único que dá superávit ao Brasil.

            Dentro ainda da sua compreensão e visão transformadora, Olacyr de Moraes foi responsável também pela construção da Ferronorte, ferrovia que liga Santos a Rondonópolis, em Mato Grosso, mostrando a preocupação que até hoje nós temos de desenvolver com qualidade e eficácia o setor dos transportes e, para isso, investirmos em diferentes modais para que a infraestrutura acompanhe a crescente demanda e atenda não só os produtores, mas garanta segurança aos que trafegam pelas rodovias e também pelas ferrovias, que, hoje, estão sujeitos a riscos por conta de o escoamento ser feito na maior parte pelas BRs federais.

            Para muitos, ele foi um grande homem. Para mim, um grande amigo, que deixará não só saudade, mas um verdadeiro legado para o Brasil e para o mundo, mostrando que somos capazes, sim, de avançar, sonhar e concretizar quando se tem vontade, astúcia, desprendimento, persistência e muita fé, essa mesma fé que o sustentou até os últimos minutos lutando bravamente contra um câncer de pâncreas.

            Em respeito aos 84 anos de história, nossos sentimentos sinceros a todos os familiares, amigos, funcionários, colaboradores, rogando a Deus que os abençoe e os fortaleça.

            Na última visita que fiz ao Dr. Olacyr de Moraes, agora no mês de abril, conversei com ele por duas horas e, em nenhum momento, ele reclamou da sua doença, do seu estado; em nenhum momento, reclamou das coisas difíceis por que passou na vida; sempre olhando para frente, falando do Brasil que ele desejava, do Brasil que ele sonhava e do Brasil que sonhamos.

            Portanto, deixo aqui minha homenagem à família do Dr. Olacyr de Moraes e a todos os mato-grossenses, sul-mato-grossenses, que devem muito a esse homem pelo o que ele fez, pelo o que ele plantou e implementou nos nossos Estados.

            Muito obrigado, Presidente.