Discurso durante a 106ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Entusiasmo com a proposta de criação de parque científico no Distrito Federal; e outro assunto.

Autor
Hélio José (PSD - Partido Social Democrático/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. TRANSPORTE. CIENCIA E TECNOLOGIA.:
  • Entusiasmo com a proposta de criação de parque científico no Distrito Federal; e outro assunto.
Aparteantes
Reguffe.
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2015 - Página 221
Assunto
Outros > HOMENAGEM. TRANSPORTE. CIENCIA E TECNOLOGIA.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, CANTOR, ORIGEM, GOIAS (GO), APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, ASSUNTO, OBRIGATORIEDADE, CRIAÇÃO, RUIDO, LUZ, AUTOMOVEL, INDICAÇÃO, AUSENCIA, UTILIZAÇÃO, CINTO DE SEGURANÇA.
  • ELOGIO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), MOTIVO, POSSIBILIDADE, CRIAÇÃO, PARQUE INDUSTRIAL, OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO.

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Elmano Férrer, senhoras e senhores ouvintes da TV e Rádio Senado, é com muita tristeza que eu venho aqui hoje lembrar a morte do nosso querido cantor goiano, meu conterrâneo, Cristiano Araújo, ocorrida na madrugada de ontem, enterrado hoje em Goiânia, deixando os goianos muito entristecidos com essa fatalidade que vitimou um jovem de 29 anos e uma jovem de 19 anos, principalmente porque não usavam cinto de segurança no banco traseiro do carro. Devido a isso, estou protocolando um projeto de lei que altera o art. 2º, tornando obrigatório haver um alerta sonoro e luminoso quando da não utilização dos cintos traseiros. Isso já existe nos cintos de segurança dos bancos dianteiros dos veículos, mas não existe nos bancos traseiros. Então, estou propondo esse projeto exatamente porque vários jovens deste País já perderam a vida em acidentes fatais por não estarem usando o cinto de segurança do banco traseiro, sendo arremessados para fora do veículo, perdendo a vida, tal qual nós perdemos o cantor, artista goiano, Cristiano Araújo.

            Eu queria também fazer hoje um pronunciamento sobre um assunto muito importante, de ciência e tecnologia para o Distrito Federal.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, foi com muita satisfação e com muito entusiasmo que recebi a notícia de que o Distrito Federal poderá, num futuro bem próximo, tornar-se sede de um parque científico de nível internacional, conforme vem sendo divulgado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, comandada pelo Prof. Paulo Salles, do Governo Rodrigo Rollemberg. Na verdade, a ideia da criação desse parque científico é antiga e a área destinada a ele já existe há bastante tempo, mas houve equívocos na definição de seus objetivos, e, por isso, a ideia não prosperou como se queria. Pensava-se que o parque seria um polo industrial, mas hoje já ficou claro que isso foi um erro.

            A proposta agora é que o Parque seja um ambiente de inovação, onde serão concebidas novas tecnologias. A produção industrial, obviamente, será beneficiada com o conhecimento produzido, mas ocorrerá também em outros lugares.

            Nosso Parque Científico será um centro de excelência, onde se instalarão entidades ligadas a universidades, centros de pesquisa e empresas interessadas na inovação tecnológica. Isso é muito importante para o Distrito Federal, caro Presidente, porque o Distrito Federal, por ser uma área tão pequena, não comporta indústrias poluentes.

            Nosso Parque Científico será um centro de excelência, como já falei. A ideia é que nosso Parque Científico reúna instituições nacionais e internacionais, a fim de desenvolver inteligência em medicina, em biodiversidade e em agricultura, seguindo a vocação de Brasília de indústrias não poluentes que realmente deem melhor condição de vida ao nosso povo.

            Uma das empresas-chave para o sucesso do Parque é, sem a menor dúvida, a Embrapa, que esperamos que seja uma grande parceira nossa. A Embrapa tem um nível de produção científica respeitado mundialmente e possui grande interesse em agricultura e em pecuária tropical.

            Outra grande parceira do centro tecnológico, com certeza, será a Universidade de Brasília (UnB), que já dispõe de um espaço para desenvolvimento de biotecnologia e de comunicações, de laboratórios de nanotecnologia, além de efetuar pesquisas ligadas às grandes indústrias internacionais.

            Caro Sr. Presidente Elmano Férrer, o Reitor da UnB é um colega de turma meu, um engenheiro eletricista, Ivan de Toledo Camargo, que tem feito um excelente trabalho na UnB. E, com certeza, a Universidade de Brasília é uma universidade de ponta em nível de tecnologia e será uma grande parceira desse parque tecnológico que o Governo Rollemberg quer implantar no Distrito Federal, que vai ser de larga importância, principalmente para a questão da biologia, para as questões laboratoriais.

