O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - É uma fala breve, Sr. Presidente, com respeito ao nobre Senador Ricardo Ferraço, que aqui está aguardando ainda para fazer seu pronunciamento.

            Trato de um assunto muito grave que está acontecendo em Rondônia, que é a greve da Suframa. Acontece não só em Rondônia, mas em toda a Amazônia Ocidental: em Rondônia, no Acre, no Amazonas, em Roraima, no Amapá. A Suframa é uma instituição muito importante para o desenvolvimento da Amazônia. Foi criada a Zona Franca de Manaus, que é um grande polo industrial. Nós, em Rondônia, no Acre, em Roraima e no Amapá, não temos os mesmos incentivos da Zona Franca de Manaus, mas temos alguns incentivos que nos ajudam também a desenvolver nossos Estados.

            Agora há pouco, falei por duas vezes com um dos empresários de Rondônia, o Sr. João Gonçalves. Os Irmãos Gonçalves têm frigorífico, rede de supermercado, shopping e tudo o mais. Ele está com 60 carretas paradas. Sessenta carretas estão paradas. A greve já dura 30 dias. É claro que elas não estão há 30 dias paradas, porque existe um prazo de 10 dias ou de 15 dias em que eles vão liberando alguns caminhões. Mas inúmeras transportadoras, inúmeros empresários do ramo atacadista, de supermercado e de outras áreas estão com esse problema em Rondônia.

            Na Medida Provisória nº 660, da qual fui Presidente, aprovamos a questão da transposição, que já está em curso, que está funcionando, que está acelerando. Mas a emenda da Suframa foi vetada pela Presidente da República. Estamos em processo de negociação com o Ministério do Planejamento. Já tivemos uma reunião com o Ministro, que recebeu a bancada.

            Conversei hoje com o Dr. Sérgio Mendonça, que é o Secretário Nacional de Recursos Humanos, que está fazendo um esforço gigantesco, porque são inúmeras carretas. No Brasil inteiro, pedem reajuste salarial e plano de carreira de cargos e de salários. Mas ele me disse hoje que vai dar prioridade a isso. Talvez, essa seja a primeira categoria a receber um tratamento diferenciado, porque não dá para discutir todo mundo no mesmo bolo, na mesma situação. E a Suframa seria a primeira a receber esse tratamento, pois, dentro de uma ou duas semanas, eles vão tratar especificamente dessa questão da Suframa.

            Se não houver entendimento entre o Ministério do Planejamento, o Governo, a categoria e a Bancada da Amazônia, que está toda empenhada nessa questão, vamos ter de fazer um trabalho para derrubar o veto da Presidente da República.

            Meu Estado já enfrenta uma crise, que é a crise nacional. Agora, mais essa questão da Suframa vem agravando, dia a dia, a crise em Rondônia. O Acre depende - aqui não está nenhum Senador do Acre neste momento - quase exclusivamente desse transporte, que passa por Rondônia. A informação que obtive hoje foi a de que o Acre já começa a ter problema de desabastecimento. No ano passado, foi a enchente. Agora, é a greve da Suframa que está causando preocupação com o vizinho Estado do Acre.

            Conversei, ainda há pouco, também com a representante do Sindicato, a Sayonara, da Suframa de Guajará-Mirim, onde nós temos uma Área de Livre Comércio. Eles estão aflitos, não querem continuar a greve, mas querem que o Governo dê pelo menos uma sinalização para eles de quando vai discutir a situação deles, se o Congresso vai derrubar o veto da Presidente - foi aprovado esse ajuste na Medida Provisória nº 660 - ou se o Ministério do Planejamento vai fazer uma proposta razoável para que eles possam paralisar essa greve.

            Então, em nome dos empresários de Rondônia, mas, sobretudo, em nome do povo de Rondônia e dos servidores da Suframa, peço encarecidamente ao Ministério do Planejamento, ao Dr. Sérgio Mendonça e ao Ministro Nelson Barbosa que acelerem esse processo de entendimento com essa categoria. São inúmeras as categorias no Brasil, mas esta está afetando sobremaneira meu Estado, Rondônia, e toda a Amazônia Ocidental.

            Obrigado, Sr. Presidente.