O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Oposição/PSDB - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu requeiro, nos termos do nosso Regimento Interno, a inserção em ata de um voto de pesar pelo falecimento hoje da Srª Noêmia Vieira, mãe do Chanceler Mauro Vieira, que ocorreu na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro.

            Eu tinha hoje, Sr. Presidente, agendado uma conversa com o Chanceler Mauro Vieira. O nosso objetivo era fazer um balanço dos últimos acontecimentos, notórios acontecimentos na Venezuela, e também estabelecer uma linguagem comum que pudesse favorecer uma consonância entre Poder Executivo e Senado para o encaminhamento de uma solução positiva na Venezuela do ponto de vista democrático. Esse era o objetivo da nossa conversa.

            Fiquei sabendo ainda ontem que o Chanceler havia se dirigido ao Rio de Janeiro para ficar ao lado de sua mãe, a quem ele era muito ligado. Eu quero, então, manifestar aqui o meu pesar pela morte da genitora do nosso Chanceler Mauro Vieira, Ministro de Relações Exteriores, e reafirmar aqui o que eu disse quando soube da escolha de S. Exª para ocupar esse importante cargo no Governo brasileiro. Eu conheço o seu valor profissional, a sua trajetória. Ele tem sido extremamente solícito na Comissão de Relações Exteriores do Senado - já por duas vezes compareceu à nossa comissão. E gostaria também de reconhecer que, sob sua gestão, algumas velhas feridas no Itamaraty começam a ser curadas. Eu noto também fatos positivos na condução da política externa sob a batuta do Chanceler Mauro Vieira. Cito, entre outros, a preparação da visita da Presidente da República aos Estados Unidos, que prenuncia uma retomada de relações mais positivas e construtivas com os Estados Unidos; a concretização recente dos acordos com o México, que também prenuncia uma mudança no sentido da ampliação do âmbito da nossa política de comércio exterior; a insistência do Brasil junto a seus parceiros do Mercosul para que possamos concluir exitosamente os acordos com a União Europeia.

            Reafirmo meu desejo de que, nesta nova fase que se abre agora na política da Venezuela, que diz respeito a nós brasileiros também, com a marcação da data das eleições, com o fim da greve de fome liderada por Leopoldo López, que foi seguida por tantos outros democratas venezuelanos, o Brasil possa fazer valer o seu peso diplomático inegável para que as eleições se concretizem dentro de um clima de liberdade, de limpeza, de transparência, sem presos políticos, sem censura e sem repressão. Eu penso que essa nova etapa exige uma relação bastante próxima entre o Governo brasileiro e o Congresso Nacional para que esse peso da diplomacia brasileira possa ser exercido com toda sua plenitude.

            O objetivo principal desta minha intervenção, Sr. Presidente, é deixar consignados o meu profundo pesar e a minha solidariedade ao Chanceler Mauro Vieira neste momento triste de sua vida.