            Esperamos que toda essa capacidade científica já existente aqui pertinho de nós encontre no nosso Parque um ambiente de sinergia, de cooperação, de forma a tomar o Distrito Federal um grande centro de inovação tecnológica e de produção científica.

            A proposta vem para transformar o perfil da Capital Federal. As tecnologias modernas vêm resolvendo problemas e melhorando a economia. É isso que queremos para o desenvolvimento do Distrito Federal. Acredito que essa seja a vocação maior do Distrito Federal, Sr. Presidente. Por uma série de razões que não cabe mencionar aqui, mas que não são difíceis de imaginar, não há muito espaço no Distrito Federal para a produção industrial ou mesmo para a agricultura.

            Temos, sim, indústrias que nos são valiosas. E também queremos deixar claro que valorizamos muito o trabalho e o esforço de nossos agricultores, mas é preciso reconhecer que a vocação maior do Distrito Federal está em outras áreas, e, certamente, a produção científica e tecnológica é uma delas.

            Brasília é o centro do País e possui condições privilegiadas sob vários pontos de vista. Temos aqui o Governo Federal, com toda a facilidade de interlocução com as instituições públicas que isso, inevitavelmente, gera; temos localização geográfica estratégica, central, o que nos coloca a poucas horas de voo de qualquer parte do Brasil e mesmo da América do Sul; temos uma cidade bem organizada, que ainda conta com relativa facilidade de locomoção, apesar do aumento do trânsito verificado nos últimos anos.

            Além disso, Brasília é a segunda cidade com maior população vinda do Piauí. Temos a honra de dizer que há mais de 600 mil piauienses no Distrito Federal, o que muito alegra a nós brasilienses de coração.

            Dessa forma, Sr. Presidente, é muito razoável acreditar que reunimos diversas condições para atrair empresas interessadas em produzir inovação tecnológica e conhecimento científico. Estou certo de que, desta vez, nosso Parque Científico tem tudo para se materializar, o que vai ajudar na ampliação da nossa economia, na geração de emprego e de renda e na melhoria da qualidade de vida da população do Distrito Federal.

            Uma das indústrias modernas que estamos trabalhando muito para trazer para Brasília é exatamente a indústria de painéis fotovoltaicos, a indústria de inversores, para que possamos utilizar esta energia tão abundante na Terra, que é a energia solar, de forma adequada e tranquila.

            Meus parabéns, portanto, ao Governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg; ao Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Salles; e ao Presidente da Embrapa, Dr. Maurício Antônio Lopes, pela iniciativa de transformar o Distrito Federal em um polo gerador de conhecimento científico e de inovação para o mundo tropical!

            Eram essas as minhas palavras. Sr. Presidente.

            O Sr. Reguffe (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Senador Hélio José, permite-me um aparte?

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - Pois não. É com muito prazer que lhe concedo um aparte.

            O Sr. Reguffe (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Eu queria aqui me somar a V. Exª no pronunciamento que V. Exª está fazendo e dizer que considero o lançamento desse aplicativo algo muito importante. Agora, nós ainda precisarmos ir além. Eu gostaria que o Governo tivesse, na sua Ouvidoria - este é o Governo com que sonho; inclusive, fiz essa sugestão ao Governador Rodrigo Rollemberg -, uma linha telefônica, um número de telefone para o qual o cidadão ligasse ao ver algo de errado, avisando, assim, o governo. Com isso, faríamos com que a população se sentisse partícipe do Governo, partícipe do ato de governar. Então, se houvesse um buraco no asfalto, o cidadão, ao ver o buraco, poderia ligar para esse número de telefone e avisar o Governo de que havia um buraco no asfalto. A Ouvidoria poderia avisar o órgão responsável, que, em menos de 24 horas, poderia consertar o problema e ligar para o cidadão para dizer: “Sua demanda foi resolvida”. O cidadão se sentiria muito mais cidadão, na prática.

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - Com certeza!

