O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco Oposição/PSDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, a imprensa brasileira, hoje, pela manhã, divulgou mais uma pesquisa CNI-Ibope que colhe o sentimento do povo brasileiro em relação ao Governo da Presidente Dilma Rousseff, do PT, e os números revelam aquilo que nós percebemos, todos os dias, nas ruas do País: um Governo que se deteriorou de tal forma que, talvez, eu sequer possa usar a expressão de deterioração, por ele, simplesmente, não existir.

            O Governo inexiste, hoje, no Brasil. O sentimento de insatisfação foi convertido para a revolta. Os gestos de intolerância, que preocupam, de incapacidade de conviver com essa difícil quadra exigem da Presidente Dilma Rousseff um gesto de grandeza, de espírito público, de compromisso com o País, que é a renúncia do seu mandato.

            Pode parecer grave, pode parecer extremo, mas ela, com essa atitude, iria abreviar um longo e penoso caminho que a Nação inexoravelmente irá percorrer, porque, como se não bastasse a crise política, que é comum aos Governos, as crises econômicas, que também são afetas a qualquer país, nós, no Brasil, hoje vivemos o desmonte do Estado por uma quadrilha que ocupou o Governo brasileiro, e os escândalos não cessam, não param.

            Já hoje, ao mesmo tempo em que a pesquisa CNI-Ibope era divulgada, a imprensa noticiava mais uma operação da Polícia Federal, desta feita, vejam só, na Casa da Moeda. Traduzindo: no órgão, na instituição responsável pela impressão da nossa moeda. Um escândalo da ordem de R$6 bilhões.

            Mensalão, Lava Jato, Postalis, BNDES, fundos de pensão, Petrobras. Agora, vejam só: Casa da Moeda. Como se não bastassem os dólares falsos vendidos pelo próprio Banco do Brasil. A que ponto nós chegamos: o Banco do Brasil comercializando dólares falsificados.

            Não sei até que ponto a Nação suportará tudo isso. Diante do volume de crimes cometidos, não haverá outro caminho senão o afastamento da Presidente Dilma Rousseff, do PT, do cargo de Presidente. Responde a ações perante o Tribunal Superior Eleitoral.

            Ontem, o advogado do PT tentou, através de petição, impedir que o Tribunal Superior Eleitoral ouvisse o delator Ricardo Pessoa. À unanimidade de seus membros, o TSE decidiu ouvir o depoimento de Ricardo Pessoa em uma das ações que lá tramita e que...

(Soa a campainha.)

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco Oposição/PSDB - PB) - ... resultará, nesse campo, na cassação do mandato da Presidente e do Vice-Presidente da República no âmbito do TSE.

            Há as pedaladas fiscais. Ontem, o PSDB e vários outros partidos de oposição impetraram mais uma ação, desta feita por crime de extorsão, pelas revelações feitas pela revista Veja, também fruto da delação do Sr. Ricardo Pessoa. Há a queixa-crime apresentada na Procuradoria Geral da República. Ou seja, são várias frentes com crimes que foram praticados, com provas cabais e irrefutáveis, cujo resultado já se conhece, que será o afastamento da Presidente Dilma Rousseff do seu mandato. Daí por que o apelo para que ela possa abreviar esse sofrimento da Nação e permitir que o País...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco Oposição/PSDB - PB) - Concluo, Sr. Presidente.

            Ela pode permitir que o País possa se reencontrar e que as pessoas tenham um pouco de esperança.

            Aumenta o desemprego. Crescem a conta de energia, o preço do combustível, os juros. Diminuiu o poder de compra. Cresce a inflação. No campo fiscal, o Governo, até a presente data, só cumpriu 38% da meta fiscal. E, diga-se de passagem, o Governo Federal cumpriu apenas 12% dos 38%; o restante foi cumprido pelos Estados e Municípios. É a desordem, é o caos, que foi testemunhado, ontem, no plenário deste Senado.

            Portanto, a Nação aguarda, de forma atenta, vigilante, todos os desfechos dessas demandas no campo da Justiça, seja ela Justiça comum, seja ela Justiça Eleitoral.

            Para que o Brasil tenha seu sofrimento abreviado, renuncie Dilma Rousseff!