Discurso durante a 128ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com cenário de prosperidade observado por S. Exª em viagens pelo Piauí ante a crise veiculada pelos meios de comunicação; e outro assunto.

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Autor
Regina Sousa (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: Maria Regina Sousa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
  • Satisfação com cenário de prosperidade observado por S. Exª em viagens pelo Piauí ante a crise veiculada pelos meios de comunicação; e outro assunto.
EDUCAÇÃO:
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Publicação
Publicação no DSF de 06/08/2015 - Página 419
Assuntos
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, ESTADO DO PIAUI (PI), COMENTARIO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, MOTIVO, CONSTRUÇÃO, ESTRADA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, CISTERNA, CRIAÇÃO, EMPREGO, AUMENTO, TURISMO, ELOGIO, FUNCIONAMENTO, PROGRAMA DE GOVERNO, PROGRAMA MAIS MEDICOS, TRATAMENTO, TRABALHADOR, OBRA PUBLICA.
  • ELOGIO, ALUNO, CORPO DISCENTE, ESCOLA PUBLICA, COCAL DOS ALVES (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), MOTIVO, APROVAÇÃO, CONCURSO, MATEMATICA, INGRESSO, UNIVERSIDADE ESTADUAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI (UFPI).

            A SRª REGINA SOUSA (Bloco Apoio Governo/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Com certeza. Nós vamos no mesmo voo, Senador. Fiz questão de ir no voo com o senhor.

            Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, eu vou ser breve, porque eu prometi ao Senador Romário que eu não ia extrapolar.

            Nesses dois dias, eu tenho ouvido muitos discursos catastróficos, pessimistas, alguns até com certo ar de torcida. Então, eu venho aqui relatar o Brasil que eu vi, no meu Piauí, nesse período de recesso. Nem tudo é tão ruim como pintam.

            Eu visitei o extremo sul do meu Estado, a região do Matopiba, projeto agrícola que foi lançado pela Ministra Kátia Abreu, nove Municípios - para alertar os trabalhadores sobre o projeto, o projeto é importante, desenvolver a região, mas alertar sobre a questão ambiental, as nascentes que têm lá,

            Eu visitei o extremo sul do meu Estado, a região do Matopiba, projeto agrícola que foi lançado pela Ministra Kátia Abreu, nove Municípios, para alertar os trabalhadores sobre o projeto - o projeto é importante, desenvolver a região - em relação à questão ambiental, às nascentes que existem lá, às terras quilombolas, aos assentamentos e, principalmente, aos pequenos proprietários que não devem se deixar seduzir pelas ofertas que chegam lá dos grandes produtores pelas suas terras, porque o projeto é também para os pequenos.

            Visitei o Semiárido, oito Municípios da região do Semiárido. Claro que eu ouvi queixas no Semiárido, onde a pauta é água, mas, em todas as casas por onde passei, na estrada, havia cisternas.

            Agora, água, segurança, internet, ou seja, o sertão também quer se conectar. Então, essa foi a grande reclamação que eu também encontrei.

            Mas vi coisas muito boas acontecendo. Vi a BR-235 sendo concluída, 130Km de Gilbués a Santa Filomena, no extremo do extremo mesmo do sul do Piauí. Vi cidades, como Padre Marcos, verdadeiro canteiro de obras, com pavimentação, muito emprego, escolas grandes e modernas que não deixam nada a dever às escolas particulares, professores sendo capacitados.

            Eu vi prefeitos e povo satisfeitos com o Mais Médicos. Eu vi a Transnordestina funcionando, sendo construída a ferrovia com mais de três mil homens trabalhando. Eu vi hortas abastecidas por carros-pipa. De quinze em quinze dias, o carro-pipa vai deixar água para as hortas, hortas produzindo alimento orgânico para a merenda escolar, gerando renda.

            Eu vi parques eólicos - o Senador Walter Pinheiro não está mais aqui, e ele falou sobre esse tema - em plena Chapada, produzindo energia limpa em plena Chapada. Eu mesma achava que se produzia energia eólica só no litoral. Então, em plena Chapada do Araripe, no Piauí, na divisa com Pernambuco, há produção de energia para a rede, jogando na rede energia suficiente para abastecer 300 mil casas de consumo médio. E, no fim do ano, vai estar com potencial para 700 mil casas com energia eólica. São dois consórcios, cada um trabalhando com dois mil trabalhadores.

            Vi um linhão de transmissão de energia sendo feito por um consórcio da Chesf com outras empresas, com a Abengoa. Essa é uma obra de R$600 milhões, que está sendo iniciada agora, em maio, que deverá terminar em agosto do ano que vem e que vai resolver o problema de energia do extremo sul, que é exatamente a região do Matopiba.

            Eu visitei os canteiros de obras e fiquei impressionada, primeiro, com o tratamento que eles dão aos trabalhadores: alojamentos climatizados, alimentação boa, saúde. Há posto médico instalado com médico, enfermeiro e ambulância 24 horas, e o dinheiro está circulando na região.

            Cidade de 25 mil habitantes, como Bom Jesus, um milhão e meio por mês só de aluguel de equipamentos, do automóvel ao guindaste, porque as empresas não levam mais equipamentos. Alugam no local.

