O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, em nome de quem cumprimento as demais autoridades da Mesa já nominadas, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhoras e senhores, não é exatamente simples subir a esta tribuna para celebrar a Rede Globo de Televisão. Foram tantas já as homenagens nesse seu cinquentenário, são tantos e tão evidentes os casos de sucesso que a Globo acumulou ao longo de sua história, foram tantas e tão frequentes as vezes em que me surpreendi, absolutamente maravilhado, com as realizações dessa rede de televisão, que seria injusto destacar aqui apenas um ou outro campeão de audiência, e receio que não faça senão repetir o que muitos outros já disseram: que o Brasil tem um caso de amor com a Rede Globo de Televisão.

            É desnecessário exaltar, por exemplo, o padrão de qualidade do telejornalismo produzido pela Rede Globo. O Brasil inteiro sabe disso e o conhece bem - já foi dito aqui pelo Senador Caiado.

            É igualmente ocioso sobrelevar, uma vez mais, a excelência da teledramaturgia que a Globo nos oferece e sempre nos ofereceu: reconhecemo-nos todos nas telenovelas e minisséries que fizeram e fazem parte da história e da memória afetiva de cada um de nós. Todos reconhecemos a importância, a competência e o esmero da Globo nas transmissões de esportes, nos programas de educação, na produção de cultura, na programação de entretenimento.

            É claro, senhoras e senhores, que poderia aqui homenagear a iniciativa, a coragem, o talento empresarial do jornalista Roberto Marinho. E queria também citar, lá da Amazônia, o Felipe Dal - pioneiro, com a Globo, em quase toda a Amazônia.

            Roberto Marinho soube transformar uma emissora local do Rio de Janeiro na segunda maior rede de televisão comercial do mundo, com mais de 120 emissoras, atingindo hoje 5.490 Municípios brasileiros, quase a totalidade do Território nacional.

            É claro que poderia festejar a excelência técnica, a inovação tecnológica e o apuro estético que sempre caracterizaram a Rede Globo, e que fizeram dela o modelo que todas as demais procuram seguir. É claro que poderia recordar o papel que a Globo exerceu e ainda exerce na construção e na consolidação de uma identidade nacional, e o quanto contribuiu para que pudéssemos avançar na conquista e na ampliação dos direitos humanos, sociais e políticos, por meio de programas corajosos, provocativos, que sempre nos levaram a pensar.

            Mas a verdade, Srªs e Srs. Senadores, é que tudo isso me parece ainda pouco perto do significado, para este País, para a história deste País, para a autoimagem deste País, de um conglomerado como a Rede Globo de Televisão.

            E é por isso que eu queria poder mais. Queria fazer caber, neste meu rápido pronunciamento, um agradecimento sincero por essa vasta e imensa janela para o mundo que a Globo oferece para quem mal consegue sair de casa.

            Eu queria salientar a diferença que a Rede Globo de Televisão sempre fez e ainda faz para todos os muitos brasileiros que tiveram e ainda têm limitada oportunidade de acesso a outros bens culturais. E queria poder retribuir à Globo, ao saudoso Roberto Marinho, a seus filhos, aos colaboradores da Rede Globo, a toda essa gente da Globo que a gente vê, mas também a toda essa outra gente que a gente não vê, mas que faz a Globo a que a gente assiste, enfim, queria poder retribuir à Rede Globo um pouco da beleza, da alegria, da força, da esperança com que ela tem nos presenteado ao longo desses seus 50 anos.

            Em tempos em que o brasileiro está meio triste e desesperançado dos rumos deste País; em tempos em que somente se fala de crise; em tempos em que muita gente parece não ter muita certeza de que o Brasil vale realmente a pena, o exemplo da Globo é solar: aponta para o que somos capazes de fazer, ilumina o quanto podemos ser e acende, em cada um de nós, o orgulho de ser brasileiro.

            Parabéns, pois, à Rede Globo de Televisão. Que o Brasil continue a ver, na sua excelência técnica, no seu capricho estético, na sua força empresarial, o caminho a seguir.

            Viva a Globo e o Brasil! (Palmas.)