Pela Liderança durante a 128ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do projeto de lei que institui marco regulatório para a pesquisa clínica em seres humanos; e outros assuntos.

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Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
TRANSPORTE:
  • Defesa do projeto de lei que institui marco regulatório para a pesquisa clínica em seres humanos; e outros assuntos.
HOMENAGEM:
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SAUDE:
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Publicação
Publicação no DSF de 06/08/2015 - Página 318
Assuntos
Outros > TRANSPORTE
Outros > HOMENAGEM
Outros > SAUDE
Indexação
  • REGISTRO, REUNIÃO, PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), BANCADA, RIO GRANDE DO SUL (RS), ASSUNTO, NECESSIDADE, OBRA PUBLICA, ENFASE, CONSTRUÇÃO, PONTE, LIGAÇÃO, MUNICIPIOS, SÃO JERONIMO (RS), TRIUNFO (RS), AMPLIAÇÃO, ESTRADA, CARAZINHO (RS).
  • HOMENAGEM, MEDICO, MOTIVO, POSSE, PRESIDENCIA, AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA (ANVISA), COMENTARIO, DIA NACIONAL, VIGILANCIA SANITARIA.
  • COMENTARIO, VOTAÇÃO, MARCO REGULATORIO, PESQUISA, MEDICINA, OBJETIVO, DESCOBERTA, MEDICAMENTOS, TRATAMENTO, DOENÇA, DEFESA, NECESSIDADE, INCENTIVO, VOLUNTARIO, PESQUISA CIENTIFICA.

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Apoio Governo/PP - RS. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Senador Paulo Paim, hoje resolvi usar a sua tribuna. Esta aqui é a sua preferida. Que ela me dê sorte, como dá ao senhor.

            Agradeço ao Senador Paulo Paim.

            Eu queria, caros colegas Senadores e Senadoras, iniciar este breve pronunciamento fazendo um agradecimento, em seu nome também, Senador Paulo Paim, pela forma como o nosso colega do Senado, Antonio Carlos Rodrigues, Ministro dos Transportes, atende a representação do Senado ou da Câmara Federal ou dos prefeitos e vereadores que hoje estiveram com a Bancada Gaúcha, liderada pelo Deputado Giovani Cherini, para tratar de obras que são, eu diria, inadiáveis em nosso Estado.

            Vi agora, pelas concessões federais, na BR-470, uma ponte sobre o Rio Jacuí, entre os Municípios de São Jerônimo e Triunfo, que é fundamental. Por ali passam por balsa. Balsa, Senador Paim! Nós estamos no século XXI e por essa balsa trafegam quase três mil veículos diários. Isso para desviar do tráfico da região metropolitana de Porto Alegre, desafogando também a BR-116 e a 448, que é uma rodovia nova, mas em uma área extremamente vulnerável, porque é pantanosa. Essa obra é relevante porque 60% de toda a carga que vem lá de cima, da região em que o senhor nasceu, Caxias, na região da Serra - a minha é Lagoa Vermelha -, passa por ali para chegar ao Porto de Rio Grande. A ponte acabaria com todo esse desvio e seria extremamente valiosa não apenas para melhorar a competitividade, mas também para dar agilidade ao transporte de mercadorias, 40% de veículos e 60% de carga. Imaginem a relevância disso.

            Também a duplicação da 386, no trecho de Carazinho adiante, assim como grandes trevos para evitar acidentes, como em Nova Santa Rita e na região de Seberi e Frederico Westphalen, onde foi inaugurado há dois meses o maior frigorífico de abate de suínos do Rio Grande do Sul e o segundo maior do País. Portanto, é extremamente relevante essa obra.

            Também para os Municípios de Montenegro, São Jerônimo, Triunfo e Seberi são relevantes essas obras.

            Apesar das dificuldades e da falta de recursos, o Ministro foi extremamente solícito e demonstrou enorme boa vontade para resolver esses problemas.

            Eu queria agradecer ao Ministro e cumprimentar o Dr. Jarbas Barbosa pela posse na Presidência da Anvisa, hoje à tarde. Não pude comparecer por conta desses compromissos, mas desejo a ele muito boa sorte. Hoje é o Dia Nacional da Vigilância Sanitária, e a Anvisa tem se revelada uma agência reguladora comprometida com os interesses nacionais. Faço isso também em nome do Partido Progressista, com muita honra, e do nosso Líder Benedito de Lira.

            Senador Paulo Paim, hoje iniciamos a votação de um projeto de grande relevância. Eu tenho a honra de compartilhar com os Senadores Walter Pinheiro e Waldemir Moka o PLS 200, que trata da pesquisa clínica, um marco regulatório para esse sistema. Eu recebi, logo depois da votação, enquanto esta Casa celebrava os 50 anos da Rede Globo, a Dr. Helena Nader, Presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), entidade muito importante para o nosso País, porque comprometida exatamente com a ciência.