            Cinquenta mil reais de carne por dia: carne e frango para alimentar os trabalhadores. Havia um construtor que deixou de ser construtor e montou um frigorífico lá, porque a obra vai durar. Então, quer dizer, é um dinheiro circulando, gerando renda no Município.

            Mas fui também ao litoral, descansar - ninguém é de ferro! Passei quatro dias. Esperava encontrá-lo vazio, como preconizavam as aves de mal-agouro, mas encontrei o litoral do Piauí lotado, praias muito cheias, difícil de achar um lugar para estacionar depois das 10h. A gente circulava por todas as praias para achar um estacionamento. Restaurantes lotados, hotéis com reservas até esse último fim de semana das férias, e não havia estresse. O estresse era não achar um lugar para sentar ou para estacionar o carro.

            Em Teresina e Parnaíba, vi calls centers se instalando, gerando milhares de empregos. Em Teresina, já há mais de 10 mil empregos de call center.

            Nas estradas, eu vi muitas carretas se dirigindo a Teresina, lotadas de Hilux, aquele famoso jeepinho que está na moda agora. É o Jeep. A gente está chamando de jeepinho porque ele é um carrinho todo jeitoso. E, aí, por curiosidade, eu mandei ver se havia pronta entrega. Não há. Existe fila de espera para aquele carro, apesar da quantidade que chega lá.

            Quero falar também, com muito orgulho, do avanço da educação no meu Estado. Primeiro, li agora uma nota, mostrando que das 21 melhores escolas públicas no Enem, quatro são do Piauí.

            Mas quero falar das Olimpíadas de Matemática. Uma cidadezinha como Cocal dos Alves, lá na planície litorânea, de cinco mil habitantes, há dez anos vem sendo campeã em medalhas na Olimpíada de Matemática, graças à dedicação de um professor abnegado, que mudou a metodologia, e os alunos se apaixonaram pela Matemática. Todo ano ele leva uma delegação grande. É um Município que está entre os 50 menores IDHs do Brasil, e 95% da população estão incluídos no Bolsa Família.

            Os meninos andam de bicicleta até 7 km para chegar à escola, a Escola Augustinho Brandão, mas é recorde de aprovação na universidade federal e na Universidade Estadual do Piauí.

            Então, eu queria ler, homenagear os meninos - só os de medalha de ouro, porque foram 93 medalhas, 9 de ouro, 17 de prata, 67 de bronze. E eu queria homenageá-los lendo o nome deles e o nome das escolas. Isso começou em Cocal dos Alves há 10 anos, mas já ganhou outros Municípios. Agora são cinco Municípios campeões, que trouxeram medalha de ouro: Ane Beatriz Cardoso de Souza, Unidade Escolar Professor Paulo Ferraz, em Capitão de Campos, uma cidadezinha também pequena do Piauí; Lael Viana Lima, Escola Municipal Barjas Negri, em Teresina; Sávio Vinícius Costa do Amaral, Ensino Médio Augustinho Brandão, Cocal dos Alves, cidade onde começou esse trabalho; Tainara de Carvalho, Unidade Escolar Paulo Ferraz, também em Capitão de Campos; Rodrigo de Souza Duarte Cavalcante, Unidade Escolar Padre Freitas, em Piripiri; Fredson Soares da Silva Júnior, Unidade Escolar Padre Freitas, em Piripiri; Anderson Araújo Guimarães, Unidade Escolar Alfredo da Silva Costa, Lagoa Alegre; José Márcio Machado de Brito, Ensino Médio Augustinho Brandão, Cocal dos Alves; e Jean Carlos Souza Brito, da Escola Augustinho Brandão, também em Cocal dos Alves - Cocal dos Alves sempre se destacando, mas já foram Capitão de Campos, Teresina, Piripiri, Lagoa Alegre e também outras cidades, que já estão com nove medalhas de ouro.

            E os professores foram também homenageados. O Professor Antônio Amaral, que começou esse trabalho, recebeu homenagem no teatro, no Rio de Janeiro, onde foram entregues as medalhas. E vou ler o nome dos professores campeões também, porque, se não fossem eles, os alunos... São professores que ganham salários não muito dignos, o mesmo salário que ganha todo mundo no Estado, mas eles se destacam nesse trabalho: Jackson de Oliveira, de Capitão de Campos; Antônio Amaral, de Cocal dos Alves; Francisco Júnior Machado, também de Cocal dos Alves; Girlene Fontenele, também de Cocal dos Alves; Raimunda Alves de Brito, também de Cocal dos Alves; e Carlos Vandré Pacheco Borges, de Piriipiri.

            Então, houve premiação para as escolas, para os professores, e os alunos voltaram muito eufóricos, felizes. Isto só dá orgulho para nós: saber que em um Estado como o meu Piauí, que aparece muito na imprensa com notícias não muito boas, está acontecendo essa revolução por dedicação de um professor que está contagiando os outros.

            Queria deixar aqui o registro desse pessoal que está fazendo esse trabalho apesar da crise. Há crise? Sim, mas está multiplicada, inflada pelo noticiário, pelo discurso, pela política de algumas pessoas que querem antecipar uma coisa, que é a sucessão, que só deve acontecer em 2018.

            Agradeço a paciência e a atenção.

            Precisava fazer este registro hoje porque estava todo mundo esperando. Prometi que iria falar da Olimpíada de Matemática no Senado.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/08/2015 - Página 419