            O Sr. Reguffe (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Hoje, há vários postes de iluminação na cidade com a lâmpada queimada, e o Governo não consegue ver tudo. Então, o Governo precisa da ajuda da sociedade, da participação da sociedade. Agora, o Governo tem de ser facilitador, para a sociedade poder ajudar e ser partícipe do ato de governar. O cidadão, ao vir aquela luz queimada, ligaria para esse número e avisaria: “Na rua tal, na quadra tal, há uma luz queimada”. Ele ligaria para a Ouvidoria, que mandaria a CEB resolver o problema. A CEB consertaria, daria a resposta para a Ouvidoria, que ligaria para o cidadão e diria: “Sua demanda foi resolvida”. Já pensou como é que as pessoas se sentiriam? Elas se sentiriam mais cidadãs. As pessoas seriam incentivadas a participar, num mutirão, junto com o Governo. Seria um Governo coletivo, que envolveria não só a estrutura de governo, mas também a sociedade. Com isso é que eu sonho. É o que espero que esse Governo faça. Acho que, hoje, há instrumentos tecnológicos para se fazer isso. O Governo tem condições de fazer isso. Eu gostaria que o fizesse, porque aí envolveria toda a sociedade, fosse ela organizada ou não, num governo coletivo, num governo de todos nós. Tenho a certeza de que isso é o que a população gostaria de ver aqui, no Distrito Federal. Isso faria com que o Distrito Federal fosse exemplo nessa relação governo/sociedade para o resto do País. Agora, sem dúvida, o lançamento do aplicativo é algo positivo, é algo que ajuda o controle. O fato de sabermos, por exemplo, que médicos estão nos plantões nos hospitais é algo que, sem dúvida, é um avanço. Nesse ponto, parabenizo o Governo. Acho que é algo importante. A gente tem de ter a responsabilidade de sempre elogiar o que a gente acha certo e de criticar o que a gente acha errado. Esse ponto eu considero um ponto muito importante, porque, de qualquer maneira, vai se gerar uma cobrança dos cidadãos, para que os médicos que estejam marcados para estar naqueles plantões estejam lá. Eu queria parabenizar V. Exª por trazer esse tema aqui, que é um tema muito pertinente e importante para a nossa cidade, que nós dois aqui representamos, junto com o Senador Cristovam.

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - Muito obrigado, Senador Reguffe. É com muita alegria que acolho seu aparte no meu pronunciamento. Acho de altíssima relevância o que V. Exª coloca. Poderíamos ter um exemplo para dar ao nosso País.

            Esta é uma cidade muito pequena. Brasília é pequena, comparada com o Amazonas, com a Bahia, com Minas Gerais. Então, podiam fazer um projeto-piloto, dessa forma que V. Exª coloca, utilizando bem a tecnologia. Por exemplo, há o WhatsApp, o telefone próprio. É preciso dar retorno à população. Tudo aqui é perto. Poderia ser usada essa interatividade. Como V. Exª colocou, isso faria com todos fossem partícipes do processo. Acho que isso seria o ideal.

            Aqui, estamos prontos para apoiar o Governo nessa iniciativa. Parabenizei essa iniciativa de transparência. Hoje, a gente pode saber se o médico está ou não no plantão. Podemos saber o salário da pessoa. Se alguém tiver curiosidade, poderá ver o quanto a pessoa gasta ou o quanto foi gasto numa obra. Então, acho isso muito bom, muito importante. Por isso, temos de parabenizar essa iniciativa do Governador. Também ressalto essa questão do parque tecnológico aqui, em Brasília.

            Quero agradecer a V. Exª pelo aparte e dizer que é com muita alegria que o acolho.

            O Sr. Reguffe (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Eu também queria parabenizar V. Exª pelo início de mandato nesta Casa e pela preocupação com a questão da geração de energia limpa no Distrito Federal, para se colocar em debate essa questão de haver nas escolas do Distrito Federal placas fotovoltaicas que façam com que a escola gere energia sustentável. Acho que isso é uma coisa que pode ser reverberada para o resto do Brasil. Brasília pode ser exemplo nisso. V. Exª muito bem colocou esse tema aqui, no seu início de mandato.

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - Muito obrigado, Senador Reguffe. V. Exª lembra realmente um ponto muito importante.

            Tenho orgulho de ter participado da posse, Senador Reguffe, do Conselho Comunitário da Asa Sul (CCAS), em que pude conversar com vários prefeitos de cidades aqui sobre esses prédios retangulares que temos aqui. Aquele teto todo está totalmente disponível para poder ser um gerador de energia. Consequentemente, os condomínios não precisarão pagar conta de luz. Os próprios consumidores também poderão ter sua conta abatida. Acho que essa energia limpa é muito importante, é dada por Deus. Está aí o sol nos iluminando o tempo inteiro. E a gente pode utilizar a tecnologia para captá-la.

            Então, fico muito agradecido por sua lembrança dessa questão.

            Vamos trabalhar juntos nessa linha, eu, V. Exª e o Senador Cristovam. Nós três, Senador Hélio José, Senador Cristovam e Senador Reguffe, estamos juntos em prol de uma Brasília melhor, mais tranquila, com melhor qualidade de vida. Não é isso?

            Obrigado, Senador.

            Obrigado, Sr. Presidente. Um forte abraço para o senhor!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2015 - Página 221