            Como bem disse a Senadora Simone Tebet, "esse projeto fala da garantia da dignidade da vida humana”. Tanto ela quanto os Senadores Marta Suplicy, Blairo Maggi e José Medeiros disseram: “Não podemos mais estar na rabeira mundial no que se refere a patentes na área da Medicina".

            O Senador José Medeiros, que sofre de enxaqueca, torce para o avanço das pesquisas clínicas, pois sabe que a descoberta de novos medicamentos contra essa dor crônica depende de um avanço significativo.

            Os Senadores Humberto Costa e Jorge Viana reconheceram a relevância desse projeto e concordaram que "realmente é preciso haver um regramento da pesquisa científica no País".

            Recentemente - vale lembrar -, o Jornal Nacional, da TV Globo, hoje festejada aqui no Senado Federal pelos seus 50 anos, exibiu uma série esclarecedora de três reportagens especiais sobre a burocracia que existe no Brasil em relação aos testes com remédios em seres humanos.

            (Soa a campainha.)

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Estou terminando, Senador. 

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo. PT - RS) - Fique tranquila. Eu já lhe dei cinco minutos para concluir.

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Muito obrigada.

            A repórter Sandra Passarinho conversou com cientistas, biomédicos, especialistas no assunto e pacientes, e constatou que se o Brasil e as autoridades públicas de saúde, Senador Telmário, não se atentarem para a realidade das pesquisas clínicas no País, a inovação médica e o acesso a modernos medicamentos pelos brasileiros poderão ser inibidos ou limitados.

            O Legislativo está atento a esse tema, sobretudo aos pacientes que estão no limite entre a vida e a morte, à espera de soluções médicas e científicas que garantam a sobrevida e a sua qualidade de vida. Como eles, sou a favor de desburocratizar as pesquisas clínicas no Brasil, para permitir novos e modernos tratamentos contra doenças graves e muito reincidentes, como câncer, lúpus, HIV e Alzheimer.

            Sem pesquisas com voluntários é impossível desenvolver medicamentos adaptados às necessidades de saúde da população ou de qualquer outro grupo de pessoas. É importante destacar que os voluntários não podem ser remunerados no Brasil. E para garantir a segurança dos testes, esses participantes assinam um termo de consentimento e responsabilidade. Uns porque querem ajudar o progresso da ciência, outros porque estão à procura de um tratamento mais eficiente, após tentativas frustradas com outros métodos ultrapassados.

            Destaco também que o voluntário de pesquisa pode desistir de participar do estudo a qualquer momento. Se ele sofrer qualquer dano decorrente da pesquisa, ele tem que ser indenizado ou receber uma reparação.

            O caso de Luiz Vanderlei de Souza, citado na reportagem, é um exemplo dos benefícios das pesquisas e deste marco regulatório. Após tentar todas as opções de tratamento, ele se submeteu a uma pesquisa para o uso de um novo remédio, mais complexo, de quimioterapia. Luiz Vanderlei voltou a caminhar normalmente. Por causa do linfoma, o movimento da perna direita estava comprometido.

            O Brasil pode, por meio da pesquisa, tratar alguns tipos de câncer, a partir, por exemplo, da saliva do carrapato-estrela, estudo em andamento no Instituto Butantan. Melanoma, um câncer de pele, e tumores do pâncreas e dos rins são algumas das doenças que podem ser combatidas com a molécula desse bichinho. É mais saúde e vida para quem sofre dessas enfermidades. É sobre isso que o marco legal trata.

            Quanto mais pesquisas são feitas e incentivadas no País, maiores as chances de desenvolvimento de medicamentos eficientes e adaptados à nossa realidade. Não podemos perder, por isso, nem tempo nem investimentos em saúde.

            A nossa rica biodiversidade é uma prova do nosso potencial. Pesquisadores brasileiros já perceberam que algumas plantas têm importantes propriedades anticâncer. O estudo foi publicado em uma revista científica internacional. Mas, por causa da burocracia, a pesquisa não foi adiante no Brasil.

            Nos Estados Unidos foi diferente. A descoberta chamou a atenção de pesquisadores da Universidade de Harvard. E vejam só: a substância - descoberta aqui no Brasil, da nossa biodiversidade - acabou sendo patenteada pelos americanos e já é testada em humanos lá fora.

            Este novo marco legal em debate nesta Casa é também uma forma de incentivar a permanência dos nossos cientistas aqui para ajudar o Brasil a ser um país líder nessa área.

            Então, eu quero agradecer à relatoria do Senador Eduardo Amorim, muito compenetrado. As emendas que ele apôs a este PLS 200 foram muito importantes no aperfeiçoamento da matéria. Agradeço a todos os Senadores que deram apoio. Tenho certeza de que o Senador Humberto Costa terá a visão científica, como médico que é e ex-Ministro da Saúde, da relevância desse tema. E os aperfeiçoamentos poderão assegurar a sua aprovação na próxima semana.

            Muito obrigada, Senador Paulo Paim, pela oportunidade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/08/2015 - Página 318