Pela ordem durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comunicação ao Senado do recebimento de carta do ex-Presidente José Sarney dirigida ao ex-Primeiro-Ministro da Espanha Felipe González.

Autor
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Aloysio Nunes Ferreira Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Comunicação ao Senado do recebimento de carta do ex-Presidente José Sarney dirigida ao ex-Primeiro-Ministro da Espanha Felipe González.
Publicação
Publicação no DSF de 24/06/2015 - Página 340
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, ORADOR, COPIA, CARTA, AUTORIA, JOSE SARNEY, EX SENADOR, DESTINATARIO, EX MINISTRO, GOVERNO ESTRANGEIRO, ESPANHA, ASSUNTO, ELOGIO, EX PRESIDENTE, MOTIVO, DEFESA, PRESO POLITICO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA.

            O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Oposição/PSDB - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é dentro do tema. Eu queria fazer uma comunicação ao Senado de um documento que recebi, agora há pouco, uma carta do Presidente José Sarney ao ex-Primeiro-Ministro da Espanha Felipe González.

            José Sarney, nosso colega e ex-Presidente, enviou uma carta ao ex-Primeiro-Ministro, Felipe González, assim que soube que ele iria participar da defesa de Leopoldo López e dos demais encarcerados políticos na Venezuela, que vou ler - é curto:

Ao meu querido amigo Felipe González,

acabo de ler na imprensa internacional sobre o seu magnânimo gesto, que demonstra, uma vez mais, sua estatura de grande homem público, de ir a Caracas para somar-se à defesa de López e de Ledezma, encarcerados no regime venezuelano, que não podemos considerar como democrático, já que não tem respeito pelos direitos humanos, pelos direitos políticos e pela justiça, que só funciona ao serviço da perseguição política e da eliminação de qualquer tipo de oposição.

Faz alguns anos, quando o governo fechou a primeira rede de televisão na Venezuela, eu tive oportunidade, como Presidente do Senado brasileiro, de condenar essa violência, que seria apenas a primeira que teria lugar em uma série de muitas outras que se transformaram no exercício cotidiano da política venezuelana.

Estou entre os que acreditam que a Venezuela não podia ingressar no Mercosul já que esse bloco tem, em sua constituição, um dispositivo que não permite a entrada de países que não sigam o Estado de direito.

Seu gesto é muito representativo da sua luta passada, que legitima a sua autoridade como um dos maiores estadistas, partidário das grandes causas, com toda uma vida dedicada ao ideal democrático.

Ademais, o senhor imprime a esse perfil o seu lado humano para apoiar a heróica luta destas mulheres: a Srª Lilian Tintori e a Srª Mitzy Capriles Ledezma, esposas de políticos presos, que se encontram nessa peregrinação mundial para sensibilizar os governos democráticos sobre a urgência do apoio aos democratas venezuelanos.

            Depois, a carta se encerra com algumas considerações pessoais.

            Eu queria registrar essa atitude do Presidente José Sarney para que ficasse consignada nos Anais do Senado.

            O Presidente José Sarney teve, na política externa, uma das dimensões mais importantes do seu governo, especialmente no que diz respeito à América do Sul.

            Começa com o governo José Sarney uma mudança de 180 graus na nossa política em relação à Argentina, marcada por tensões e conflitos, desde a Guerra contra Rosas, em 1852.

            O Presidente José Sarney abriu uma nova fase nessas relações, com a possibilidade, depois, da constituição do Mercosul, de modo que S. Exª tem autoridade para falar sobre os temas da política externa como poucas pessoas têm neste País.

            Fica aqui esse registro, Sr. Presidente, para sua inscrição nos Anais do Senado.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/06/2015 - Página 340