Discurso durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a realização da décima sexta edição da Feira de Negócios do Artesanato, a Fenearte, em Olinda, com ênfase na sustentabilidade econômica da atividade.

Autor
Fernando Bezerra Coelho (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PE)
Nome completo: Fernando Bezerra de Souza Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CULTURA:
  • Considerações sobre a realização da décima sexta edição da Feira de Negócios do Artesanato, a Fenearte, em Olinda, com ênfase na sustentabilidade econômica da atividade.
Publicação
Publicação no DSF de 14/07/2015 - Página 130
Assunto
Outros > CULTURA
Indexação
  • REGISTRO, ENCERRAMENTO, FEIRA, COMERCIO, ARTESANATO, LOCAL, CIDADE, OLINDA (PE), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), HOMENAGEM, LOURIVAL BATISTA, POETA, ARTESÃO, CERAMICA, NATURALIDADE, MUNICIPIO, TRACUNHAEM (PE).

            O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, venho à tribuna hoje para fazer uma homenagem aos homens e mulheres do Brasil, em especial de Pernambuco, que trabalham com a arte. São as mãos hábeis dos artesãos que trançam, costuram, pintam, esculpem e moldam peças que nos fazem ter orgulho de uma expressão genuinamente brasileira.

            O nosso artesanato é um dos mais ricos e diversificados do mundo, mas precisa ser transformado num segmento econômico de fato, para que os artistas possam comercializar suas obras e garantir seu sustento, a partir do que produzem nos ateliês espalhados pelo País inteiro.

            Ontem, Sr. Presidente, em Olinda, foi encerrada a décima sexta edição da Feira de Negócios do Artesanato (Fenearte), a maior do setor em toda a América Latina.

            Cerca de cinco mil expositores tiveram oportunidade de mostrar suas peças para os mais de 320 mil visitantes que a Fenearte recebeu. Mais de 75% desses artistas eram pernambucanos, mas lá estavam representados os 27 Estados brasileiros e mais 55 países. O volume de negócios movimentado na feira ultrapassou a soma de R$40 milhões. Um recorde na história da Fenearte.

            Como já faço há vários anos, pude conferir de perto a grandiosa abertura da Fenearte, a primeira realizada pelo Governador Paulo Câmara, do meu estado, a quem parabenizo pela vitoriosa realização do evento. Lá estavam também a minha colega Senadora Marta Suplicy; o Vice-Governador de São Paulo, Márcio França; o ex-Governador Renato Casagrande, o Vice-Presidente nacional do meu Partido, o PSB, Beto Albuquerque; e o Presidente do nosso Partido, o nosso amigo e companheiro Carlos Siqueira, que ficaram encantados com o que viram.

            Sr. Presidente, eu não poderia aqui deixar de mencionar os esforços incansáveis da ex-Primeira-Dama Renata Campos, que durante oito anos conduziu pessoalmente cada detalhe da Fenearte. Como Secretário de Desenvolvimento do Governo Eduardo Campos, entre 2007 e 2010, tive a oportunidade de colaborar para que a Feira se consolidasse como um evento fixo no calendário brasileiro.

            No entanto, nas conversas com Eduardo, recordo que sempre discutíamos sobre a sustentabilidade do artesanato, que precisa ser compreendido como um negócio, do ponto de vista econômico. Foi, então, que criamos, em março de 2008, o Programa do Artesanato de Pernambuco, que fomenta a atividade e já cadastrou mais de 7, 5 mil artesãos.

            O Estado passou a qualificar esses artesãos para a gestão de negócios, ao mesmo tempo em que apóia a participação dos artistas em feiras e eventos no Brasil e no exterior. Essas inserções abrem janelas importantes com comerciantes, para que as obras produzidas pelos artesãos pernambucanos possam chegar a muitos lugares.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, com muito esforço e mantendo o diálogo permanente com os artistas de Pernambuco, inauguramos o Centro do Artesanato de Pernambuco (Cape), sediado no Recife. Uma das mais importantes unidades de comercialização de arte do País, localizado no ponto turístico mais conhecido da cidade, o Marco Zero, no centro do Recife.

            Por meio de ações integradas entre vários setores da gestão pública, os produtos do artesanato são apresentados como parte importante da identidade de Pernambuco, compondo a prateleira de atrativos turísticos do Estado. É a economia da cultura beneficiando os artistas populares e ajudando a manter viva uma tradição secular, na medida em que o artesanato se estabelece como um negócio rentável e sustentável.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, eu não poderia encerrar esta minha intervenção sem deixar de mencionar os homenageados da Fenearte de 2015. O primeiro é o poeta Lourival Batista, o Louro do Pajeú, que, se estivesse vivo, completaria 100 anos em 2015. Louro foi um dos mais importantes poetas populares do Brasil. Dono de uma incrível capacidade de improvisar versos, Louro é uma referência a todos os poetas que vieram depois dele e segue influenciando as novas gerações.

            A outra homenagem é para o ceramista Manoel Borges da Silva, o mestre Nuca de Tracunhaém. Nuca é, seguramente, um dos mais importantes ceramistas já nascidos em Pernambuco, ao lado do mestre Vitalino de Caruaru e de Ana das Carrancas, da minha querida Petrolina.

            Não seria possível também deixar de citar um belíssimo vídeo que fizeram em homenagem ao ex-Governador Eduardo Campos, exposto durante a Fenearte. Olhar aquelas imagens foi como voltar no tempo para ver a alegria que tomava conta de Eduardo durante a realização da Fenearte, sempre interagindo com os artistas e trabalhando para que a economia da cultura se tornasse grande e sustentável.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/07/2015 - Página 130