O SR. JOSÉ SERRA (Bloco Oposição/PSDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Presidente, tive aquilo que o nosso Presidente Fernando Henrique, em francês, costuma dizer - ele e o Senador Aloysio Nunes -, syndrome de l'escalier, síndrome da escada, alguém sai de uma reunião em Paris, sempre é em cima, está descendo a escada e diz: “Puxa vida, deixei de dizer algo que era importante.” Eu queria, portanto, que V. Exª me permitisse.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB - AL) - Por favor.

            O SR. JOSÉ SERRA (Bloco Oposição/PSDB - SP) - Há duas experiências interessantes com relação à TV Globo, às Organizações Globo. A primeira com a Fundação Roberto Marinho. Nós fizemos, em São Paulo, dois museus espetaculares e originais com a fundação: o Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, que - eu posso dizer aqui sem qualquer "baluartismo" - é o melhor museu de futebol do mundo e que fizemos junto com a fundação.

            Isso é para sublinhar um outro lado, já se mencionou aqui, creio que o Senador Cristovam tinha falado a respeito da fundação, mas quero dar esse testemunho direto da qualidade e da facilidade também da parceria. Até porque nós fizemos esses museus gastando o mínimo. Realmente foi uma iniciativa que dá o testemunho do papel que a TV Globo tem, as Organizações Globo, mais diretamente junto à sociedade.

            Outro aspecto é o de campanha eleitoral. Os Senadores aqui sabem que sou muito crítico dos horários eleitorais oficiais, mas, na verdade, na experiência das minhas candidaturas, o fundamental é a entrevista para o Jornal Nacional. Eu sempre me preparei muito mais para a entrevista do Jornal Nacional ou do jornal estadual, do chamado SP, do que para o horário eleitoral, para mostrar a importância e a delicadeza também da tarefa da TV Globo.

            É uma dificuldade, porque existe cobrança, existe pressão, mas, de fato, o que determina praticamente a presença dos candidatos é a entrevista, seja a entrevista longa, seja a cobertura diária. Eu praticamente, nas minhas campanhas, orientava-me pela entrevista que iria dar, fosse para onde fosse, para o Jornal Nacional ou para os jornais locais.

            Eu quero insistir que isso mostra não só o peso e a importância, mas também a delicadeza política para a televisão, porque, numa entrevista determinada, diz-se que não se entrevistou direito, enfatizou-se isso, enfatizou-se aquilo. É uma tarefa extraordinariamente complexa, que eu acho que nós temos que reconhecer aqui de maneira muito objetiva.

            Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)