Discurso durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

* Leitura de nota elaborada pela Bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado, em resposta a nota divulgada pelo Senador Aécio Neves, sobre suposta inibição às investigações realizadas contra aquele partido.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • * Leitura de nota elaborada pela Bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado, em resposta a nota divulgada pelo Senador Aécio Neves, sobre suposta inibição às investigações realizadas contra aquele partido.
Publicação
Publicação no DSF de 08/07/2015 - Página 200
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • LEITURA, NOTA, AUTORIA, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SENADO, ASSUNTO, CRITICA, DOCUMENTO, AUTOR, AECIO NEVES, SENADOR, OBJETO, ACUSAÇÃO, POSSIBILIDADE, DIFICULDADE, INVESTIGAÇÃO, DESTINATARIO, LEGENDA.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Excelência.

            Eu queria pedir aqui para ler, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, uma nota que elaboramos sobre o momento que vivemos na conjuntura nacional:

O Presidente Nacional do PSDB, [nobre] Senador Aécio Neves, divulgou nota [hoje], na qual afirma que o PT e seu Governo querem inibir a ação das instituições e da imprensa brasileiras ao classificar suas ações investigativas como tentativas de golpe.

Ora, se o PSDB, em conluio com a imprensa que se autodenomina um Partido de oposição, quer criminalizar o PT e seu Governo no TCU por ações contábeis normais que sempre foram feitas em suas administrações, isso é golpe, sim!

Se o PSDB quer criminalizar doações legais e transparentes de campanhas feitas ao PT, quando se sabe que aquele partido oposicionista recebeu, em valores maiores, doações feitas pelas mesmas empresas, isso é golpe, sim!

O Estado Democrático de Direito não admite o uso cínico, hipócrita e oportunista da moral de ocasião e a utilização despudorada dos “dois pesos e duas medidas”, como aconteceu no caso do mensalão do PSDB.

O PT nunca classificou a imprescindível luta contra a corrupção como golpe. Até mesmo porque foi o PT, e não o PSDB, que criou as condições políticas, jurídicas e administrativas para que a Polícia Federal, o Ministério Público, o TCU e a CGU pudessem atuar com desembaraço no combate aos desvios. Foi o PT, não o PSDB, que deu transparência à Administração Pública no Brasil, com o Portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação.

O PSDB parece desconhecer que não vivemos mais nos tempos prevaricadores do engavetador-geral, quando até mesmo votos em emendas constitucionais podiam ser comprados com a certeza da impunidade.

O PSDB parece também desconhecer que o Brasil não é mais uma “república de bananas”, que dá ensejo a golpes com base em pretextos jurídicos canhestros e no ressentimento dos derrotados nas urnas.

[O Presidente do PSDB], que parece cada vez mais inspirado pelo espírito golpista da UDN de Carlos Lacerda, deveria se inspirar mais na figura democrática e visceralmente antigolpista do seu avô, Tancredo Neves.

De qualquer forma, a Bancada do PT no Senado considera que o PSDB deveria parar de falar mentiras contra o PT e seu Governo. E começar a falar verdades sobre si.

Como fez seu presidente. Hoje, [o Presidente do PSDB, o nobre Senador] Aécio Neves, em ato falho significativo [que talvez Freud explique], afirmou que “o PSDB é o maior partido de oposição ao Brasil”.

Reconhecemos que, nesse ponto, [o Senador] tem razão. Por sua busca frenética no quanto pior melhor, na ingovernabilidade e no golpismo, aí está, despudorada, a grande verdade sobre o [seu Partido].

            Muito obrigado, Sr. Presidente. Falei aqui em nome da Bancada do PT. (Palmas.)

(Manifestação da galeria.)

(Soa a campainha.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/07/2015 - Página 200