O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Cristovam Buarque, Senador de Brasília também, a quem eu tenho a honra de saudar; Sr. Senador Telmário Mota, a quem eu parabenizo - parabenizo os dois - pela convocação desta sessão tão importante; Sr. Presidente do Senado Federal no período de 2009 a 2012, Presidente do Brasil, meu ídolo, José Sarney, pessoa a quem eu tenho a maior consideração; Presidente da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação, Srª Lúcia Willadino Braga - prazer conhecê-la pessoalmente -; Sr. Presidente do Conselho de Administração da Associação das Pioneiras Sociais e Presidente do Tribunal de Contas da União de 1992 a 1993, Sr. Carlos Átila Alvares da Silva - é um prazer -; Sr. Conselheiro do Conselho de Administração da Associação das Pioneiras Sociais e Presidente do Supremo Tribunal Federal nos anos de 1995 a 1997, Sr. Sepúlveda Pertence, sempre nosso ídolo também pela ética, pelo trabalho feito na sociedade; nossa querida viúva do médico tão importante para Brasília e para o Brasil, Sr. Aloysio Campos da Paz Júnior, Srª Elsita Lorlai Coelho Campos da Paz, a quem trago nossa saudação, nosso abraço; Deputado Federal Osório Adriano, que estava ali, Deputado Federal de Brasília por vários mandatos; senhores e senhoras familiares do Dr. Aloysio aqui presentes: Aloysio Neto, Isabella Campos, Priscilla Campos, Maíra Campos, Manoella Campos e Valeska Kouzak Campos - nosso abraço, nossa saudação -; senhores e senhoras diretores e funcionários da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação; celebramos, no Senado da República, neste 15 de junho de 2015, a data de inauguração do Centro de Reabilitação Hospital Sarah Kubitschek, ocasião relevantíssima que também nos serve para render homenagem à memória do Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior, fundador da Rede SARAH de Hospitais e falecido no dia 25 de janeiro do ano corrente.

            Como Senador de Brasília, como pessoa que, no dia a dia, convive com o Sarah Kubitschek, que é essa referência de saúde, não somente ortopédica, no nosso País, não poderia deixar de vir aqui fazer essas saudações, essa fala, porque Brasília deve muito ao Sr. Campos da Paz, ao nosso Presidente Sarney e a todos que colaboraram para que o Sarah Kubitschek fosse essa realidade que hoje faz tão bem ao nosso povo do Distrito Federal. Então, por isso, Osório, meu querido Senador Adelmir Santana, é com muita honra que venho aqui dizer algumas palavras para este importante momento.

            Dr. Aloysio atingiu os 80 anos de idade no vigor e na labuta próprios dos idealistas. O carioca de nascimento, graduado em Medicina em 1960, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, compôs a primeira equipe médica do Hospital Distrital de Brasília, Hospital de Base, naquele mesmo ano, e muito auxiliou a implantação da Unidade de Traumato-Ortopedia do Hospital de Base. Foi muito importante isso. No ano seguinte, em 1961, passou a dirigir o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek. Entre 1963 e 1964, Dr. Aloysio optou por aprofundar ainda mais seus vastos conhecimentos médicos, tendo se pós-graduado em Ortopedia e Reabilitação na Universidade de Oxford, na Inglaterra, para, logo em seguida, doutorar-se em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Federal de Minas, em 1966.

            Após todo esse período de intenso aperfeiçoamento teórico, técnico e profissional, Dr. Aloysio voltou-se à aplicação do conhecimento adquirido em favor da sociedade brasileira. Eis por que no ano de 1975, o admirável médico foi responsável pelo plano para desenvolvimento de um programa regional de ortopedia e reabilitação, esforço que está na origem do Instituto Nacional de Medicina do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek - feliz nome.

            No plano político, o respeitado profissional coordenou o Comitê de Saúde da Assembleia pré-Constituinte - uma situação muito importante -, a Comissão Afonso Arinos.

            Antes, porém, ainda no início dos anos 1980, Dr. Aloysio participou da expansão do Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, mediante a fundação de mais uma unidade hospitalar em Brasília. A Rede SARAH contou com seus préstimos para a expansão pelo Território nacional, com base nos projetos de implantação de unidades SARAH em capitais como São Luís, do Maranhão - não é, Sarney? Graças a Deus - e Salvador, na Bahia, além de Belo Horizonte, em Minas, Fortaleza, no Ceará, Macapá, no Amapá, Belém, no Pará; e Rio de Janeiro. São unidades do SARAH que hoje estão fazendo esse trabalho extraordinário.

