Pronunciamento de Ataídes Oliveira em 07/07/2015
Discurso durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
* Críticas à Medida Provisória nº 680 de 2015.
- Autor
- Ataídes Oliveira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
- Nome completo: Ataídes de Oliveira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
TRABALHO:
- * Críticas à Medida Provisória nº 680 de 2015.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/07/2015 - Página 234
- Assunto
- Outros > TRABALHO
- Indexação
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- SOLICITAÇÃO, REJEIÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), ASSUNTO, REDUÇÃO, JORNADA DE TRABALHO, SALARIO, CRITICA, INFLUENCIA, PROPOSIÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTO, DESPESA, FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR (FAT).
O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco Oposição/PSDB - TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, aproveitando o momento da votação, hoje foi publicada uma medida provisória, que já está aqui no Senado Federal, sobre a redução da jornada de trabalho. Essa redução de jornada pode chegar a 30%. O salário também será reduzido igual à jornada, ou seja, até 30%, mas a metade deste valor será ressarcida pelo Governo. A perda para o trabalhador será de, no máximo, 15%, mas há limites. O complemento é limitado a R$900,84. O programa vai priorizar salário de até R$6 mil. O INSS e o FGTS continuam a ser recolhidos, com base em 85% do salário. As mudanças valerão durante, no máximo, 12 meses. Estabilidade: durante a redução, o trabalhador não poderá ser demitido e depois terá estabilidade por um terço do tempo que durar o programa. Adesão: ainda será decidido quais setores poderão participar do programa. As empresas têm até 31 de dezembro para aderir.
Aqui, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço um comentário sobre essa medida provisória que acabou de chegar a este Senado Federal. É contraditório que o Governo tenha restringindo o acesso ao seguro-desemprego e postergado o pagamento do abono salarial para diminuir o déficit ao FAT e agora queira, de improviso, lançar um plano que vai elevar despesa do fundo.
Veja só, Sr. Presidente, o Governo prorroga o pagamento do abono salarial e, por outro lado, agora, vai ter um gasto acima de R$100 milhões com essa medida provisória. O custo desse programa será estimado em torno de R$100 milhões. Este é o momento em que o Tesouro terá que aportar aproximadamente R$7 bilhões ao FAT este ano. E o FAT, até 2014, transferiu para o BNDES, para o capital social do BNDES, R$192 bilhões. Estão previstos mais R$22 bilhões para este ano. E olha que coisa contraditória: no entanto, suspende os 9 bilhões do abono salarial.
É mais um ato desesperado que cria mais distorções na economia, porque não estimula o investimento privado e o Governo não corta os gastos e reduz os investimentos públicos, que já caiu quase 40% neste ano.
Este programa foi direcionado para setores específicos com fins eleitorais, já que o comitê terá poderes discricionários sobre quais setores poderão aderir. Ou seja, mais uma barbaridade. Vai escolher alguns setores da nossa economia para beneficiá-los.
O Governo disse que, na verdade, o programa vai reduzir o custo do FAT, mas essa afirmação é falaciosa, pois isso depende do número de empresas e trabalhadores que vão aderir ao programa. Isso é um risco que o Governo está correndo.
Na minha opinião, o Governo pode se surpreender com o número de empresas que vão querer aderir, e o rombo do orçamento poderia ser muito grande. Então, o Governo irá atender somente alguns setores da nossa economia.
O Governo fica tentando apagar incêndio, não tem uma estratégia estrutural de geração de empregos e de qualidade, salário e produtividade da nossa economia.
Portanto, Sr. Presidente, espero que V. Exª, mais uma vez, rejeite essa medida provisória que está chegando ao Senado Federal. Ela muito vai nos preocupar.