            Tendo em vista o compreensível pesar pela morte do Dr. Aloysio, que até este ano atuou como cirurgião-chefe da Rede Sarah Kubitschek e que partiu deste mundo deixando sua mulher, Elsita Campos, três filhos e quatro netos queridos, a Presidência da República assim se manifestou, em nota de pesar - abro aspas:

Campos da Paz dizia que sua filosofia era trabalhar para que cada paciente fosse tratado com base no seu potencial e não nas suas dificuldades. Foi com esta fé na potencialidade de cada paciente que a Rede SARAH ajudou a melhorar a qualidade de vida de milhares de brasileiros.

            Fecho aspas. Nota da nossa Presidente da República.

            Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores aqui presentes, a vida e a trajetória laboral do Dr. Aloysio Campos da Paz compõem a própria história de sucesso da Rede SARAH de Hospitais, que se tornou, em toda a América Latina, referência absoluta na reabilitação de pacientes com lesões ortopédicas. Biografias iluminadas, como a do Dr. Aloysio, apontam para a via mais importante da construção altiva de nosso futuro no Brasil do amanhã. Com efeito, se quisermos, verdadeiramente, edificar um país grandioso, justo, moderno, honesto, respeitado, igualitário e adorado por seus cidadãos, é nosso dever envidar os nossos melhores esforços na disseminação de educação de qualidade, na profissionalização da sociedade, no estímulo ao mérito e ao esforço como vias únicas para a ascensão profissional e na gestão de instituições públicas com base na excelência, na qualidade total e na eficiência no trato de agentes públicos com cada indivíduo, indistintamente. Como foi relatado aqui pelo Senador, é muito importante a questão do indistintamente: pobre, rico, negro, branco, todo mundo.

            A Medicina, bem como o conjunto das ciências aplicadas à boa vida, exerce papel insubstituível nesta ingente tarefa. Exemplo disso é a problemática de décadas que enfrentamos no combate à praga da dengue.

            Tendo em vista a guerra perdida de se erradicar o mosquito Aedes aegypti, que se prolifera, geometricamente, em um território gigantesco, de mais de oito milhões de quilômetros quadrados, e tendo-se em conta que esse temível pernilongo rajado se reproduz em pequenas quantidades de água limpa, parece-nos indiscutível que o melhor caminho a ser trilhado pelos cientistas brasileiros é o desenvolvimento da vacina contra a dengue.

            Os países de Primeiro Mundo dificilmente pesquisarão a cura das ameaças à saúde presentes nos países tropicais, como a dengue e o mal de Chagas, mas a comunidade científica brasileira detém meios de avançar a pesquisa, até a descoberta da cura dessas e de outras doenças, e deve fazê-lo em favor do povo brasileiro e também em prol da sociedade humana.

            Falo isso porque Cristovam e eu estamos à frente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática e sabemos o quanto essa comissão é importante no que se refere à Medicina e aos avanços de que precisamos.

            Na área específica da ortopedia e da traumatologia, a Rede SARAH de Hospitais e a trajetória individual de profissionais como o saudoso Dr. Aloysio nos servem de parâmetro e de inspiração para sempre nos lembrarmos do muito de que somos capazes.

            A lapidação intermitente do trabalho cotidiano nos laboratórios científicos de nosso País, a entrega laboral silente e apaixonada de médicos, cientistas, pesquisadores e técnicos em geral à causa do nosso bem-estar sempre resultam em amplas melhorias à nossa vida e à nossa saúde.

            Por todas essas razões, neste ano de 2015, permito-me converter o tributo que sempre nos cabe render à Rede SARAH em homenagem emocionada ao inesquecível Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior. Gostaria de pedir, em nome de sua família, de sua admirável equipe de profissionais, paramédicos e médicos - tão bem representados pela Srª Lúcia Braga, Presidente da Rede SARAH - e também de todos os seus pacientes, uma efusiva salva de palmas à sua memória.

            Muito obrigado, Sr. Campos da Paz, pela sua passagem por Brasília e pelo Brasil.

            Muito obrigado. (Palmas.)